ríodo de paz e de progresso, cujos resultados ainda estamos fruindo!
Porém, os programas falhados em todas as campanhas eleitorais, para a Assembleia Nacional ou para a suprema chefia da Nação, furam sempre semelhantes e caíram sistematicamente por culpa própria: falta de pernas para andar e de cabeças para dirigir . . .
Vozes: - Muito bem!
O Orador: -Isto apesar de em certa altura--e com evidente responsabilidade nossa - se ter criado um movimento emocional propício, encabeçado por um oficial superior do Exército, sem medo, é certo, mas sem quaisquer credenciais políticas que o recomendassem. Nada de novo se ofereceu então ao País, salvo a promessa do regresso a um passado que não se desejava, nem foi aceite!
Sr. Presidente: Pretende impressionar-se o povo português com as quatro famosas liberdades oferecidas ao Mundo pelo falecido presidente dos Estados Unidos Sr. Roosevelt; liberdades, acrescento eu, que levaram a humanidade ao abismo onde se debate a autoridade com a desordem; o Oriente com o Ocidente; ali uns com os outros; aqui, em acesa luta racial ou de interesses económicos e políticos que abrangem um vírus novo: o neocolonialismo! Nem a Igreja escapou às liberdades anunciadas; e é Sua Santidade o Papa quem mais preocupado se encontra para estancar a hemorragia que enfraquece, cada vez mais, a forca espiritual que ela representava! Mas, dizia eu, pretende impressionar-se o País com o enunciado das quatro liberdades do Sr. Roosevelt: liberdade de imprensa e associação: liberdade religiosa; liberdade contra a miséria; liberdade contra o medo.
E é com este cacharolete, feito sob o signo de liberdades, que se pretende entontecer uma nação, arrastando-a para aquilo de que se livrou, graças a uma revolução e a um estadista genial, cuja política promete ser continuada por quem foi chamado a substituí-lo quando a doença o prostrou.
Vozes: - Muito bom!
troca do "diálogo" que se pretende estabelecer? As liberdades, do Sr. Roosevelt, mascaradas à distância com trajos russos ou chineses, mas para já, embrulhadas na bandeira regra dos anarquistas!
Não, Srs. Deputados - devemos estar atentos, firmemente prontos e dispostos para a luta.
A campanha eleitoral parece de facto ter começado; mas, ao contrário do que foi dito, não foi o Governo que a iniciou; foi a oposição que tomou a iniciativa, falando "uma linguagem de sangue", como foi referido nesta Assembleia pelo ilustre Deputado Cunha Araújo, ao estigmatizar as comemorações do 31 de Janeiro e o civismo com que elas decorreram! As posições estão tomadas; compenetremo-nos do nosso dever para com o eleitorado que nos trouxe aqui e cujos filhos e netos lutam em África pela continuidade da Pátria!
Sejamos dignos deles e cuidemos da frente interna com o mesmo ardor com que eles se batem nas frentes africanas.
Vozes: - Muito bem, muito bem!
O orador foi muito cumprimentado.
O Sr. Presidente: - Vai passar-se à
O Sr. Presidente: - Vai efectivar-se o aviso prévio sobre problemas da população idosa do nosso país, o fenómeno, do envelhecimento da população e a política da velhice.
Tem a palavra o Sr. Deputado Agostinho Cardoso.
O Sr. Agostinho Cardoso: - Sr. Presidente: O envelhecimento das populações é fenómeno recentemente detectado nos países civilizados e que se acentuará na Europa durante uma ou duas décadas, admitindo-se que depois entre em lento regressar.
Deve-se não só ao aumento da esperança de vida para cada homem, mas à percentagem cada vez maior de gente da terceira idade em relação aos adultos activos c ao grupo etário dos adolescentes mais as crianças, no conjunto populacional de um país.
Os progressos da medicina e da higiene e a melhoria das condições sociais fomentaram, sem dúvida, o aumento do número de anos de vida que cada indivíduo pode esperar ao nascer: mas ainda não aumentaram muito a duração da vida humana em si própria.
O facto de um número cada vez maior de pessoas atingir avançada idade contribui para aumentar a população, mas pouco para envelhecê-la.
É a diminuição da natalidade - projectando-se a breve trecho na diminuição do número de adultos - o a emigração, sobretudo quando atinge o subgrupo mais jovem, de 20 a 40 anos, que contribuem para o aumento da percentagem de gente idosa da demografia de um país e, portanto, para o envelhecimento da sua população.
Há países onde a população das regiões rurais envelhece mais do que nas zonas urbanas, porque são os jovens e adultos que emigram para as cidades.
A França é o pais mais velho do mundo, com a Áustria e a Alemanha de Leste, o que se explica pela sua baixa natalidade no período entro as duas guerras. Apresenta, segundo as estatísticas recentes, cerca de 12,6 por cento de gente com mais de 65 anos, ou seja, cerca de 5 800 000 pessoas, das quais 3 í>00 000 são mulheres, a maioria solteiras ou viúvas. É comum ao mundo a saliência do número das mulheres idosas sobre o dos homens.
O grupo etário além dos 60 anos representa 18 por cento da população da França - 11 por cento de mulheres e apenas 7 por cento de homens.
A percentagem de gente de mais de 65 anos em relação ao total da população, segundo elementos estatísticos colhidos na revista Informations Sociales, de Fe-