Esta segunda velhice obriga as comunidades civilizadas a criar em sua volta um pequeno mundo que lhe minore o sofrimento, mantenha a, dignidade humana c o interesse pela, vida, a proteja pelos meios que n medicina e a enfermagem geriátrica têm ao seu alcance, ate para que a sua atitude espiritual perante a morto que se aproxima seja almofadada de esperança- c não corroída pelo desespero. Os homens adultos não devem esquecer que quanto puderem fazer pela gente da terceira idade é adiantar soluções para eles próprios.

A definição do cometo da velhice ganha grande habilidade no plano profissional quanto a aposentação e à procura de trabalho.

Há militares aposentados obrigatoriamente, em pleno estado de adultos activos, por não ultrapassarem a patente a que corresponde determinada capacidade física e determinada idade-limite; operários em certas profissões especializadas e exigindo condições de destreza, precisão e reacções rápidas que declinam nitidamente a partir dos 55 homem e aos 55 anos para a mulher. As pensões são insuficientes. Em 80 por cento dos casos não excedem 20 000 liras mensais.

Por outro lado, é difícil em certos países, como Portugal, localizar entre os 20 e 65 anos a população activa.

Há muitos operários e trabalhadores rurais de mais de 65 anos e jovens de muito menos de 20 anos que produzem e podem considerar-se activos.

Refira-se a tendência paradoxal para se baixar a idade da aposentação para a mulher, quando a duração média da sua vida é, em todos os países, maior que a do homem.

Em 1965 a França tinha 3,4 milhões de mulheres de mais de 65 anos para apenas 2 milhões de homens do mesmo grupo etário, e acima de 70 anos há duas mulheres por um homem, o que fez dizer ao Prof. Bombière que o sexo forte é o sexo feminino. Registe-se, todavia, em relação à França, a hecatombe masculina das duas últimas guerras mundiais. Os homens, idosos solteiros ou viúvos tem uma maior mortalidade que os casados. Em França ainda, em cada três homens que ultrapassam os 65 anos, dois são casados, enquanto a maior parte das mulheres são viúvas ou solteiras. (Informations Sociales de Fevereiro de 1966).

A Rússia tinha, em 1058. 8 milhões de pensionistas por velhice. A aposentação para os homens faz-se aos 60 anos de idade e 25 de actividade profissional e para as mulheres aos 55 anos de idade e 20 de profissão. Em relação aos trabalhos penosos (mineiros, certos trabalhadores da indústria química, etc.), a aposentação para os homens é aos 50 anos de idade, com 15 anos de actividade, e para as mulheres é de 45 e 15 anos respectivamente, desde que em metade deste tempo hajam desempenhado trabalho penoso. Nas pensões de velhice o coeficiente aplicado ao salário é inverso em relação ao seu valor, quer dizer, quanto mais baixo é o salário mais alto o coeficiente, tendência que se verifica também na nossa legislação.

O mínimo de pensão é de 30 rublos mensais c o coeficiente de aposentação é de 10 0 por cento para salários mensais até 35 rublos, baixando para 50 por cento para os salários acima du 100 rublos.

Os aposentados têm o direito de continuar a trabalhar, mas se o salário mensal que vão receber pelo novo trabalho ó superior a 100 rublos, o pagamento da pensão é suspenso. Se for inferior a esta quantia, a pensão é mantida a 15 rublos. O aposentado que trabalha fá-lo sob contrôle e autorização das comissões de segurança social junto dos comités sindicais. Aos idosos sem qualquer espécie de rendimento, nem parentes que os tomem a seu cargo, é atribuído um subsídio de 10 rublos mensais e 8,5 rublos no campo.

Na Irlanda, em 1961, 11,18 por cento da população tinha mais de Ü5 anos - 149 313 homens e 165 750 mulheres.

É gratuita para eles a utilização de certos transportes colectivos. Em 1965, 154 585 idosos receberam pensões de velhice.

Estimula-se na Irlanda a permanência na residência. Além da pensão atribuída, há, serviços de enfermagem ao domicílio e eficientes serviços médicos ambulatórios.

O número de crianças e velhos inactivos é grande em relação ao de activos adultos. Prefere-se subsidiar e proteger a génio idosa na residência, porque a sua ida para o alojamento colectivo é considerada muito onerosa.

Na Suécia a população idosa é hoje de cerca de 12 por cento o em 1990 será de 16 por cento. A legislação sobre a velhice data de 1930 e a pensão nacional, paga mensalmente nos guichets do correio, é atribuída a todo o cidadão sueco, quaisquer que sejam os seus recursos, aos 67 anos, mas pode ser adiantada para os 63 anos ou adiada para, lá dos 67, com aumento ou diminuição do pensão. O mínimo de base suo 4595 coroas suecas para idosos isolados e 7150 para um casal. A base é considerada já insuficiente e pode ser completada pela comuna se o interessado provar que tem necessidades excepcionais. Em 1960 foi estabelecido um regime complementar por quotização obrigatória o sujeita a determinados condicionamentos.

Em Espanha a reforma obrigatória do funcionalismo efectua-se, como em Portugal, aos 70 anos c a da segurança social em média aos 65 anos, podendo cm certos casos oscilar entre os 60 e os 70 anos. A protecção na velhice é ali coberta pelo seguro da velhice, mutualidades, montepio, doméstico, os quais em 1963 subsidiavam 963 727 pensionistas. Há em Espanha o seguro de viuvez.

A chegada da velhice corresponde a ser-se posto diante de cinco categorias de problemas:

1.° Cobertura económica;

2.º Alojamento;

3.º Ocupação (actividades compensadoras);

4.º Ambiente (ambiente familiar ou a sua substituição, convívio c lazeres);

5.º Cobertura sanitária (profilaxia da invalidez, assistência médico-sanitário regular, recuperação).