A tal propósito, cabe referir o quanto se tornaria útil a criação de um serviço próprio, enquadrado nas delegações distritais do Instituto de Assistência à Família, constituído por assistentes sociais, suficientemente preparadas para o efeito, com a finalidade de despistar tais situações, de maneira a poderem ser encaminhadas as pessoas idosas sem recursos para a melhor solução ajustada a cada caso, em si, e dentro de uma orientação geral que seja considerada a mais conveniente.

Com a adopção de uma tomada de posição válida por intermédio dos serviços dos Ministérios competentes, far-se-ia uma cobertura total do País com instalações adequadas a albergar as pessoas idosas carecidas de recursos próprios. Poder-se-ia admitir que, para este e outros problemas inerentes à solução de uma verdadeira política da velhice, fosse criado um órgão coordenador, a nível superior interministerial, que supervisionasse todas as actividades inerentes a uma protecção à velhice, como s e impõe no momento actual, e que o futuro mais justifica ainda.

A finalizar as minhas despretensiosas considerações, queria frisar devidamente, e agora é o profissional que fala, o quanto se impõe, não só pela humanidade que o caso requer, mas até pela produtividade que ainda se pode esperar da muitas pessoas idosas, a valorização crescente da especialidade médica que estuda e trata as doenças da velhice, a geriatria, individualizando-a na patologia, clínica e terapêutica médicas, de molde a formar profissionais mais bem preparados, a servir na profilaxia e terapêutica da velhice e sua eventual recuperação.

Com médicos devidamente especializados far-se-ia uma cobertura mais eficiente em assistência médica de todos os estabelecimentos hospitalares em que fossem criados tais serviços da especialidade, e sugere-se que, pelo menos nos hospitais centrais e regionais, tão acertada medida seja breve realidade. Os licenciados em Medicina valorizados com a especialidade deveriam ser os escolhidos para uma assistência médica adequada a instituir nos asilos ou outros estabelecimentos de recolhimento das pessoas de avançada idade, sobretudo tendo em vista uma recuperação a todos os títulos meritória e aplaudível, com enriquecimento da produtividade.

Muito poderia ser dito a propósito da delicada matéria em discussão, mas, de acordo com o que disse no início desta intervenção, o problema foi analisado tão profundamente pelo ilustre Deputado avisante que, realmente, pouco ou nada haveria a acrescentar. Somente quero dizer mais, e este dizer significa voto sincero, que o problema da velhice no nosso país seja encarado com a brevidade e a acuidade que merece, dentro de uma linha de compreensão humana, para além de factor de valorização do homem idoso, que nem sempre é sinónimo de velho inútil, integrado em tão importante grupo etário da população residente, que o mesmo é dizer na própria Nação, como têm sido tratados os problemas dos seus próprios filhos, pois, tendo ofertado à comunidade, durante o período válido de actividade, todo o seu melhor em produtividade material e espiritual, esperam, como recompensa, um fim de vida com ajustada dignidade.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados: Como já tinha anunciado que faria, prorrogo, usando dos poderes que me confere o § 2.º do artigo 4.º do Regimento, a sessão legislativa, de modo a poder completar-se a discussão das diversas questões ainda constantes da agenda dos trabalhos parlamentares e de outras questões que eventualmente surjam no decurso da prorrogação.

Vou encerrar a sessão.

Marco sessão para o próximo dia 25, terça-feira, à hora regimental, com a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 45 minutos.

Srs. Deputadas que entraram durante a sessão:

Antão Santos da Cunha.

António Calapez Gomes Garcia.

António José Braz Regueiro.

Arlindo Gonçalves Soares.

Francisco José Roseta Fino.

Gonçalo Castel-Branco da Costa de Sousa Macedo Mesquitela.

Gustavo Neto de Miranda.

Hirondino da Paixão Fernandes.

João Duarte de Oliveira.

José Dias de Araújo Correia.

José de Mira Nunes Mexia.

José Venâncio Pereira Paulo Rodrigues.

Manuel Amorim de Sousa Meneses.

Manuel João Correia.

Sebastião Alves.

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães.

Teófilo Lopes Frazão.

Ulisses Cruz de Aguiar Cortês.

Virgílio David Pereira e Cruz.

Srs. Deputados que faltaram à sessão:

Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães.

Alberto Henriques de Araújo.

Álvaro Santa Rita Vaz.

André da Silva Campos Neves.

Aníbal Rodrigues Dias Correia.

António Augusto Ferreira da Cruz.

António Calheiros Lopes.

António Júlio de Castro Fernandes.

António Magro Borges de Araújo.

Augusto César Cerqueira Gomes.

Augusto Duarte Henriques Simões.

Aulácio Rodrigues de Almeida.

Deodato Chaves de Magalhães Sousa.

Fernando Afonso de Melo Giraldes.

Filomeno da Silva Cartaxo.

Henrique Ernesto Serra dos Santos Tenreiro.

Joaquim de Jesus Santos.

José Guilherme Bato de Melo e Castro.

José Janeiro Neves.

José Pinheiro da Silva.

José dos Santos Bessa.

Júlio Alberto da Costa Evangelista.

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira.

Manuel Henriques Nazaré.

Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral.

D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.

Mário de Figueiredo.

Bui Pontífice de Sousa.

D. Sinclética Soares Santos Torres.