tunidade de apreciar o portuguesismo da boa gente daquelas terias, e na Guiné pôde observar que todo aquele emaranhado de raças e tribos, constituindo um verdadeiro xadrez etnográfico, irmanava na mesma decisão de defender o seu terrão natal e continuar ligado à bandeira d is quinas.

Teve ainda S. Ex.ª ocasião de percorrer de lês a lês a cidade de Bissau e visitar algumas regiões do interior, sempre aclamado com entusiasmo e simpatia pelas respectivas populações, e esteve nalgumas dessas regiões a escassas três dezenas de quilómetros das frentes de combate.

Sempre sorridente e afável, S. Ex.ª auscultou os anseios das populações autóctones, contactou com as forças vivas para conhecer a situação económica da província e pôde, assim, certificar-se da persistência e da tenacidade com que todos aqueles portugueses procuram consolidar a retaguarda para, em franca colaboração com as forças armadas, tornarem possível e rápido o dia da vitória final.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Nunca é de mais salientar os relevantes serviços que o venerando Chefe do Estado vem prestando à Nação, e com a sua viagem à Guiné S. Ex.ª procurou acompanhar, pari passu, a vida administrativa, económica e social daquela parcela do espaço português, e desta sorte a Guiné sentiu a presença cio almirante Américo Tomás e o calor do seu apoio e do seu exemplo dedicado e serenamente lúcido. Esteie S. Ex.ª nas terras ardentes da Guiné, e pôde assim demonstrar mais uma vez que ali também é Portugal.

Teve riscos a visita do Chefe do Estado? Ninguém o ignora. Mas todos esses riscos foram altamente recompensados com o êxito dessa inolvidável viagem, cuja repercussão internacional foi de incalculável valor.

A Câmara Municipal de Bissau, querendo comemorar esta data festiva, resolveu, por unanimidade, proclamar o venerando Chefe do Estado e o Ministro do Ultramar cidadãos honorários da cidade, e a Liga dos Amigos da Guiné, a que tenho a honra de presidir, resolveu associar-se a esta manifestação de respeito e simpatia pelo mais alto magistrado da Nação, e, assim, vai levar a efeito uma série de conferências, exposições fotográficas e de arte nativa e projecções de filmes respeitantes à Guiné em todo o País, para procurar chamar a atenção de todos os homens de boa vontade e da nossa juventude pelos problemas da martirizada Guiné.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Cometeria uma grande falta se deixasse passar despercebido o dia de hoje, dia festivo para as gentes da Guiné, que jamais se esquecerão da bondosa figura do venerando Chefe do Estado, que em todos deixou um admirador profundo, e traduzirei bem o sentir de toda a população da província, brancos, mestiços e negros, pedindo a Deus que continue guardando o Chefe do Estado e que nos ajude a dar à Guiné a paz e o sossego de que bem precisa para conseguir o desenvolvimento a que tem jus.

Prestando as minhas homenagens ao venerando Chefe do Estado, apresento a S. Exa., em nome de toda a população da Guiné, os mais vivos agradecimentos.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Salazar Leite: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Há imagens de cenas vividas ou que nos foram transmitidas que, por muito afectarem a nossa sensibilidade, ficam gravadas em nosso espírito.

Algumas delas desfilam neste momento no meu pensamento ao recordar, passado um ano que hoje se completa, tudo o que se exteriorizou na visita de S. Ex.ª o Presidente da República ao arquipélago de Cabo Verde, depois de idênticas jornadas na província da Guiné.

Mas, para além de todas as manifestações de entusiasmo, respeito e simpatia de que fomos testemunhas e que cercaram essa visita, foi o seu significado profundo que fez prevalecer essas imagens em meu espírito.

Recebemos uma grande herança dos que nos precederam, herança que, por pesada nos dias do presente, não podemos ignorar e abandonar; por ela temos a obrigação de nos manter no sentido que conduz ao alvo a atingir, caminhando juntos, para a civilização, com gentes e povos a quem demos a nossa amizade e que são elementos de uma mesma pátria.

Foi essa finalidade que S. Ex.ª o Presidente da República nos quis recordar e que, para a atingir, forçoso é caminharmos unidos, tendo sempre presente que, assim actuando, lutamos pela felicidade desses povos, felicidade que não atingiriam seguindo por outras veredas, que não as estradas limpas do direito e do amor por todos os que connosco procuram o bem da humanidade.

Eu e o meu colega de círculo, em nome das gentes de Cabo Verde, voltamos a agradecer-lhe, Sr. Presidente da República, o exemplo que nos soube dar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Elísio Pimenta: - Sr. Presidente: Dinamizar, descentralizar e responsabilizar ...

Eis o método de governo do Sr. Ministro das Comunicações, enunciado por ocasião da sua recente visita à cidade do Porto.

Mas, ao tomar contacto com os serviços e os problemas dependentes do seu Ministério, ao estudar as soluções, ao incentivar os trabalhos em curso, fez o Sr. Ministro, durante a visita, política da melhor, porque não se limitou a prometer ou a calar, mas, dinamizando os homens e os serviços, descentralizando a execução dos empreendimentos e marcando metas e prazos, convenceu mesmo os cépticos das viagens oficiais de que chegara a hora de pôr fim às obras nunca acabadas ou de se iniciarem as nunca começadas.

Não houve sessões solenes, não houve banquetes, não houve discursos, não houve distinções honoríficas. Trabalhou-se.

E outra virtude política mostrou possuir o Sr. Ministro, com o aval, aliás, dos anos passados à frente do mais vultuoso e espectacular empreendimento executado em Portugal nestas últimas décadas, a Ponte Salazar, de que, se a publicidade extemporânea pode prejudicar o silêncio dos trabalhos de gabinete, a opinião pública lhe merece a consideração de conhecer a tempo quanto o Governo se propõe fazer, ou está realmente a fazer, ou de saber a razão por que não faz, ou faz mais vagarosamente do que o previsto, o anunciado ou o desejado.

A retina do governado é extremamente sensível à imagem do governante, quando projectada sob a luz da verdade, e a .imagem nunca se deformará enquanto a luz brilhar.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Como demonstração, ponho alguns casos, entre outros, saídos há dias do segredo dos gabinetes ou