tranquila ante a certeza da inalterabilidade da policiou interna que uma possível variação quanto aos métodos não afectaria nos fins superiores que visava.

Garantida a intransigente e inexorável defesa da ordem pública, foi na certeza da sua manutenção que todos nos predispusemos à outorga do crédito de confiança pedido, tanto moas prodigamente aberto quanto mais simultaneamente se mostrava ir ser respeitado, o que, mais do que política de um governo ou teimosia de um homem, é verdadeiro anseio nacional, firme determinação de um povo todo inteiro voltado para o ultramar a que se sente indestrutivelmente ligado e não consente ver sujeito aos azares dos conluios partidários.

E na fidelidade às linhas mestras, ainda olhos postos sempre na Constituição a que se jururu fidelidade, foi na implícita promessa de fidelidade à organização corporativa como elemento estrutural da Nação que pudemos certificar-nos de haverem sido devidamente considerados todos os seus elementos constituintes, todos os seus interesses neste sector, norteados por sentimentos de justiça social, com vista ao equilíbrio e desejável entre as forças da produção, do capital e do trabalho.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Pôde por tal modo a Nação, tocada no seu conjunto, suportar sem sobressalto o que se prenunciara tumultuoso e viu na garantia do essencial a possibilidade de continuar vivendo na paz, na ordem e tranquilidade públicas, bem que sobretudo, mostra não querer perder e a leve a interrogar-se, comigo, sobre o que verdadeiramente quererão os arautos da divisão que para além do homem não consideraram n potencialidade de uma concepção política incompatível cora a satisfação de anseios que não cabem nos postulados da doutrina em que assenta e tem de continuar a ser contrária a, concessões propiciadoras da inserção na frente interna de interesses contrários aos de Portugal. Como se nós nau soubéssemos qual é o cavalo de Tróia, em cujo ventre se alberga o socialismo materialista e totalitário tão evidente na polifonia escutada.

Será por isso que em resposta as solicitações dos que pedem clemência (?) ou interpretam como cedência o que se tem vindo a processar como desenvolvimento natural e progressivo, devemos oferecer por nosso turno tolerância e compreensão, não clemência, como já se pediu, pois que, se clemência, é perdão, no perdão teria então de corresponder uma correlativa atitude de arrependimento e manifestação de uma séria vontade de franca integração nos postulados da doutrina ao abrigo da qual se pede. Pois é evidente que todos queremos um regime em que caibam e se entendam todos es portugueses, mas para isso terá de haver reciprocidade na tolerância propícia- ao desfazer de ódios e malquerenças. Tolerância para com as ideias, entendamo-nos, que não para com a acção subversiva tendente a sobrepor os gestos o as opiniões de cada um ao realismo de um ideal em marcha fortemente enraizado na consciência nacional legitimamente representada através de um poder constitucionalmente exercido e suficientemente forte para prevalecer na feição em que se modelou e tem vivido.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E bom será, no tocante, relembrar o actualíssimo pensamento de Salazar, para que chamo a atenção dos reivindicadores e dos reivindicados:

Quem se coloca no terreno nacional não tem partidos, nem grupos, nem escolas; aproveita materiais conforme a sua utilidade para reconstruir o País: tem a grande, a única, preocupação de que se integrem no plano nacional.

Isto porque, como em 1946, ele também o previra e sublinhara, já chegaram "os tempos em que a grande divisão, o inultrapassável abismo, há-de ser entre os que servem a Pátria e os que a negam".

Não se trata, pois, hoje, de dar prioridade aos entendimentos acerca da forma de melhor servir a Pátria.

A Pátria está servida, aqui e no ultramar.

O problema maior, o grande problema, é o de fazê-la sobreviver e salvá-la do caos a que a levariam os que a negam.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ora, não será transigindo apenas que isso se consegue. Nem com complacências e não só com tolerâncias por parte de quem governa. O ambiente da desejada pacificação tem de ser aspiração comum e só resultará do franco estabelecimento de um clima de confiança, tanto mais possível e tanto mais satisfatório quanto mais se sobrepuser à indulgência de quem está na posição de conceder a compostura e vontade de retribuir de quem se apresenta a solicitar.

Politicamente desmentalizados, mais do que as ideias, são as opiniões que nos dividem, os amues e os despeitos. São os gostos e as predilecções sem sentido nacional que tomam a dianteira a inquietarem uma opinião pública em pequeno número indecisa na escolha dos caminhos que mais rápida e concretamente a possam conduzir a uma mais activa participação na vida do Estado, de que é elemento essencial e cada dia mais preponderante e que, como o disse, algures, antes de o ser, o Sr. Presidente do Conselho, se não pode menosprezar nos nossos dias sem se correrem graves riscos para a sociedade.

Se assim é, considerados, apesar de tudo, os desígnios e as contestações dos que se nos opõem, há que enfrentar e percorrer abertamente os caminhos da política, . . .

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... indo-se naturalmente ao encontro dos anseios nacionais sem contrariar o estabelecimento de uma mentalidade política integrativa dos valores dispersos desapegados de um passado que não voltará e se mostrem dispostos a uma colaboração construtiva adentro das estruturas representativas dos interesses identificadores do binómio Estado-Nação, tal como o concebemos. Há que mentalizar, descentralizar, prestigiar os políticos no exercício das tarefas políticas. Há que não considerar defeito o sê-lo, sobretudo há que contestar o direito de se declararem apolíticos os burocratas da política . . .

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - ... na posse dos lugares-chave de uma administração omnipotente e omnisciente, em que fazem, cem os mais graves prejuízos, a mais nefasta das políticas, a sua política de âmbito estritamente pessoal e geralmente repudiada.

Vozes: - Muito bem!