Agora mais um passo nesta caminhada predeterminada para a destruição de influência europeia no Mundo. Esta dirigiu-se directamente ao coração do próprio continente negro, cumprindo-se, assim, a antevisão estratégica de Lenine, quando preconizava essa rota para se conseguir a submissão total da Europa ao oriente eslavo. Refiro-me à conquista do ex-Congo Belga. Para tal, de novo se aliaram as forças subversivas e, sob a égide da O. N. U., utilizando soldados de várias pseudonações negras, da gélida Suécia e material americano, foram «acudidos os interesses belgas e ingleses nas actividades industriais desse país e em sua vez, ocupando mais um vácuo, fixaram-se nesse rico, hoje desolado território, os capitalistas americanos. Esta guerra ficará talvez para a história, conhecida pala do vaivém tchombiano, e no fim dela, a Rússia, como boa jogadora que tem sido, coleccionou mais um precioso trunfo, isto, é claro, tendo em vista negociações futuras.

Seguem-se nesta maré de autodeterminações africanas, além de muitas outras, a Zâmbia e a Tanzânia, após o Quénia, isto é, o fechar das últimas lojas criadas pelo grande ministro da rainha Vitória.

Não será necessário lembrar mais passos, julgo, deste verdadeiro desmanchar de feira da comunidade britânica e de outras c e menor vulto, para definir o que representou, representa e representará para a Europa e para o mundo ocidental a objectivação da sábia política ultramarina de Salazar, digamos a projecção hoje universal da mensagem portuguesa.

Quando as verdadeiras forças da nação americana, e não aquelas que suportam os encargos financeiros das propagandas eleitorais, bem como as que dominam na grande imprensa desse país, pontificarem, efectivamente, na sua política, então sim, melhor se avaliará o que representou para a salvação do mundo ocidental, incluindo nele, como é óbvio, a grande nação americana, o sacrifício da juventude lusa dado em holocausto de uma civilização a que pertencem milhões dos mais evoluídos habitantes deste planeta.

Então se aquilatará, sim, certamente, o valor do desafio português.

E não foi necessário para ta] êxito, nem entrar na corrida dos computadores, nem gastar vultosos haveres para chegar mais cedo à Lua ou a Marte. Bastou, sim, apenas, seguir o rumo dos verdadeiros ventos da história, e não aqueles que o Sr. Mac Donald levantou e que causaram tão grandes tempestades por esse mundo fora. E esperemos também que essa outra grande nação - a Grã-Bretanha - volte ao bom caminho e conquiste assim o direito de continuar a servir uma civilização para cujo esplendor largamente contribuíram, no passado, notáveis pensadores, cientistas e tantos outros vultos dessa maravilhosa terra insular.

Andam hoje muito em voga, dizia há dias em notável «conversa em família», o ilustre Presidente do Conselho, Prof. Marcelo Caetano, referindo-se «aos termos direita e esquerda para significar posição política em relação aos quais se procura situar o Governo»:

Trata-se - dizia - de palavras de sentido muito equívoco. Todavia, se a essência de esquerda está no movimento, se o espírito da esquerda é o da reforma social, não me esquivo à qualificação que dessa tendência possa resultar. Mas na medida em que a direita signifique a manutenção da autoridade do Poder para permitir a normalidade de vida dos indivíduos, o respeito das esferas da legítima actividade de cada um e o funcionamento das instituições que asseguram a ordem -então, e sobretudo nos tempos que correm, creio que nenhum governo, em qualquer regime que seja, pode deixar de ser dessa direita.

E assim termino, após a leitura deste conceito lapidar, dizendo que a mensagem portuguesa leva-nos a seguir em frente, continuando a dar ao mundo, pelos tempos fora, o necessário alento para que surjam na estrada do porvir novos marcos de resplandecente progresso, de esperança sincera e de verdadeira paz entre os homens.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Águedo de Oliveira: - Sr. Presidente: Diz-se que a análise, o ordenamento e legado, da história devem ser renovados em cada geração, porque a esta pertencem.

A verdade não dorme, e mesmo nos seus momentâneos obscurecimentos se está fazendo a luz dos seus novos trabalhos.

Nos últimos anos, a pesquisa e a reconstrução da história do vinho do Porto avançaram vários marcos, que convém registar para melhor compreender, e, sendo assim, melhor solucionar.

Por aqui começo.

Warner Allen, o mestre André Simon, William Jounger, Eduard Hyarns e outros melhoraram os fastos e contribuíram com novos acertos.

Também o nosso brilhante colega Prof. António Cruz, mostrou há pouco como, nas vésperas de Alcácer Quibir, o vinho de Ribadouro era metido em Miragaia e dali carregado para a Europa fria ou reexpedido através da feitoria de Viana do Castelo.

Um diplomata do Foreign Ofnce, A. D. Francis, escreveu sobre os «Methuens em Portugal» de 1691 a 1708.

Dá números de rigor sobre as carregações de vinhos portugueses e de vinhos portuenses entrados em Inglaterra.

Nós comprávamos cada vez mais, e de tudo - tecidos e sedas, chapéus e calçado, biscoitos e bacalhau, arroz e trigo -, o que ainda hoje continua.

O vinho de saca demonstra-se ser de embarque, segundo a nomenclatura das nossas leis e de Ribeiro de Macedo, e não quer dizer «seco, ou seja, xerez. O vinho osey era de dessert e caro.

O primeiro vintage chegado a Londres era da magnífica colheita de 1775, em garrafa evoluída.

O consumo do porto estava difundido no tempo do rei Guilherme e da rainha Maria.

Sabe-se quando chegaram a Inglaterra e como eram as primeiras garrafas. Em 1720 já era prática corrente dos mercados ingleses o reforço com aguardente.

Portanto, devemos acompanhar tais estudos e o património deles decorrente deve ser preservado.

Existe em Gaia um esplêndido museu da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas de Alto Douro, que deve ser acrescentado e melhorado, e parece-me que tão prestigiosa instituição pombalina devia vender apenas vinhos de alta estirpe e de elevado preço, não vulgarizando um nome mais que respeitável.

Nós dispomos de um lugar invejável na produção e comércio mundial. Titulamo-nos com dois brasões invejáveis: o porto e o madeira.

Mas outros poderiam apontar-se. Só por si, o porto encerra um capítulo dos mais brilhantes da nossa história económica.