As estatísticas que se citam neste parecer e as que figuram no volume III de L'Éducation dans le monde, da U.N.E.S.C., são elementos que contribuem fortemente para salientar a necessidade de reestruturar com urgência, em todos os níveis educacionais, a política escolar portuguesa, pois a educação é hoje considerada não só um elemento fundamental do desenvolvimento económico de uma nação, mas também um direito perante o qual todos se encontram em idênticas circunstâncias.
2. Um dos processos de analisar o sistema educativo de um país, e de algum modo conhecer o seu desenvolvimento económico-social, é o de comparar entre si os números de alunos matriculados nos diferentes graus de ensino.
O quadro seguinte permite fazer esta comparação em relação a outros países da Europa Ocidental:
Distribuição da população escolarizada, por níveis de ensino, em diversos países
Para um maior esclarecimento do significado da situação Portuguesa, mostra-se no quadro n.º 3 a evolução daquela relação nos últimos anos.
Alunos matriculados nos ensinos primário, secundário e superior, por anos lectivos (Continente e Ilhas adjacentes)
O nosso sistema escolar, em que continua a ser excessivamente predominante o número de inscrições no ensino do primeiro nível, embora com ligeira tendência para diminuir a favor dos outros dois, mostra-se essencialmente primário, o que implica logicamente a necessidade de acelerar o ritmo de construção e apetrechamento de unidades escolares para o ensino secundário, e simultâneamente o de acelerar e cuidar da formação dos professores respectivos.
Estas providências contribuirão para melhorar o perfil cultural da sociedade portuguesa.
Alunos matriculados no ensino secundário oficial e particular (Continente e ilhas adjacentes)
(a) Refere-se às escolas práticas de agricultura
O excesso do número de alunos em 1967-1968 sobre o de 1960-1961, ou seja, num intervalo de oito anos, é, respectivamente, de 48 067 para o ensino liceal e de 58 524 para o ensino técnico elementar e complementar. As taxas de crescimento correspondentes regulam por 43 por cento e 61 por cento, mas consideram-se muito baixas em relação às necessidades do País e aos pontos de partida.
Prevê-se que, no conjunto de todos os graus de ensino, o número de alunos cresça exponencialmente; no secundário deve atingir o milhão por volta de 1975.
Se houver em conta o potencial de crescimento escolar do ultramar português, que se processa em ritmo acelerado, conclui-se que os números apontados recebem forçosamente acréscimos muito sensíveis.
Alunos matriculados no ensino oficial (Continente e Ilhas adjacentes)