Nos anos de 1969 e 1970 as importações mundiais atingiram, respectivamente, 400 900 t e 380 400 t.

Os principais países importadores foram:

A exportação de 1969 terá representado cerca de 40 par cento da produção mundial de 1968. Os países onde as percentagens de exportações, relativamente às produções próprias, atingiram valores mais sensíveis terão sido o Chipre (75 por cento), a Austrália (72 por cento), a Grécia (60 por cento) e o Irão (56 par cento).

Em 1970 a produção foi particularmente satisfatória na Austrália, na Turquia e no Irão e deficitária na Europa e na América. Os elementos disponíveis sobre a produção e comércio mundiais de aguardentes são fragmentários e pouco seguros.

O volume de destilação da aguardente de vinho está naturalmente relacionado com a produção do vinho cerca de 2 por cento do vinho produzido).

Os principais produtores em 1970 constam do quadro XIII.

Nele se indica ainda a diferença entre a produção deste ano e 1960.

Em 1969 a França exportou 322 300 hl de aguardente de vinho e 428 900 hl de aguardente de bagaço. Nesse mesmo ano os principais importadores europeus de aguardente de vinho terão sido a Holanda (79 000 hl), o Reino Unido (48300 hl), a Noruega (16 500 hl), a Suécia (11 000 hl) e a Dinamarca (10 900 hl).

1 - Nótulas históricas Pretender aqui demonstrar a importância da vinha e do vinho na vida portuguesa afigurar-se-á esforço despiciendo, tão evidente tem sido esta presença dos tempos.

A vastidão da cultura vinhateira, o seu interesse como elemento de colonização e reconversão agrária, a mobilização de trabalho humano que sempre realizou, a própria presença do vinho no comércio de exportação, pelo menos a partir do século XIV, tudo é ilustrado por múltiplos testemunhos 15.

A partir do século XI encontram-se já nos mais diversos documentos referências à cultura da videira. As Cortes do Porto, de 1372, falam-nos das vides de enforcado na província de Entre Douro e Minho. No século XIV, para a região de Santarém, foi estabelecida uma disposição régia sobre os salários a pagar aos trabalhadores das vinhas, de acordo com os diferentes misteres (podadores, empadores, cavões, mergulhadores, etc.). Azurara, referindo-se às festas oferecidas, na cidade de Viseu, por D. Henrique, antes da partid a para Ceuta, notícia que «vieram ali piparotes de malvazia, com muytos vinhos brancos e vermelhos da terra, de todallas partes homde os avia melhores» 16.

O vinho e a vinha acompanhariam, de resto, a expansão portuguesa no Mundo. Os vinhos da Madeira eram exportados já em 1460 («assai buonissimi», como anota Cadamosto). Os do Pico foram tão famosos como os da Madeira. O Fogo vendeu vinhos para o Brasil no século XVII. Só em S. Tomé as parreiras produziram mal 17. A partir de que época se assinala a existência da vinha entre nós?

Tem-se admitido que a introdução da videira no território que viria a constituir Portugal remonta a civilização grega, por volta dos séculos VII ou VI a. C.. quando os navegadores helénicos estabeleceram feitorias no Mediterrâneo ocidental e iniciaram as suas digressões pelas costas europeias do Atlântico.

Homero e Hesíodo dão conta da sua existência na orla mediterrânica. O vinho extraído das uvas expostas ao sol era apreciado pelos Gregos.

Com a romanização da Península, a vinha acabou por mais se radicar e expandir.

Até Probus (falecido em 282) vigoraram limitações a, cultura da videira, nas províncias romanas, com o propósito de obstar a concorrência que os novos vinhos poderiam fazer aos italianos.

«Uma vez livre e desafogada de peias oficiais, foi-se estendendo e propagando sem cessar por toda a superfície, do que servem de prova os diplomas, assim como os nomes mostram que foi no domínio romano que ela se estabeleceu e radicou: tais são - vide, videira, vinha (vitis, vinca), troncho de vide (trunculus), cacho (caplus), bago (baculum), uva, vinho, vindima (uva, vinum, vindemia), podar, podão, podoa(putoare), fouce (falx), mergulhia (mergus), cuba, copo, cubilhete (cuppa, cupa, - am), pipa, pipo (pipo, are), aduela (doga); o lagar (lacar, lagar petrini) provém, quaisquer que sejam as modificações, de lacus, que era o receptáculo do mosto;

15 Cf., por exemplo, a palavra «vinho» no Dicionário da História de Portugal, vol. IV, pp. 315 e segs. Cf. igualmente «vinho» na Grande Enciclopédia, Portuguesa e Brasileira, (1957), vol. XXXVI, pp. 219 e segs.

Cf. também Álvaro da Mota Alves, «Subsídios para a história do vinho na cidade do Porto», in Anais do Instituto do Vinho do Porto, 1943, pp. 4 e segs.

17 Orlando Ribeiro, Aspectos o Problemas da Expansão Portuguesa, edição da Junta de Investigações do Ultramar, Lisboa 1982, p. 99.