barricada, nesta contestação que se avizinha, os únicos com direito a ser portugueses e monopolistas da razão. De forma nenhuma! Tenho como certo que haverá alguns inimigos do Regime - clássicos e tradicionais - para quem o conceito de pátria não difere daquele que nós outros perfilhamos e defendemos. De resto, viu-se quando em 1969 o Estado da Índia nos fui roubado e em 1961 o terrorismo irrompeu um África; quantos não alinharam então, e sem reservas, ao lado do Governo do Doutor Salazar!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Vou mesmo no ponto du crer que, do nosso lado. alguns haverá que não me merecem o mesmo respeito de outros que, coerentemente, são firmes nas suas convicções. E, soada a hora da confrontação, definindo-se uma política, e optando-se drasticamente por um caminho, algumas serão, possivelmente,- as surpresas, isto é, algumas desilusões teremos ... Em contrapartida, quanto? não serão também aqueles que havemos de ver alinhar ao nosso lado, desmascarado o verdadeiro objectivo de certos mentores oposicionistas, ocupando lugares deixados vagos por aqueles que supúnhamos dos nossos!

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

Vozes: - Muito bem!

como medida de profilaxia e de elementar segurança política ...

Mas são assim, na sua maioria, odientos e ingratos aqueles que pretendem "que Portugal sobreviva", discutindo-se-lhe as suas fronteiras, abdicando dos seus territórios, negando-se-lhe todo um passado e esquecendo-se aqueles que, através de muitas gerações, caíram na defesa do seu solo africano! É por essas e por outras que, por vezes, se englobam todos entre os piores, confundindo-se uma lamentável ingenuidade ou inconsciência com os sentimentos antinacionais dos que os cercam! Será nossa a culpa da confusão estabelecida.

Não há maus portugueses! Que significado terão, para curto orador do Coliseu do Porto, de tendências bem conhecidas, essas figuras sinistras de todos os tempos personificadas em Miguel du Vasconcelos e noutros que através das gerações tem traído a Pátria, fazendo-a sangrar friamente e sacrificando-lhe a sua juventude - os homens para quem soaria cm breve a hora de a servir? Evocam-se figuras que se pretende sejam nacionais, algumas vivas, outras desaparecidas em ajuste de contas tão habitual entre os que professam certas ideias ou por elas se deixam enlear ...

Que o digam os partidários do terrorista Eduardo Mondlane, assassinado há dias em Dar-es-Salam pela corrente pró-chinesa - ao que dizem informações autorizadas e insuspeitas - do movimento que ele próprio iniciou, a Frelimo, para atacar e trair a sua Pátria!

E, como parêntesis, secundo veementemente o protesto dos estudantes de Luanda, enviado ao Ministro da Educação Nacional, contra o facto de ter aparecido, colocado na Faculdade de Direito de Lisboa, o retrato do traidor Mondlane, símbolo de subversão, insulto àqueles que pela Pátria se têm batido, vergonhosa demonstração de anti-portuguesismo do uma minoria audaciosa, mas com audiência nos partidários da revolução de Maio, em França!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas, prosseguindo, a quem leriam sido imputadas as culpas se aquele crime se tivesse verificado antes de 31 de Janeiro último e, acidentalmente, em terras onde a vítima tivesse procurado refúgio, perante a perspectiva de ameaças e de traição?

Se se pretende repetir o movimento simbolizado por aquela data, através de uma acção revolucionária contra a actual política ultramarina do Governo Português, uma vez que se reconhecem várias similitudes na vida nacional em 1891 e 1969, então terão a palavra as forças da ordem ou, em última análise, as forças armadas, uma vez que a atitude preconizada pelos manifestantes do Coliseu do Porto está dentro dos perigos enunciados há dias pelo chefe militar responsável por estas últimas!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E se é exacto que muitos dos problemas de Portugal de hoje têm a sua origem distante precisamente na crise profunda de nacionalidade que se situa em redor de 1891, também não é menos certo que quem con-