morações. E a seguir, o Presidente Médici pôde verificar em Portugal, na visita com que nos honrou, como é viva e calorosa, na massa popular, como em toda a Nação, a admiração pela sua Pátria e pelo egrégio Chefe de Estado que até nós a trouxe.

Foi também no decurso da última legislatura que se celebrou o 6º centenário da Aliança luso-britânica, a mais antiga aliança em vigor da história diplomática Entre os actos do programa figurou a visita a Portugal de Sua Alteza o Príncipe Filipe, duque de Edimburgo, retribuída, a convite do Governo britânico, pela visita a Londres do Presidente do Conselho português Os sucessos destas visitas estão na memória de todos. E nada, felizmente, pôde perturbar a reafirmação da amizade que há séculos une os dois países e que, esperamos, encontrará no futuro novas maneiras e novos campos para se manifestar.

Srs. Deputados e Dignos Procuradores, Faço votos por que o vosso mandato seja exercido até final com a mesma regularidade e o me smo espirito de servir o País que caracterizaram as legislaturas anteriores A Nação espera de vós o esforço de compreensão e de esclarecimento dos seus problemas que permita soluções eficazes Que Deus vos inspire e acompanhe nessa delicada missão.

A assistência, de pé, aplaudiu calorosamente a mensagem presidencial

O Sr Presidente da Assembleia Nacional: - Em nome do Chefe do Estado, tem a palavra o Sr. Deputado Elmano Alves, para, em nome das duas Câmaras, responder à mensagem presidencial.

O Sr Deputado Elmano Alves: -Ex.º Sr Presidente da República. Por generosa deferência dos meus pares, alheia a méritos que nem possuo para esconder, cabe-me o honrosíssimo encargo de, em nome da Assembleia Nacional e da Câmara Corporativa, conjuntamente reunidas nesta Sala das Sessões, responder à mensagem que o Venerando Chefe do Estado, por direito próprio e nos termos constitucionais, acaba de lhes dirigir, inaugurando por forma sobremaneira auspiciosa os trabalhos da XI Legislatura.

Começarei por agradecer a presença de V Exª, Sr Presidente da República, e testemunhar-lhe os sentimentos sinceros do mais profundo respeito e deferente admiração das duas Câmaras, sentimentos esses que se confundem, afinal, com o preito de homenagem da Nação que nos elegeu seus representantes.

Tem a mensagem presidencial, só por si, a autorizá-la o selo externo da suprema magistratura da Nação. E tanto bastaria para que a acatássemos como definidora dos superiores interesses da grei no início de nova jornada parlamentar. Mas proferida por V Ex ª, reveste-se do mérito adicional e insubstituível de provir do cidadão íntegro e exemplar a quem, ao longo de sucessivos mandatos, os Portugueses souberam inequivocamente reiterar a sua plena confiança para conduzir os destinos do Estado

Aplausos

Confiança, aliás, nunca desmentida, antes sobejamente confirmada nos graves transes da vida nacional por que passámos e nos quais melhor se afirmaram ainda as suas ímpares qualidades de chefia, a corajosa serenidade com que circunscreveu e superou difíceis situações de crise, sabendo escolher os homens na hora própria e encaminhar os acontecimentos com perfeito discernimento dos lídimos interesses do País, concitando à sua volta, com resolução firme e inabalável, a unidade de todos os portugueses.

Neste momento solene, sinto que atraiçoaria o pensamento dos que me designaram se não traduzisse a justa homenagem devida ao almirante Américo Thomaz, como Chefe do Estado e chefe das forças armadas, pela insuperável rectidão com que tem sabido honrar o juramento prestado ao País de «manter fielmente a Constituição, observar as leis, promover o bem geral da Nação, sustentar e defender a integridade e a independência da Pátria Portuguesa»

Aplausos

Prevaleço-me ainda do uso da palavra que me foi conferida para desta Tribuna formular a V. Exª, Sr Presidente, na data em que celebra mais um aniversário natalício, os votos de que a vida que tão integralmente dedicou ao serviço da grei, se prolongue por muitos, dilatados e profícuos anos, envolto na estima e veneração do bom povo português.

Aplausos

O sufrágio realizado para eleição dos Deputados à presente legislatura mobilizou o maior colégio eleitoral de sempre, compreendendo mais de dois milhões de eleitores na metrópole e cerca de um milhão no ultramar.

Os esforços das entidades recenseadoras multiplicaram-se no sentido de corresponder ao desideratum expresso na mensagem presidencial proferida há quatro anos, em ocasião idêntica à de hoje, ao recomendar aos órgãos legislativos que se debruçassem sobre o problema de «aperfeiçoar o sistema de recenseamento eleitoral e até o próprio processo de votar »

O recenseamento preenche o primeiro dos requisitos básicos para incentivar a tão desejável participação dos cidadãos na vida pública, que constitui um dos aspectos - e por certo o não menos importante - do desenvolvimento global da sociedade portuguesa. A recente declaração do Sr Presidente do Conselho ao anunciar que se encontra «em estudo uma reforma que, com o auxílio de computadores, permite ensaiar um censo quase perfeito», confere-nos a certeza de que também este problema se encaminha para uma solução que não poderá deixar de merecer o cuidado interesse da representação nacional.

Como já foi acentuado, os resultados do último acto eleitoral exprimiram com autenticidade e confiança do País nos candidatos escolhidos. Esse largo crédito político não deixará de valorizar-se ao longo do exercício da actual legislatura, dadas as especiais responsabilidades que criou aos mandatários e a autoridade moral que conferiu ao próprio mandato outorgado.

Não esqueçamos, porém, o significado maior e transcendente da consulta eleitoral O País ao votar não escolheu apenas entre homens Referendou sobretudo uma política nacional, assente no respeito pela Constituição e pelos seus princípios fundamentais. E plebiscitou, por assim dizer, o Governo que lucidamente definiu essa política e afincadamente a promove e executa