Já o ano passado se estranhara o montante de encargos de empréstimos contraídos e encargos de financiamentos concedidos, que somados, se elevaram a 85 470 contos. Este ano esta cifra subiu para 126 793 contos. Os reembolsos subiram a 85 293 contos. Deste modo, as receitas do Fundo Especial pouco a pouco se converterão cm disponibilidades destinadas a pagar empréstimos contraídos ou avalizados para fins que não se ajustam à origem das receitas. Chama-se uma vez mais a atenção do Governo para esta grave anomalia dos transportes: das receitas que oneram a produção e do seu destino, que não auxilia o desenvolvimento da rede rodoviária.
As cifras das despesas sumariadas dão o quadro seguinte:
Vê-se que os encargos de empréstimos e da concussão única dos caminhos de ferro consumiram 627 643 contos. 94,2 por cento do total. O planeamento dos transportes continua a consumir verbas altas: 21 045 contos em 1966 e 29 770 contos em 1967.
Um dos objectivos fundamentais do Fundo - camionagem e estradas - figura na conta com o gasto de 4741 contos em 1966 e 8171 contos em 1967.
Estas cifras, do per si, indicam a necessidade de reorganização profunda de um organismo que poderia desempenhar função meritória no movimento rodoviário.
As despesas do Fundo em 1967 repartiram-se por classes orçamentais, na forma que segue:
A verba maior é a dos encargos, mas antes de esmiuçar a sua distribuição convém examinar o que se gastou em material.
As estacões de camionagem em construção ou concluídas estão situadas no Porto (16 520 contos), Almada (2364 contos), Costa da Cutânea (1839 contos), Beja (1800 contos) e Viseu (2065 couto"). Ao todo, incluindo despesas gerais (estudos e projectos), gastaram-se 25 000 contos, números redondos. É pouco. E note-se que as verbas de Viseu e Beja respeitam a terrenos. No caso do Porto, os 16 520 contos foram gastos em expropriações e indemnizações (16416 contos) e outras, como avaliações, vedações e mais.
Incluem empréstimos e subsídios ao Metropolitano de Lisboa, aos Serviços de Transportes Colectivos do Porto e de Coimbra e à companhia concessionária única dos caminhos de ferro. O Fundo Especial já está a liquidar os juros do empréstimos contraídos. Estes encargos, que em 1966 se elevaram a 50 479 contos, fixaram-se em 85 293 contos um 1967. a que há a acrescentar 41 500 contos de encargos de financiamento.
Nos dois últimos anos os encargos discriminam-se da forma que segue:
Vê-se 110 quadro a subida dos encargos. As receitas são quase totalmente absorvidas pelo financiamento dos caminhos de ferro, do Metropolitano e dos serviços municipalizados. Quase todos os subsídios concedidos à empresa concessionária dos caminhos de ferro, os empréstimos ao Metropolitano e Serviços de Transportes Colectivos do Porto e de Coimbra são reembolsáveis, ao menos teoricamente. O seu grande volume, adiante indicado, torna problemática esta eventualidade.
Encargos da concessão única