bem como para os primeiros meses de 1974, não revelam afrouxamento significativo nas tensões inflacionistas Paralelamente ao crescimento acentuado da produção e da procura, as trocas comerciais na zona da O C D E deverão registar em 1973 e no l º semestre do próximo ano um desenvolvimento rápido, com elevadas taxas de expansão, tanto em volume como em valor. No ano corrente prevê-se que as importações aumentem em volume cerca de 13%, o que constitui um ritmo praticamente sem precedentes desde 1955 Para o l.º semestre de 1974, a taxa prevista é ligeiramente inferior, situando-se em 12%. No entanto, a experiência do passado leva a pensar que na situação actual do ciclo da conjuntura estas previsões poderão estar ligeiramente subavaliadas.

A progressão do volume das importações deverá acelerar-se, de um modo generalizado, em quase todos os países, mas será particularmente sensível no Japão. Por outro lado, os efeitos dos realinhamentos das paridades monetárias poderão vir a traduzir-se por acréscimos nas compras ao estrangeiro do Japão e da Alemanha, ao passo que nos Estados Unidos da América se assistirá, provavelmente, a uma certa moderação na respectiva taxa de aumento.

Em face da situação inflacionista da área da O C D E e da subida muito acentuada dos preços dos produtos de base, estão a verificar-se agravamentos relativamente importantes nos preços internacionais. Assim, o total das trocas da zona poderá aumentar em valor cerca de 20%, em 1973, e de 16%, na primeira metade do próximo ano, considerando os respectivos valores expressos nas moedas nacionais.

Provavelmente, serão os países não membros da O C D E que beneficiarão fundamentalmente da alta de preços das matérias-primas, mas certos países daquela área, como os Estados Unidos, o Canadá e a Austrália, cujas exportações de produtos primários têm certa relevância, verão, sem dúvida, as suas receitas de exportação bastante acrescidas.

Os rendimentos elevados que os países não membros estão a obter com as suas vendas de matérias-primas deverão reflectir-se, certamente, no aumento da procura de bens, sobretudo de equipamento, provenientes da zona da O C D E. Todavia, afigura-se natural a ocorrência de um certo desfasamento entre a expansão das receitas de exportação desses países e o acréscimo das suas importações. Deste modo, é natural que a balança comercial da zona da O C D E com cada uma das grandes zonas geográficas exteriores venha a registar certa deterioração em 1973, com excepção apenas da área sino-soviética.

Porém, para o l º semestre de 1974 prevê-se já um aumento de 13.5 % nas exportações para países não membros, que não deve diferir praticamente do relativo às importações (13 %) O crescente grau de dependência da economia portuguesa em relação às transacções com o exterior torna cada vez mais necessário que nas análises da

conjuntura económica nacional se atenda devidamente à influência dos factores que afectam ou determinam aquelas transacções.

Para o efeito importa considerar não apenas os reflexos das grandes tendências da conjuntura económica externa que acima ficaram assinaladas, mas também as consequências das modificações mais importantes que constantemente vão surgindo nos esquemas de cooperação económica internacional.

Nessa perspectiva são de apontar como especialmente relevantes para a evolução da conjuntura económica nacional no futuro próximo. A evolução da situação monetária internacional no corrente ano foi particularmente afectada pela transformação substancial da estrutura das taxas de câmbio definida em Washington em Dezembro de 1971.

Desde meados do ano de 1972 que a evolução da referida situação revelava claramente que o alinhamento monetário conseguido no Acordo Smithsonian não conduzia -como era seu objectivo- nem aos ajustamentos necessários a uma maior confiança nos mercados de câmbio, nem à correcção do desequilíbrio estrutural da balança de pagamentos dos Estados Unidos.

Cedo se verificou, com efeito, que a desvalorização do dólar em 7,89% -atendendo à sua inconvertibilidade e ao facto de não ter sido acompanhada por medidas restritivas no plano interno- não era suficiente.

Assim, e após um período de acalmia, os mercados de câmbio voltaram a registar uma relativa instabilidade, que acabou por conduzir em Junho de 1972 à livre flutuação da libra. Na parte final do ano novas perturbações surgiram em consequência da elevação das taxas de juro nos países europeus, de que resultou um novo afluxo de dólares ao Japão e, principalmente, à Europa, em especial à Alemanha, país onde a conversão dos dólares se fazia com mais facilidade

Em Janeiro do corrente ano o Governo Italiano, em presença das pressões que então se fizeram sentir sobre a lira, decidiu instituir um duplo mercado de câmbios, com vista a combater mais eficazmente a exportação de capitais com carácter especulativo. A baixa da cotação da lira financeira, que se lhe seguiu, originou, por seu lado, uma entrada maciça de capitais italianos na Suíça, determinando a suspensão da intervenção do Banco Nacional Suíço no mercado de câmbios.

Acentua-se, deste modo, a agitação monetária e com ela a especulação que provocou um extraordinário afluxo de dólares à Alemanha e, em menor grau ao Japão.

Perante a nova crise, os bancos centrais, especialmente o Bundesbank, viram-se forçados a adquirir no mercado um montante estimado em 1700 mi-