Portugal; as «oscilações do crédito concedido por via do desconto indirecto e dos empréstimos dependeram exclusivamente da procura de fundos por parte da banca, e não de quaisquer alterações na política do Banco Central».

No prosseguimento da sua política selectiva de crédito, n taxa- de desconto do Banco foi aumentada, em 15 de Fevereiro de 1971 de 3,5 para 3.75 por cento, vindo a ajustar-se em função da nova taxa, por efeito das disposições da Portaria n.º (62/71, os limites de juro das operações activas e passivas das outras instituições de crédito. Mas como a taxa de redesconto do Banco, aplicável à generalidade das operações, também subiu para 3,75 por cento, elevaram-se os diferenciais de juro já existentes para operações especiais: de 1,5 para 1,75 por cento no caso dos créditos à exportação nacional e a médio prazo com regime especial e de 0,75 para 1 por cento nos casos de operações referentes a bens de equipamento de origem nacional, de matérias-primas para a indústria e de bens de consumo indispensáveis ao abastecimento público, o que deveria ter estimulado a procura de fundos junto do Banco.

Ainda segundo os elementos do quadro XV, a expansão da emissão monetária do Banco voltava :i intensificar-se entre os períodos de Janeiro a Setembro de 1071 e 1972, reflectindo-se novamente- o acréscimo global registado muito menos nas «Notas em circulação» do que nas «Outras responsabilidades-escudos à vista». E nos factores de emissão mais se salientava ainda, no fim do 3.° trimestre do corrente ano, o incremento das disponibilidades líquidas em ouro e divisas, uma vez que o saldo do crédito bancário se reduzia de 1250 milhões de escudos.

Variações da emissão monetária do Banco de Portugal e seus factores

Nota.- Em virtude de arredondamentos, as variações de rubricas indicadas neste quadro poderão corresponder exactamente às diferenças das posições das mesmas rubricas constantes do quadro anterior. A posição da banca comercial (conjunto dos bancos comerciais, casas bancárias e instituições equiparadas) mostrou, no ano passado, um acréscimo de quase 29 milhões de contos no total dos depósitos à ordem e outras responsabilidades à vista em escudos e dos depósitos com pré-aviso ou a prazo igual ou superior a trinta dias, o que equivale a mais do dobro do registo em 1969. E, como se vê no quadro XVI, aquele, acréscimo repartiu-se, muito mais equilibradamente do que o do ano precedente, pelas duas classes de responsabilidade: +13,9 milhões de contos para as responsabilidades totais à vista em escudos e +15 milhões paru os outros depósitos. É de admitir que os aludidos aumentos de responsabilidades houvessem sido afectados em ambos os anos pelos dos «Saldos, e outros valores sobre instituições de crédito» (incluindo a conta de «Vales de correio e cheques»), Mesmo descontando estes saldos, as variações das responsabilidades líquidas ainda somavam + 13 256 milhões de escudos em 1969 e + 24 850 milhões em 1970.

Em correspondência com o crescimento destas responsabilidades líquidas, a banca comercial aumentava o saldo do crédito distribuído por quase 21.5 milhões de contos em 1971 (11.4 milhões no ano anterior) e as reservas efectivas de caixa por cerca de 2.9 milhões de contos (pouco menos de 1.25 milhões em 1970).

Entre o período de Janeiro a Agosto de 1971 e 1972 mantinha-se, de um modo geral, o sentido de evolução antes referido.

Com efeito, o total das responsabilidades líquidas em escudos à vista e a curto prazo crescia de 11 865 milhões de escudos naquele período do ano corrente, ao passo que, um ano antes, subira apenas de 6082 milhões. Quanto no credito bancário, o saldo eleva-se de 10 716 milhões de escudos no dito período de 1972, no passo que, no mesmo período do ano anterior, averbara um acréscimo de 7854 milhões,; mas as reservas efectivas de caixa, que haviam baixado de 1249 milhões no período de Janeiro a Agosto de 1969, aumentaram agora 218 milhões.