à economia de tempo, chamar a atenção dos responsáveis para o que se vem passando com relação ao trânsito rodoviário no Note do distrito de Aveiro, nomeadamente nas vilas de Oliveira de Azeméis e de S. João da Madeira. Pela sua indústria, pelo seu comércio, pelas suas belezas naturais e pela sua situação geográfica são elas, sem dúvida, das terras mais importantes e progressivas do distrito. Mercê das suas excepcionais condições de trabalho e de vida, as suas populações crescem e desenvolvem-se extraordinariamente, a atestar qualidades ancestrais de povos e que nasceram para não parar e com a alma transbordante de amor pelas suas terras. Ambas são atravessadas pela estrada nacional n.º 1, o que, se em tempos atrás foi factor poderoso do seu progresso e desenvolvimento, está actualmente a trazer-lhes problemas de trânsito que urge resolver.

De facto, quem tem de atravessar as duas referidas vilas, principalnente nas chamadas horas de ponta, depara com inúmeros embaraços, vê-se verdadeiramente em papos de aranha, como se costuma dizer. A intensidade do trânsito automóvel na estrada n.º l, entre Oliveira de Azeméis e a cidade do Porto, é das maiores do País, como já aqui acentuei na sessão anterior. E tal trânsito, como é sabido, tende a aumentar, tornando-se, por isso, cada vez mais premente a necessidade de encontrar uma solução para caso de tanta importância, não só para segurança pessoal e tranquilidade dos habitantes dos dois aludidos centros urbanos, mas também para sossego e comodidade de quem diariamente as atravessa. E como o desvio da estrada nacional n.º 1 dos dois citados centros, já projectado e aprovado, se deve encontrar prejudicado pelo tão indispensável prolongamento da auto-estrada dos Carvalhos, como os jornais já noticiaram, há que, urgentemente e sem delongas, procurar resolver problema de tanta monta, qual é o da travessia rodoviária das duas importantes povoações.

Em Oliveira de Azeméis, sabemos nós que o ilustre presidente da Junta Autónoma de Estradas, a quem os problemas rodoviários constantemente preocupam, aceitando uma sugestão do Exmo. Director de Estradas do distrito de Aveiro, sempre atento também a tudo quanto Be relaciona cem o importante departamento que criteriosa e inteligentemente dirige, mandou elaborar um projecto para uma outra rodovia na periferia da mesma vila, que virá solucionar o trânsito automóvel para mais de vinte anos. Oxalá que tão útil quanto indispensável obra se não faça esperar para bem dos povos e facilidade, segurança e comodidade de todos quantos utilizam as nossas estradas. Ela representará para Oliveira de Azeméis um grande melhoramento, que a saberá agradecer.

Urge que em S. João da Madeira se faça igual estudo para descongestionamento das suas vias de comunicação, mormente na mesma estrada nacional n.º l, que a atravessa de lês a lês, tornando-se verdadeiramente desordenado e até católico o trânsito de automóveis por ali numa grande parte d is horas do dia. Estou certo que este meu apelo, que é o apelo da gente laboriosa da vila de S. João da Madeira, não deixará de encontrar receptividade nos espíritos compreensivos e esclarecidos dos responsáveis pelo trânsito e circulação rodoviária do País, porque ele, além de tudo, é justo e expressa uma imperiosa necessidade para o crescente desenvolvimento daquela importante terra. Para segurança das pessoas, para comodidade dos utentes das estradas e para tranquilidade dos espíritos há que solucionar estes deis problemas - os das travessias nas vilas de Oliveira de Azeméis e S. João da Madeira - mais urgentemente possível.

E já que estou falando em trânsito rodoviário, não quero terminar sem também, uma vez mais, e secundando o apelo dos nossos ilustres colegas Deputados Pinto de Meneses e Alves Moreira, lembrar ainda a premente necessidade que há em dotar a vila de Espinho de acessos fáceis e cómodos para quem a demanda, quer do Norte, quer do Sul. Os que existem não podem servir de forma nenhuma tão linda e importante praia, que, além de ser das mais frequentadas do Norte do País, é hoje um centro comercial e industrial de primeira grandeza, onde, diariamente, acorrem milhares de pessoas, ou para gozar os encantos do mar ou para tratar dos seus negócios. Outro tanto se poderá dizer das não menos progressivas e importantes vilas de Estarreja, Ovar e Vila da Feira, servidas por estreitas e tortuosas estradas, a recordar os tempos pacatos e talvez saudosos das velhas diligências e dos carros puxados por luzidias e fogosas parelhas. Há que substituir ou, pelo menos, alargar e rectificar o mais brevemente possível essas tão anacrónicas vias de comunicação, trazendo assim aos povos que elas servem a segurança e a comodidade a que têm incontestável direito. E, Sr. Presidente, fico com a esperança de que este meu segundo apelo sobre o trânsito rodoviário no Norte do meu distrito, que dia a dia se vem fazendo com mais dificuldades e incomodidades, seja ouvido e atendido o mais depressa possível. Recordo que não vem longe o 1980 e nesse ano as estradas no distrito de Aveiro não comportarão senão o trânsito unilateral, como avisadamente se disse numa bem elaborada estatística do Ministério das Obras Públicas e já por mim aqui referida. E é preciso não esquecer também que o tráfego médio diário no mesmo distrito de Aveiro é o maior do País, superior ao do Porto e ao de Lisboa, a reclamar medidas urgentíssimas e adequadas para que se não venham a criar situações embaraçosas de trânsito, difíceis, se não impossíveis de remediar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

o homem tem travado uma luta constante para dominar o rio e melhorar as condições de cultivo dos seus campos, de forma que lhe permitam melhores condições de vida. Luta dura e inglória, pois, apesar de tudo, as terras fertilíssimas do vale do Mondego foram-se recobrindo de camadas sucessivas de areia, que as águas arrancavam às encostas nuas da serra e vinham depositar na planura do vale.

As cabeceiras do rio, de encostas desarborizadas por uma exploração primitiva da terra, em que a queimada