Dificuldades de natureza diversa não têm permitido estabelecer tão rapidamente quanto se desejava as bases em que deverá assentar o referido apoio.

3) Está, no entanto, em curso esse estudo, e espera-se não demore a ser apresentado, apesar de até este momento nenhuma organização da lavoura ter tido a iniciativa de fornecer algum elemento que pudesse contribuir para a sua estruturação.

Lisboa, 17 de Fevereiro de 1969. - O Secretário de Estado da Agricultura, Domingos Rosado Vitória Pires.

O Sr. Castro Fernandes: - Peço a palavra.

O Sr. Presidente: - Tem V. Ex.ª a palavra.

O Sr. Castro Fernandes: - Sr. Presidente: Desejo agradecer a V. Ex.ª o voto de sentimento que fez exarar o Diário das Sessões pelo falecimento da minha mulher, e, agradecendo a V. Ex.ª, agradeço aos meus ilustres colegas, queridos amigos, por se terem associado a ele unânimemente. Sinto que não foi uma atitude puramente formal. Sei que da parte de V. Ex.ª a devo à carinhosa, amizade, com que me distingue, da parte de todos os meus colegas à benévola amizade de que têm dado tantas provas.

Também quero aqui dizer que do seu quarto de doente o nosso querido Presidente, Prof. Doutor Mário de Figueiredo, me mandou palavras muito amigas, muito afectuosas.

A todas muito obrigado, e Deus lhes pague o conforto que me deram.

O Sr. Vicente de Abreu: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Uma série de notícias que recentemente chegaram até mim levaram-me a tomar a decisão de prestar homenagem, nesta O amara, a todos os portugueses ou seus descendentes que, longe da Pátria, a honram, pelo seu exemplo, palavra e amor.

É sempre possível a um bom português, seja em que latitude for elevar e dignificar o nome do seu país, mesmo que seja só com trabalho honesto e vida exemplar.

Há dias, publicava o Diário de Notícias, com bastante relevo, uma notícia sobre os portugueses de Toronto (Canadá), fazendo referência ao relatório do senador Horace Brown, do concelho municipal de Toronto, que em certa passagem do mesmo, e referindo-se aos portugueses do Bairro de Kensington, daquela cidade, diz que «são os representantes de um grande povo, bom e forte, com um grande sentido de família e de dignidade no trabalho».

Referindo-se depois ai crianças do mesmo núcleo, disse, entre outras coisas, que «talvez elas possam dar um exemplo de solidariedade, cheia de calor humano, a toda a nossa grande cidade».

Não é necessário fazer qualquer comentário ao que acabo de rei Atar, pois estou certo de que todos nós nos sentimos honrados pelo seu exemplo de trabalho nobre e digno em clima e condições tão diversos dos que são habituais no nosso torrão natal.

Quase simultaneamente, outros acontecimentos chamaram a minha atenção para a comunidade portuguesa que se fixou na Venezuela.

Um foi o relevo dado u despedida, em Caracas, do embaixador Dr. Rocha Fontes, e o outro, a entrega de credenciais, em Lisboa, do embaixador da Venezuela, Dr. Rafael Armando Rojas.

Do editorial intitulado «Para lá do mundo presente», publicado no jornal de língua portuguesa Voz de Portugal, de Caracas, transcrevo a parte final, como documento em que convém meditar para não deixai amolecer as vontades e resfriar o calor patriótico que anima uma das nossas maiores comunidades espalhadas pelo Mundo.

O embaixador Rocha Fontes não só dignificou ü estruturou a colónia portuguesa, revelando através dela ao povo venezuelano o que tem de nobre o povo português e qual o poder da sua capacidade criadora, como deu plena consciência u mesma colónia de que era servindo dedicada e lealmente a Venezuela que melhor podia servir Portugal.

Está o sangue português a misturar-se generosamente com o sangue venezuelano; ambos estão a construir este já tão magnífico país. E um dia virá em que a Venezuela, já um país amigo, será uma nação irmã, pelo sangue e pela cultura.

A sua obra durará para lá do momento presente, e por ela todos os portugueses e venezuelanos lhe devem estar gratos. E estão.

Além de bem documentadas referências e elogiosas citações dedicadas ao nosso venerando Chefe de Estado - o homem providencial que tem sabido, com o seu exemplo e profundo sentido político, chamar à realidade e unir à sua volta todos as portugueses de boa vontade - podem ler-se também alusões ao «país que acaba de dar ao mundo uma lição de sereno civismo e maturidade política» e ao «patriótico labor do Dr. Franco Nogueira, Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, pelo acerto com que tem vindo a dirigir as relações internacionais do seu país e sobretudo a defesa pública ultramarina».

O outro acontecimento a que me desejava referir é, como já disse, a nomeação para embaixador da Venezuela em Portugal do Dr. Rafael Armando Bojas, escritor de grande mérito, fino diplomata, grande amigo de Portugal e profundo conhecedor dos problemas ligados aos portugueses que labutam naquele grande e progressivo país da costa setentrional da América do Sul.

Os atributos de que vem investido tão ilustre diplomata são prova segura de que colaborai á eficazmente para manter, ou mesmo aumentar, o útil contacto da comunidade portuguesa residente no seu país com a Mãe-Pátria.

Sr. Presidente, Srs. Deputados: Não resta dúvida de que a nossa evolução política tem sempre grandes reflexos nas comunidades portuguesas espalhadas pelo Mundo, e é precisamente pelo interesse e patriotismo com que a comunidade lusíada fixada na Venezuela acompanha a evolução política da nossa pátria que quero neste momento e desta tribuna prestar-lhe merecida homenagem.

Não posso deixar de me referir à importância económico-financeira que tem para nós a remessa de divisas feita pela nossa comunidade na Venezuela; aos investimentos e despesas que fazem na nossa pátria; ao aumento de consumo dos produtos portugueses na própria Venezuela, etc.

São mais de 100 000 portugueses os que residem nessa rica e generosa nação, trabalhando e contribuindo grandemente para o seu progresso.