depois foi publicado um esclarecimento e ajustamento a este despacho, ficando por ele autorizadas as comissões técnicas regionais a proceder à adaptação do condicionalismo de cada região e a dilatar, se necessário, o prazo da entrada em execução de todas as normas durante um período de três anos.

No que concerne ao distrito de Beja, foram as regras em causa tornadas públicas oportunamente e, não obstante a proficiência como se encontram feitas, suscitaram, como é natural em problema de tão grande complexidade, dúvidas e reparos por parte dos interessados na sua aplicação, designadamente na forma por que tais regras viriam a ser aplicadas nas terras menos aptas para a cultura cerealífera e por não abrangerem outros elementos válidos para uma completa reconversão das explorações agrícolas de toda a região.

Assim, muitos empresários agrícolas dali - e de outras regiões, possivelmente - não se inscreveram na reconversão, dadas as suas dúvidas e maneiras de ver diferentes necessário, as dúvidas suscitadas, não se deixando de preconizar que junto dos empresários agrícolas seja feita larga divulgação dos novos métodos da exploração da terra.

Mas no mesmo comunicado ficámos também sabendo que foi fixada a importante verba de 150 000 contos para subsídios a conceder em 1969 para a continuação da motomecanização agro-florestal, dado que a lavoura soube corresponder, com esforço notável, ao incentivo do Governo, pois que "embora a concessão de subsídios só tivesse sido iniciada em Maio, o montante pago pelo Fundo de Melhoramentos Agrícolas, até 31 de Dezembro de 1968, foi de 88 000 contos, o que corresponde a uma compra de equipamentos pela lavoura da ordem de 550 000 a 600 000 contos".

Ainda como exemplo frisante do aumento da mecanização pela lavoura se verifica que lhe foram pagos em 1968 de bónus de consumo de gasóleo 140 000 contos, ou seja mais 60 000 contos do que no ano transacto.

E se soubermos que em Beja a capitação dos tractores por mil habitantes empregados no sector primário foi em 1965, e hoje largamente aumentada, da ordem de 31 - precedida unicamente de Lisboa, com 33, e Évora, com 32 -, ficamos fazendo ideia de qual o valor para a região das providências adoptadas.

Daqui, pois, o nosso apoio às medidas promulgadas e que tão larga repercussão hão-de vir a ter na economia do distrito de Beja, na economia da Nação!

For último, Sr. Presidente e Srs. Deputados: Não quero deixar de aqui ser intérprete do reconhecimento que as populações do Baixo Alentejo devem ao Governo da Nação pela criação de zonas de turismo em Beja e Serpa.

Tomando em conta as possibilidades turísticas destas duas terras, foram elas criadas pelo Decreto n.° 48 859, de 5 do corrente mês, e é facto inegável, não só pela panorâmica da região, mas ainda pela riqueza de alguns dos seus monumentos, entre os quais avulta o Castelo de Beja, com a sua altaneira torre de menagem, não esquecendo o histórico Convento da Conceição, onde se acha instalado o Museu Regional, que guarda notáveis colecções arqueológicas de Visigodos, Romanos e Árabes, que noutras eras habitaram a velha urbe. Lembrando também a Ermida de Santo André, templo do século XV, torneado e ameigado à semelhança do mais perfeito exemplar deste estilo, que é o da Ermida de S. Brás, em Évora; a Igreja de Santa Maria, aliás mutilada, mas ostentando ainda, como nos falam críticos de arte, a sua preciosa galilé, e tantos outros vestígios de arte antiga esparsos pelas ruas da cidade.

Em Serpa, por seu turno, entre tantos motivos de curiosidade para o turista, admira-se, num dos seus arrabaldes, a Igreja do Convento de Santo António, também no estilo da de S. Brás, de Évora, e que é monumento nacional, e também se vêem ainda as velhas ruínas do aqueduto, cm arcadas italianas, e ao lado da vila - a l km - ergue-se, na serra de S. Gens, a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, onde a vista alcança um panorama imenso, e ali, muito cerca, se encontra a Pousada, de S. Gens, satisfazendo já hoje as necessidades de um turismo moderno.

Entre os dois concelhos corre, tranquilo, o rio Guadiana, rico em espécies piscícolas que constituem já alegria de amadores da pesca desportiva, e é verdade que também se descortina logo o habitat ideal para as variedades cinegéticas que se criam nas encostas, por vezes abruptas, que ladeiam o rio ou nas planícies que se estendem a perder de vista.

Não esquecendo ainda, como motivos de atracção turística, es usos, o artesanato, a culinária e, sobretudo para o turista nacional, a forma já hoje evoluída do tratamento e recolha das culturas arvenses e do pastoreio e selecção das espécies animais.

Tudo motivos que, por certo, levaram o Governo da Nação a criar em Beja e Serpa zonas de turismo, que, construídas que sejam as necessárias infra-estruturas, virão, só por si, trazer mais um forte elemento de desenvolvimento regional.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Atendendo ao péssimo funcionamento da instalação sonora e tendo em conta que deve facilitar-se à imprensa a possibilidade de bem cumprir a sua missão, peço aos outros oradores que tenham de intervir no "antes da ordem do dia" o obséquio de, em vez de falarem dos seus lugares, falarem de um lugar próximo da tribuna da imprensa.

Tem a palavra o Sr. Deputado Peres Claro.

O Sr. Peres Claro: - Pesa-me, Sr. Presidente e Srs. Deputados, pesa-me vir aqui a fazer de teimoso. Bem me custa, sim, mas na minha posição de Deputado em fim de mandato, dando balanço ao que disse e fiz, a sombra