tempo que se verificará uma melhor utilização do equipamento hoteleiro instalado na zona do Geres, como meio de suporte da mais alta importância.

Com o Parque Nacional do Geres lucrará, não apenas o turismo de toda a região onde se situa, mas o próprio turismo nacional.

O que tem sido o interesse que despertam tais realizações, que o diga, por exemplo, em Espanha, quem superintende no Parque Nacional de Ordesa e, na Suíça, no Parque Nacional Suíço, cujo número de visitantes é verdadeiramente espectacular.

A direcção do Parque, como tudo aconselha, estará dependente da Direcção-Geral dos Serviços Florestais Aquícolas, ficando ainda a seu cargo a divulgação e a mentalização dos visitantes quanto à forma de comportamento frente às responsabilidades e à preservação inerentes a um parque desta natureza.

E evidente que o Parque Nacional do Geres irá obedecer às concepções internacionais em vigor, e, como elemento fundamental para o seu proficiente funcionamento, do ponto de vista técnico não existem quaisquer impedimentos -, poderia constituir uma base de apoio e de recurso ao aeródromo das Pedras Rubras. Por o atro lado, Braga possui condições e justifica o estabelecimento de ligações mais rápidas com os grandes centros pela utilização do sistema dos táxis aéreos. Eis um aspecto que deve ser decidido, para não se incorrer em grave injustiça.

Pela sua localização, pelas possibilidades naturais que apresenta e pelo interesse e entusiasmo que a sua existência tem despertado na juventude bracarense pela aviação, mercê de boas dedicações e da efectivação de festivais aéreos vários, bem merece Braga, com o seu aeródromo, uma atenção especial para a concretização de um velho sonho, que, por ser velho, nunca deixou de ser actual, encontrando, até, à medida que o tempo decorre, mais vincada justificação.

Para não tornar longa esta minha intervenção, passarei imediatamente a referir-me a outros aspectos da mais alta importância.

Se no respeitante a possibilidades de alojamento de turistas temos melhorado sensivelmente nos últimos anos, sem atingir, todavia, o nível que será de exigir- e desejam-se, devo acrescentar de passagem, não apenas hotéis de luxo ou de l. ª classe, mas de 2. ª classe -, o certo é que existe uma cidade que quase nada tem - nem um hotel, nem uma estalagem -, e essa cidade é Barcelos. Sendo visitada frequentemente por nacionais e estrangeiros vindos de longes terras, para admirarem os seus monumentos e o seu variado e tão divulgado artesanato, que hoje facilmente se aprecia num bem orientado centro de recolha e venda, instalado na Torre da Porta Nova, para admirarem ainda a sua feira semanal, cartaz inigualável que nos honra, ficam perplexos ante a impossibilidade de aí poderem permanecer uns dias. Dispõe a cidade de uma bela esplanada com um pequeno edifício, denominado "Turismo", sobranceiro ao rio Cávado, e pensa a Câmara Municipal, e bem, que não é possível dilatar por mais tempo a construção no mesmo local de uma estalagem, a suprir uma deficiência que envergonha e se torna deprimente. Para isso, depois de exaustivo estudo, sei ter sido submetido ao director-geral do Turismo, Sr. Engenheiro Álvaro Roquete, um anteprojecto para apreciação. Ora, tanto o ilustre Secretário de Estado, Sr. Dr. César Moreira Baptista, como o director-geral do Turismo, já honraram Barcelos, por mais de uma vez, com a sua sempre bem acolhida presença e conhecem em toda a extensão a verdade das minhas palavras e a justiça que neste momento se reclama por meu intermédio. Estou certo de que para SS. Ex.ªs não são necessárias mais do que estas sucintas palavras, que não deixarão de encontrar o devido eco em quem tem a noção exacta dos problemas e lhes sabe dar a prioridade indispensável quando surgem com tão clara e cruel realidade.

Quanto a empreendimentos que venham a completar em mais larga escala o que a estalagem só por si não resolve, eles surgirão naturalmente pela iniciativa particular, que já começou a despontar, pois Barcelos possui homens com possibilidades económicas e dedicados à terra onde nasceram.

Por sua vez, pelo que me tem sido dado observar, a cidade de Guimarães está carecida de instalações hoteleiras que correspondam às exigências actuais e à altura dos seus pergaminhos e incontestável importância. Julgo que convinha estimular a modernização do que já existe ou fomentar a criação de uma nova unidade que viesse facultar uma estada agradável e cómoda.

O Sr. Duarte do Amaral: -V. Ex.ma dá-me licença?

O Orador: - Faça favor.

O Sr. Duarte do Amaral: - Tenho ouvido com o maior prazer a notável intervenção de V. Ex.ma em prol das terras que ambos representamos. Quanto ao hotel de Guimarães de que fala, devo dizer que cumpre perfeitamente a sua missão, dentro da respectiva categoria, mas não creio que possa transformar-se em unidade que dê satisfação a numerosas pessoas que demandam aquela cidade. De resto, o problema hoteleiro no meu concelho é deveras complexo, visto que há o caso da cidade, com a sua intensa actividade comercial e industrial, com os seus altos valores artísticos e as suas tradições, e o da Penha, que lhe está muito ligado. Há também, e por outro, os problemas de Vizela e das Taipas, magníficas e lindíssimas estâncias termais. Em Vizela, o assunto não está bem resolvido relativamente à sua categoria, mas há, em todo o caso, um hotel bastante aceitável; nas Taipas, o caso carecerá ainda mais de urgente solução. Quanto à cidade de Guimarães e à Penha, o problema poderá pôr-se assim: são precisos um hotel na Penha ou em Guimarães e uma pousada em Guimarães ou na Penha, ou ainda a meio do caminho. Espero, no entanto, dar ainda aqui a minha opinião no próximo mês de Março sobre este e outros problemas que interessam ao meu concelho.

O Orador: - Pois agradeço a V. Ex.ma, Sr. Deputado Duarte do Amaral, as considerações pertinentes que acaba de fazer e que vêm completar de certo modo este aponta-