então, reconstituir a rede, arruinada por longos anos de incúria, e deu-se início à construção de novas estradas.
Passaram quarenta anos, e o Plano de 1928, reestruturado em 1946, muito reduzido para as exigências actuais da economia, não está completo. Ainda faltam alguns milhares de quilómetros para o completar.
Por outro lado, o tráfego moderno impõe melhorias consideráveis nas características dos pavimentos.
Num país que procura atrair o turismo e desenvolvê-lo, ainda não há uma ligação rápida entre Vilar Formoso e Lisboa em condições de poder canalizar, sem rampas e curvas incómodas, o tráfego por uma via larga, donde possa ser derivado para o Sul (Algarve), o que é possível e não muito dispendioso. Poderia aproveitar-se o percurso principal n.º 2 para este último efeito.
E as ligações do Norte e Centro do País com o Alto Alentejo ainda são hoje uma hipótese.
E, como estas, há nutras ligações em Trás-os-Montes, na Beira Baixa, na Beira Alta, que poderiam exercer grande influência na economia regional e abrir à exploração zonas potenciais em diversas modalidades económicas. Uma boa rede de estradas é um grande passo no caminho da valorização regional.
As estradas e o produto nacional
Uma das causas deste atraso provém do fraco desenvolvimento da economia regional. Esse fraco desenvolvimento também deriva da falta de comunicações por estrada. Não se dirá ser esta a única causa. Mas todos sabem, em especial os que, por curiosidade mental ou interessadamente, estudam a vida económica e social da população e a natureza das suas actividades, que uma estrada ou até um caminho vicinal exercem grande influência. Parte dos atrasos agrícolas em muitas terras derivava e ainda deriva da falta de comunicações. Se não é possível evacuar para os centros de consumo os produtos da terra, porque produzi-los? O caso da riqueza florestal em muitas regiões - do pinheiro e agora do eucalipto - é um exemplo. Há, zonas em que a simples abertura de uma estrada e de alguns caminhos afluentes produziram pequenas revoluções nos rendimentos, aumentando-os consideràvelmente. E aldeias outrora miseráveis, assim se pode dizer, têm hoje condições de habitabilidade muito avançadas, quando medidas pelo padrão de há vinte anos.
Como o produto bruto interno agrícola é o somatório de todos estes pequenos contributos regionais, a influência que uma boa rede de estradas terá no crescimento pode, com o tempo, auxiliar profundamente a economia e até concorrer para a industrialização de produtos derivados da agricultura e silvicultura em pólos estratégicos que dominem as zonas servidas.
O regionalismo no sentido económico não depende só de boas palavras, de anseios colectivos e até de potencialidades. Depende da organização de instrumentos e meios que permitam circulação adequada, económica e rápida dos produtos locais.
E a base das infra-estruturas indispensáveis está numa rede de estradas convenientemente delineada.
Todas estas razões e outras que não podem ser tratadas com o pormenor necessário neste lugar impõem um estudo cuidadoso, prático e imparcial do problema das estradas nos seus aspectos técnicos, económicos e financeiros.
As contas
A despesa elevou-se a 464 230 contos, que representam mais 15 000 contos, já mencionados.
As dotações são como seguem:
A esta despesa haverá que acrescentar a que se processou para viação rural, na importância de 99 383 contos, e a da ponte sobre o Tejo.
Considerando só a primeira, o total em comunicações por via ordinária eleva-se a 563 613 contos. Idêntica verba em 1966 arredondava-se em 558 682 contos, visto
ser inferior (94 452 contos) a dotação da viação rural.
Os totais mencionados incluem as estradas dos Açores (3000 contos) e da Madeira (3750 contos).
Nestes arquipélagos prosseguem a construção de estradas, bastante descurada no passado, e agora em vias de ser completada.
As despesas efectivas em 1967
Em 1967 as despesas efectivas foram as seguintes: