Só um numeroso quadro de pessoal de diversos tipos e escalões, devidamente estruturado, pode assegurar um tal sistema.

1) A ajuda doméstica pressupõe que a cada pessoa ou casal idoso seja atribuído um corto número de horas da ajudante doméstica, a qual, segundo as circunstâncias, faz as compras, ajuda a confecção dos alimentos, o arranjo da casa, o banho, etc., segundo o grau de invalidez. O apartamento pequeno favorece este serviço;

2) A ajuda social faz o inquérito de cada caso, do conjunto das suas necessidades, classificando-o e traçando a sua cobertura integral, vigia-o periodicamente na sua sucessiva adaptação ao tempo e na sua indispensável independência económica. Trata ainda da aquisição do material de prótese que corrija as funções deficitárias óculos, aparelhos de audição, cadeiras de rodas, etc.

3) A assistência módica e de enfermagem unida do aspecto profilático e terapêutico. É a vigilância da tensão arterial, o traçado de uma dieta fácil mas nece ssária, o tratamento das doenças, a transferência para o hospital e o seu regresso com assistência na convalescença, a ida aos centros de diagnóstico ou de recuperação e fisioterapia com a motorização adequada, etc.

A Inglaterra é o país onde, mediante associações benévolas de voluntários o profissionais em boa coordenação, se desenvolveu muito a ajuda domiciliária. A instituição, tão generalizada, das meals ou wheels leva à residência duas refeições quentes por dia e em 1967 distribuiu 20 milhões de refeições. Os seus milhares de clubes de velhos que me referirei são características.

É curioso o que os Ingleses conseguiram nos domínios da prótese, no seu sentido genérico, divulgada nos seus livros de ajuda à velhice in home and garden. Criaram, com grande imaginação, uma grande variedade de utensílios, que estão â venda ao público em estabelecimentos especiais, destinados à pessoa idosa poder bastar-se a si própria, à medida que vão sendo atingidas as su as funções de aviação.

É impressionante o que fabricam em utensílios de cozinha: os talheres que se apoiam nos pulsos para as mãos ancilosadas:: a pequena escada, de corrimão para se entrar na banheira e que nela se prolonga para se tomar banho sentado: um pequeno aparelho para calcar as meias e os sapatos sem se curvar, etc.

Os clubes de gente idosa ou centros similares de convívio são elementos importantes do comunicação, sobretudo para os semi-inválidos, que por isso viveram isolados. É nestes sobretudo que dão grande rendimento. Visitei em Londres um destes clubes?, onde semanalmente se reunia um grupo de gente, idosa do bairro. Seis grupos utilizavam assim as instalações do clube. De manhã, um autocarro, onde podiam entrar cadeiras de rodas, trazia os idosos das suas residências. Almoçavam e tomavam chá à tarde no clube voltando de novo no autocarro para casa. No clube, que tem biblioteca, cabeleireiro e pedicuro, conversava-se, lia-se revistas e jornais, fazia-se tricot, jogava-se cartas, bingo e outros jogos de competição. Disseram-me haver clubes de velhos que tinham também membros mais novos e onde aparecia gente nova para almoçar. Eu próprio fui convidado para isso.

Dizia-se que era preciso tirar ao clube o aspecto "assistêncial", fazendo as membros participar na direcção, escolhendo a ementa, procurando obter receitas através de rifas, pequenas subscrições e outros meios. O serviço social procurava recrutar para cada grupo pessoas que já fossem amigas ou conhecidas. Alguns artistas de teatro e conferencistas apareciam em dias de festa para animarem o clube.

Mas havia gente que recusava frequentar o clube e preferia estar só em casa.

A organização dos lazeres é complemento da política da velhice e em muitos países. As férias na montanha ou na praia para os pensionistas das habitações colectivas, as visitas aos museus, as excursões, a obtenção de preços reduzidos em centros de turismo, fora da estação, eis alguns aspectos de convívio e ocupação do tempo, que se deve fomentar para a gente idosa, a qual nem sempre é pobre e tende quanto pode a viajar cada vez mais.

A assistência sanitária, integral da velhice:

O envelhecimento das populações e uma política activa da velhice impõem a previsão de uma estrutura geronto - geriátrica, isto é, do uma cobertura sanitária da terceira idade. Como para os outros homens, a saúde integral, na sua definição O. M. S., é um dos direitos fundamentais do idoso.

Articulo a seguir, no desejo de resumir, alguns aspectos desejáveis desta estrutura:

1) A investigação geronto-geríátrica. - O progresso deste ramo de medicina e os êxitos que tem obtido no prolongamento da vida humana e no retardamento e recuperação da invalidade, nos idosos exigem que se fomente a ampliação do conhecimento, porque nunca como aqui a medicina pode tão directamente aumentar a saúde e a vida.

2) O ensino geronto-geriátrico a todos os níveis desde o grau universitário até ao da auxiliar domiciliária de geriatria - Os volumes do pessoal que a profilaxia, a clínica, a reabilitação e a assistência domiciliária exigem numa organização sanitária mínima correspondendo ao número crescente da gente da terceira idade é de causar apreensões.

radiologia -, de assistência domiciliária e ambulatória, de serviços de geriatria rios hospitais, de hospitais especiais para crónicos, etc.

ú) A reabilitação. - Todos sabem o que de maravilhoso vai produzindo este ramo da medicina e mais maravilhoso o que se consegue com ele em geriatria. Haja em vista o que se tem feito na recuperação de hemiplégicos do Centro de Alcoitão.

Citei o serviço de recuperação do Hospital-Asilo de Ivry. Cito agora o Bayon de Soleil, notável centro de geriatria, traumatologia e readaptação de Montignies-lo-Tilleul, na Bélgica. E não esqueçamos a importância especial que psiquicamente tem no idoso o tratamento de reabilitação. Lembremos também os aspectos que toma a assistência