A importância proporcional das nossas indústrias exportadoras não tem cessado de crescer. O melhor ritmo do certos sectores (como es têxteis e o vestuário) têm fundamentalmente origem no aumento de vendas para o estrangeiro; e o exame dos novos fabricos, na década de 1955-1965 e depois disso, revela o predomínio das que se dedicam à- exportação. - Mas. só a metrópole carece de- exportar, para onde o faz?

Também aqui não é difícil responder, comparando, por exemplo, a repartição geográfica das vendas internacionais de 1953 e 1968 . Na verdade, exportámos para o estrangeiro, em 1958, cerca de 72,6 por cento do total e .para o ultramar, 27,4 por cento; apesar dos esforços feitos, esta última percentagem baixou para 26,9 por cento dez anos depois, enquanto a primeira subiu para 73,1 por cento. E, em 1958, para a E. F. T. A. e a C. E. E. encaminharam-se mais de 47 por cento das nossas exportações.

A conclusão começa, pois a impor-se: se Portugal se deixar ficar isolado em relação os áreas integradas da Europa, melhor será não pensar num aumento de exportações. E sem elo, como hã-de enfrentar-se o inevitável acréscimo de importações, sem o qual não podem ter execução o Plano de Fomento em curso e o que se lhe seguir?

O exame Já evolução da taxa de aumento das exportações metropolitanas contraprova quanto se disse. De 1954-1955 a 1959-1960 a taxa anual média de aumento, em relação à área da E. F. T. A., foi inferior a l por cento; de 1959-1960 a- 1967-1968. atingiu 16 por cento: enquanto, em relação ã C. E. E. - à qual éramos alheios -. o acréscimo foi apenas de 3.7 por cento para 7,2. E não parece que. corrigindo estes números em atenção à diversidade de comportamento interno dos preço? nacionais ou do valor externo das moedas, se possa chegar a resultados muito diferentes, tão expressivos estes são.

Por isso, não admira que nos trabalhos elaborados em 1970 pela comissão de estudo sobre a integração económica europeia se haja chegado à conclusão de que, sob o ponto de vista macro-económico, haveria vantagem em ligar Portugal à C. E. E.

O mesmo se conclui, por seu turno, da balança de pagamentos internacionais da zona do escudo em 1971.

Na verdade, a estrutura da balança geral mostra claramente a importância do conjunto das operações com a C. E. E., em especial no que respeita à economia metropolitana. E, quando se considera a Comunidade alargada pela entrada do Reino Unido, a importância torna-se ainda mais significativa.

Pelos elementos do quadro seguinte verifico-se, nomeadamente:

a) Quanto à balança de mercadorias da metrópole: no total das .importações (42.3 milhões do contos), a parte da Comunidade alargada atinge 22,9 milhões, enquanto nas exportações, que somam 23,8 milhões, a representação da mesma Comunidade é pouco inferior a 12.5 milhões;

b) Nas receitas por «invisíveis correntes», cujo montante global para a metrópole ultrapassa 34.5 milhões de contos, e em que sobressaem as contribuições de «Turismo» e do «Transferências privadas», 19,4 milhões correspondem à C. E. E.;

c) Na balança de capitais da metrópole, a médio e a longo prazos, as importações de capitais da Comunidade somam perca de 4 milhões de contos, em relação a um total de 6,8 milhões.

Por último, é ainda de notar que, do excelente da balança geral de pagamentos da- zona do escudo (8252 milhões de escudos), um pouco mais de metade se reflectiu nas disponibilidades em moedas dos países da C. E. E.

Balança de pagamentos internacionais da zona do escudo em 1971 [...]

(Em milhões de escudos)