Se a taxa de mortalidade de 1900 se não tivesse modificado esse rendimento seria diminuído não de 1400 milhões, mas de 61 000 milhões de dólares.

Esta foi a economia resultante da redução que sofreram as taxas de mortalidade.

Os cálculos não estão feitos para Portugal, mas é fácil admitir que serão muito elevados os prejuízos que nos causam a ele v, ida taxa de mortalidade infantil, acrescidos dos que resultam da emigração das populações activas.

A política pira a infância e para a juventude assumiu, no mundo contemporâneo, uma nova dimensão. Ela não se limita hoje a lutar contra a doença e contra a morte - a reduzir as taxas da morbilidade e as da mortalidade. E a visa, sobretudo, a preparação da criança para a vida, a sua integração no mundo dos adultos, a promoção de um desenvolvimento físico, mental e afectivo harmónico e o combate às diferentes causas da sua desadaptação física, psíquica e social.

A criança, restes seus aspectos, é um problema moderno, como o proclamou o Prof. Robert Debré. A prova das condições materiais da cultura e da moral dos diversos países pode aferir-se pelos esforços re alizados á favor da infância e da juventude.

A Declaração dos Direitos da Criança de 20 de Novembro de 1959; a declaração do Secretariado-Geral das Nações Unidas de 1962; a mesa-redonda realizada em Bellagio em 1964 (que reuniu planificadores e especialistas da infância, representantes das várias instituições especializadas Ias Nações Unidas), e outras conferências da F. I. S. E. de 1965 e 1966 são demonstração evidente da importância cada vez maior que o mundo moderno está dane o aos problemas da infância.

Do relatório desta mesa-redonda consta textualmente:

Geralmente, os planos de desenvolvimento económico e social contêm disposições que dizem respeito implicitamente às necessidades da infância e da juventude, como, por exemplo, aqueles que visam a elevação do rendimento nacional e a melhoria da formação profissional, na medida em que contribuem para melhorar as condições das crianças do país. Todavia, se considerarmos o que até à data foi feito, somos levados a concluir que se devia conceder um interesse mais sistemático a todos os aspectos do desenvolvimento relativos à infância e à juventude ... e que os planos de desenvolvimento deviam dar maior relevo às necessidades sociais da infância e da juventude, a fim de que as mais importantes não fossem descuradas ou subestimadas.

Vozes: - Muito bem!

O Orador:

Não é desejável criar um departamento autónomo, à escala governamental, para a infância e juventude, mas antes proceder a uma análise metódica dos investimentos e dos gastos de consumo necessário às crianças e aos jovens ... Cada país, seja qual for o seu equipamento estatístico e organização da planificação, deve promover uma «política nacional da infância e da juventude».

Os elementos essenciais de uma tal política devem residir nu na declaração geral sobre os problemas das gerações jovens e numa definição das etapas previstas para atingir os objectivos fixados no final de dado período. Esta declaração deve comportar igualmente um apelo a todo o país, no sentido de assegurar o seu apoio moral e a participação efectiva da população na realização desses objectivos. Para além dos objectivos de desenvolvimento relativos às necessidades materiais do país, tais como a saúde e a nutrição, também a política nacional da infância deve prever as medidas necessárias para inculcar valores fundamentais, tais como a honestidade, o respeito pela democracia, a lealdade para com o seu próprio país e um profundo sentido de compreensão e solidariedade internacionais.

Julgo azado o momento para declarar que considero da maior conveniência política que o Governo defina claramente uma política da infância e da juventude, exponha em linhas gerais as ideias que a norteiam e os fins políticos e económicos a atingir, ao mesmo tempo que estabeleça um programa escalonado de prioridades para lhes dar execução, dentro das nossas possibilidades. Teríamos a vantagem de dispor de um programa geral de trabalho de uma orientação definida e escusávamos de andar com programazinhos parcelares desconexos, onde se gasta muito dinheiro e onde todos nos iludimos porque não vemos que os resultados possam considerar-se brilhantes.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Com esse plano geral da política da infância e da juventude haveria justificação para reduzir muitos dos investimentos doutros sectores que não nos parece que tenham a urgência e a importância deste. Viria até daí uma coragem e uma justificação para fazer o que, nas condições actuais, ninguém se tem mostrado capaz de executar.

Não nos podemos contentar em satisfazer as necessidades pessoais de saúde, nutrição, ensino e segurança pessoal da infância e da juventude, mas temos de encarar decididamente as suas necessidades sociais, isto é, a sua preparação para a produção e para o desenvolvimento geral.

Como são múltiplas as necessidades, os governos são levados a concentrar a sua atenção em um ou dois problemas considerados como mais importantes, como a educação e a mortalidade infantil, e abandonam os outros considerados menos urgentes. Nalguns países cuida-se relativamente bem da primeira infância, mas esquecem-se as crianças dos O aos 6 anos. Noutros tam

Vozes: - Muito bem!