Modificação do regime de trabalho e seu aperfeiçoamento nas várias instituições;

3) Adaptação do radiorrastreio e melhoria do seu funcionamento. A despeito de fazermos cerca de um milhão de radiofotos em cada ano, carecemos de: Marcar novos tipos de periodicidade do radiorrastreio a certos grupos populacionais;

c) Fazer o contôle sistemático do doente no diagnosticados ou mesmo suspeitos. Melhorar as condições de tratamento: Instituir tratamento precoce e correcto do doente;

b) Fazer a sua educação sanitária, dando-lhe consciência da necessidade de tratamento ininterrupto e prolongado;

c) Fazer o controle sistemático do doente no que respeita à aplicação dos medicamentos e à evolução da doença. Melhorar o rastreio bacteriológico, alargando a rede de laboratórios de análises clínicas, preparando microscopistas; além disso, em todos os casos de baciloscopia positiva, fazer provas de sensibilidade antibacilar;

6) Melhorar o nosso equipamento radiológico, para não obrigar os doentes a grandes deslocações, para fazer telerradiografias ou tomografias;

7) Intensificar a vacinação pelo B. C. G., aumentando o número de brigadas e interessando todos os médicos na obtenção de uma preparação técnica que lhes permita fazer a selecção dos indivíduos a vacinar e a aplicação da vacina B. C. G.

Enquanto houver uma endemia que nos dá ainda muitas viragens tuberculinas por infecção tuberculosa, temos de vacinar um maior número de recém-nascidos e de anérgicos. Temos em cada ano no continente mais de 190 000 nado-vivos.

O ideal seria vacinar todos os nado-vivos e a maior parte, se não a totalidade, dos anérgicos, quer dizer, dos que ainda não foram infectados. Ora, das crianças no primeiro ano de vida não vacinámos senão 41 104 em 1966 e 43 676 em 1967, quer dizer, menos de um quarto das que devíamos vacinar! O total das vacinações - destes e dos anérgicos de outras idades - entre 1962 e 1965 manteve-se entre 261 152 e 289 530 e baixou em 1966 para 136925. Em 1967 só atingiu 179 571. Os 289 530 de 1965 foi o máximo anual atingido até hoje.

Estamos convencidos de que a vacinação B. C. G. teve uma importância decisiva na redução intensa que sofreram as formas graves de disseminação pós-primária da tuberculose e mesmo dos casos de primoinfecção tuberculosa. Hoje é muito raro ver umas e outras formas. E julgo de interesse informar que das crianças internadas, até há poucos anos, no Sanatório de Manuel Tápia, desde o início do seu funcionamento - e que rondaram pelas novecentas -, nenhuma delas tinha sido vacinada pelo B. C. G.

8) Manter e alargar a distribuição gratuita de medicamentos da 1.º linha e também alguns da 2.º (embora condicionada). Como se sabe, o I. A. N. T. tem feito larga e generosa distribuição gratuita destes medicamentos, na esperança de conseguir obter grande número de curas e de modo que as razões de ordem económica não pudessem ser invocadas para que se não fizesse o moderno e conveniente tratamento. Os resultados, porém, não foram tão bons como ele esperava, por falta de educação sanitária dos doentes, por causa da irregularidade dos seus tratamentos ou da sua muito precoce suspensão e ainda por não ser possível fazer um controle e uma assistência suficientes a esses doentes em tratamento ambulatório. O tratamento tem de ser correctamente instituído, tem de ser suficientemente prolongado e tem de ter a colaboração activa e consciente do doente;

9) Manter e alargar a acção tão importante e de tão alto interesse do nosso projecto-piloto, que há anos, mercê da acção conjunta do I. A. N. T. e da Fundação Calouste Gulbenkian, iniciou a sua actuação no distrito de Leiria, que depois abrangeu alguns concelhos do distrito de Coimbra e agora se estendeu ao distrito de Santarém.

É uma concepção moderna da luta e da assistência às populações rurais em outros sectores para além da tuberculose. A maneira como têm actuado e os resultados que têm conseguido bem merecem que tanto o Estado como a benemérita Fundação o dotem com o necessário para alargar, in tensificar e melhorar a sua tão interessante experiência de massa. Na mesa-redonda que no ano passado se realizou nas Jornadas de Medicina do Trabalho na Figueira da Foz foram claramente expostos os conceitos, os objectivos e os resultados dessa tão original campanha.

A enumeração que aqui fica não é só o ponto de vista do Deputado que a expõe - é também o dos próprios responsáveis pela direcção superior da luta. Em reuniões em que tive a honra de participar foram discutidos todos os aspectos técnicos e todas as possibilidades de aplicação destes elementos que aqui cito.

Também, com isto, não trago qualquer novidade ao ilustre Ministro da Saúde e Assistência, que durante anos guiou, com inteiro aplauso de todos os seus colaboradores responsáveis, esta campanha contra este terrível flagelo social.

Se aqui os trago é para dar conhecimento ao País da marcha da luta, para que ele se inteire dos seus resultados, para que saiba como têm sido aplicadas as verbas que lhe têm sido concedidas e para que verifique que os elementos da luta suo objecto de adaptação constante às novas condições do meio e às novas descobertas da ciência.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - E não só para isso - para que o Governo saiba que não podemos abrandar esta luta sem corrermos o risco de ver aniquilado tudo o que se conse-