dimento social na viticultura, etc., encontram-se hoje desactualizados 85.

0 mesmo acontece, repete-se, quanto aos importantíssimos sectores dos custos de produção. Refira-se a oportunidade de um conhecimento da diferenciação regional dos custos até para aferir de orientações nos domínios do condicionamento do plantio da vinha. A descida dos custos de produção constituirá elemento essencial para o êxito de uma política de concorrência nos mercados externos.

Assim, um voto a formular, é o de que estes problemas sejam objecto de estudo atento continuado.

A urgência na realização de um cadastre vitícola, e sua consequente actualização, insere-se entre as exigências de base para a formulação e execução de uma política da vinha e do vinho.

Saliente-se, complementarmente, a indispensabilidade de estatísticas pormenorizadas e actualizadas. 0 quadra XVIII pretendeu. dar uma ideia da evolução da produção de vinho no ultimo decénio, no continente.

0 ano de 1962 foi o ano record da nossa produção manifestada: 1 526 807 108 l. Nos últimos anos a produção manteve-se a baixos níveis, o que, tal como já acontecera no tempo de João Franco, contribuiu para a normalização ocasional e automática do problema dos excedentes.

0 confronto da produção com as capitações do consumo (quadro IV) revela que estas acompanharam, nos últimos anos, a baixa produção, situando-se em 1970 com menos 30 l por habitantes do que em 1957!

A serem exactos tais elementos, poderá também perguntar-se em que medida o êxodo rural e a própria alteração nos hábitos de consume das populações portuguesas não se estão a reflector no consume do vinho.

Deste modo, aspectos e considerações constantes do n.° 8 deste parecer poderão ser meditadas, tendo em conta a realidade portuguesa.

Estará generalizada entre os nossos viniculto res a ideia de que o vinho e um produto comercial e, em tal sentido, ter-se-ão adoptado estratégias adequadas ao fomento da procura?

A verdade é que presumíveis incrementos de consume resultarão, nos tempos próximos, mais de um aumento de capitação do que de um crescimento demográfico,

dadas até as actuais perspectivas tão pouco animadoras quanto a este ultimo aspecto.

A concorrência de outros produtos no mercado interno pode ser estudada por factores, como certos hábitos de consume adquiridos no ultramar ou pela emigração. Será o caso da cerveja e, até, do, whisky e do champanhe.

Tal como a Câmara de Lisboa, em 1689, se insurgira contra o consume de cerveja, também hoje o problema se poderá per, mercê de uma alteração de hábitos a que a própria permanência das camadas jovens no ultramar não será estranha.

Quanto ao whisky e ao champanhe, o quadro XXXI revela a evolução das importantes no período de 1964 a 1970.

Fonte: Junta Nacional do Vinho, relatórios e contas de exercícios.

Na medida em que os condicionamentos ao consumo de certas bebidas desapareçam ou abrandem, é, pois, natural uma intensificação nas respectivas importantes.

A posição do Pais perante as associações económicas internacionais não permite minimizar as consequências que poderão resultar de novas situações para estes problemas.

Refira-se, finalmente, o caso das falsificações, «o mais danoso e terrível inimigo da viticultura», no dizer do legislador de 1907.

Já em 1928, pelo Decreto n.° 16 193, de 30 de Novembro, se proibia o emprego da baga do sabugueiro no fabrico, preparo e tratamento de vinhos.

Não dispõe esta Câmara de elementos para avaliar da amplitude das falsificações em matéria de tratamento e comércio de vinhos. O melhor conhecimento de tais práticas nocivas e uma constante actuação no sentido de as reprimir não deixarão, contudo, de interessar grandemente a defesa da produção vinícola nacional. Nos domínios da produção, os elementos disponíveis assentam nos manifestos. A fragilidade de tais elementos tem sido algumas vezes assinalada.

As variações no número de manifestantes, de ano para ano, são sensíveis. 0 quadro XXXII revela a sua repartição por distritos, na área da Junta Nacional do Vinho, no período de 1964 a 1969.

Virgílio Dantas, «0 custo de produção do vinho (noções gerais. 0 caso do concelho de Alenquer)», Anais, 1949, pp. 141 e segs.;

Américo C. Miguel, «Generalidades sobre o custo de produção do vinho (método da conta de cultura total. 0 caso de Almeirim)», Anais, 1950, pp. 159 e segs.;

Rogério V. de Oliveira, «0 custo de produção do vinho no concelho de Torres, Vedras (sua determinação pelo método da conta de cultura total')», Anais, 1)951, pp. 185 e segs.;

Também no trabalho algumas vezes citado, «Alguns aspectos da economia do vinho em Por tugal», Anais, 1956, a pp. 135 e segs., se encontram elementos de interesse para este problema.