A preocupação de oferecer à gente idosa alojamento condigno e adaptado às suas necessidades, tendo surgido primeiro nos países escandinavos, generalizou-se hoje à Europa e aos Estados Unidos.

Esquematizemos os tipos do alojamento para pessoas idosas e as experiências feitas noutros países. Procura-se atingir os seguintes objectivos:

1.º Não separar o casal idoso;

2.º Fornecer, tanto quanto possível, apartamento individual, compensando os deficits pessoais com um sistema de ajuda domiciliária, de que adiante falarei;

3.º" Limitar o número de pessoas para cada alojamento colectivo segundo o tipo deste;

4.° Assegurar a hospitalização num sector especial do próprio alojamento colectivo, quando chega a hora da invalidez ou da doença, para que, ainda ai, o marido fique perto da mulher;

5.º Promover que o alojamento seja pago por quem o ocupa;

6.º O estabelecimento colectivo deve constituir, não um conjunto de indivíduos que se mantêm isolados uns dos outros, mas uma verdadeira comunidade. Sai-se para a cidade, recebem-se visitas, há lugar para visitantes e hóspedes. Os serviços comuns devem, além do apoio indispensável à pessoa idosa, ter em vista este objectivo.

Vejamos rapidamente as experiências de alojamentos extrafamiliares em alguns países.

A Rússia tem actualmente 20 milhões de pessoas de mais de 60 anos, ou seja, cerca de 10 por cento da população, e a sua política de velhice, quanto a alojamento, tem a seguinte orientação:

Alojamento de tipo clássico:

1.º As famílias que tem pessoas idosas conviventes, em princípio, dispõem, nos imóveis-tipo, de apartamentos especiais, onde se considera um quarto individual para as pessoas idosas;

2.º Alojamentos individuais autónomos.

Em certos casos habitam-se as casas antigas divididas cm séries de pequenos quartos individuais, atribuíveis a pessoas idosas ou não, isoladas ou casais.

Organismos especiais tratam da troca de apartamentos que se tornaram demasiadamente grandes para os idosos por outros mais pequenos. O mesmo acontece nos grandes imóveis residenciais; as pessoas idosas são alojadas em apartamentos de um e dois quartos. A segurança social criou um serviço de apoio domiciliário ao ancião e designa um tutor, que vive com ele e dele se ocupa. Há visitas de voluntários-estudantes organizadas para os idosos que precisam de apoio.

Lares ou residências:

Há edifícios novos com apartamentos de um quarto para casais ou pessoas isoladas, onde os idosos ocupam os andares mais baixos e os serviços comuns o rés-do-chão. As residências com muitas pessoas idosas têm um serviço médico.

Há residências colectivas - casas do aposentados - com divisões para doentes idosos, e outras para pessoas ainda válidas. Estas residências de tipo misto situam-se nos arrabaldes das cidades e possuem serviços comuns, incluindo médicos e lazeres.

Na Suécia, a dificuldade da habitação, que é grande, repercute-se sobre os idosos, que tem de esperar às vezes alguns anos para obterem um apartamento igual ao de nutro cidadão, ou numa casa de aposentados (maison de retraite).

Ba actualmente subsídios complementares para alojamentos na velhice.

Existem vários tipos de alojamentos especiais de gente idosa:

Apartamentos para aposentados em grandes imóveis; Casas só com apartamentos para aposentados; Asilos de idosos para semiválidos que precisam do cuidados permanentes, com quartos individuais para onde podo levar-se alguns móveis pessoais; Hospitais geriátricos para inválidos ou crónicos. Só em Estocolmo há oito destes hospitais, com duas mil camas.

No Japão o nas Filipinas a cobertura da família, sólida no apoio à, gente idosa, o as associações benévolas não tornam premente o alojamento extrafamiliar.

Nos Estados Unidos os alojamentos deste tipo têm expressões variadas e são, por vezes, gigantes.

Há residências construídas em altura, recebendo de 160 a 400 pessoas, por vezes com restaurante e serviços comuns limitados e onde se envia imediatamente para o hospital a pessoa idosa logo que adoece, só regressando se melhorar. Os hospitais estão cheios de crónicos. Perto de Washington há um hospital geriátrico de 850 camas, com 450 unidades de pessoal. Também nessa região se situa uma luxuosa residência para 17 000 pessoas idosas, com apartamentos excepcionalmente equipados, que constituem propriedades individuais, mas 4116 só podem ser revendidos a pessoas idosas. Alguém lhe chamou o Hilton da velhice. Na Irlanda, em 1961, de 315 063 pessoas com mais de 65 anos, 58 580 viviam com outras pessoas, 32 210 sozinhas e 24 267 em várias instituições, sobretudo nos Country Homes. Destas, 2500 camas um instituições religiosas.

A Bélgica está bem equipada cm lares residenciais de diversos tipos (loginages, foyers-logements), com serviços comuns bem apetrechados c desenvolvidos. Nota-se ali que é pequeno o número de camas de enfermaria por cada lar e há imóveis para 250 camas, como estabelecimentos para 30. Em Inglaterra, tem-se promovido a construção de flatlets para gente idosa segundo tipos arquitectónicos estudados e reconversão de velhas residências cm pequenos apartamentos. Também se tem ensaiado a colocação familiar, remunerada, de indivíduos idosos.

Na Holanda a organização é semelhante; algumas vezes, ao lado dos grandes imóveis, onde a vida colectiva decorre com disciplina, comodidade e método em volta dos serviços comuns, há flats onde casais idosos são apoiados pelo pessoal do edifício central.

Segundo o Dr. Couceiro Nunes, em 1963 havia em Espanha 418 estabelecimentos para gente idosa, dos quais 82 pertencentes à beneficência pública e 332 a instituições privadas, num total de 34 325 camas, representando 1,4 por cento da gente de mais de 05 anos, estimada, por sua vez, segundo o censo de 1960, em 8 por cento do total da população.

Em França verifica-se multiplicidade de soluções e iniciativas neste domínio. Calcula-se que 5 por cento dos aposentados precisam de alojamento colectivo, de conformidade com as seguintes soluções:

1.° Aldeias para aposentados nos arrabaldes das cidades, que se tem criticado sob o aspecto de segregação, ou pequenos bairros de residências individuais,