Agricultura e silvicultura

Principais produções no continente

No tocante à produção cerealífera, a colheita de trigo, afectada por condições climatéricas adversas no período de desenvolvimento das searas, voltou a revelar acentuada quebra. Em contrapartida, a produção de milho evoluiu de modo apreciável, sendo ainda nitidamente favorável a colheita de arroz.

Por sua vez, a estimativa da produção de batata acusa ligeiro declínio em relação à campanha precedente. Após o significativo aumento de 1972, admite-se que no ano em curso a produção de azeite diminua de modo sensível. Ao contrário, em face dos resultados das vindimas, prevê-se que a produção do vinho ultrapasse de 30 % a do ano anterior, atingindo um nível que se aproxima da média do último decénio e melhorando ainda a graduação alcoólica.

Julga-se que a produção de tomate para a indústria tenha atingido nível análogo ao do ano anterior, sendo a redução na produção média compensada pela ampliação da área cultivada. Já na produção de fruta fresca as estimati vas do Instituto Nacional de Estatística indicam acréscimos sensíveis em diversas espécies, considerando-se mesmo excepcional a colheita de pêra e de maçã (respectivamente mais 23 % e 29 % do que no ano anterior).

A avaliar pelos números relativos a abates no continente submetidos a inspecção sanitária, a oferta de carne atingiu nos primeiros sete meses do ano em curso um quantitativo superior em 22 % ao registado em período homólogo do ano transacto, em contraste com o decréscimo que se havia verificado entre 1971 e 1972

Exportações mais vultosas de madeira serrada e de pasta para papel e maior actividade na construção deixam admitir que em 1973 tenha prosseguido activamente o corte de espécies vegetais. A extracção de cortiça encontra-se no início da fase descendente do respectivo ciclo, esperando-se uma quebra relativamente ao ano anterior, ainda que ligeira (da ordem dos 4%). A extracção de resma, que atingiu em 1972 um nível nunca antes alcançado, continuou a beneficiar no ano em curso da procura intensa dos produtos derivados.

À semelhança do que sucedeu em anos precedentes, houve que recorrer à importação para cobrir as insuficiências da produção agrícola determinadas ou pela escassez de certas produções, como as do trigo, milho e azeite, ou pelo progresso apreciável do consumo, como sucedeu no leite e carne de bovino. Em 1973 a situação apresenta-se agravada pela subida apreciável dos valores médios de importação, vindo elevar os encargos com a sustentação dos preços de alguns produtos alimentares de maior importância nos orçamentos familiares.

O sector agrícola depara ainda com inúmeras dificuldades criadas pelos novos condicionalismos que têm surgido quer no mercado dos factores de produção, quer na procura dos produtos. Complementando o esforço realizado pelos empresários agrícolas, prosseguiu a actuação dos serviços oficiais no sentido de atenuar essas dificuldades e contribuir para maior desenvolvimento do sector.

Assim, continuou-se em 1973 a facultar empréstimos e subsídios, através do Fundo de Melhoramentos Agrícolas, com o objectivo de promover nomeadamente a expansão de culturas rendíveis e a aquisição de maquinaria. A fim de estimular a renovação do parque de equipamento e de assegurar a selectividade dos investimentos mais adequados ao progresso da lavoura, foram estabelecidas, através de um despacho recente, novas normas orientadoras da outorga de subsídios para a mecanização agrícola.

Espera-se que, graças ao apoio concedido à produção, particularmente através dos preços de garantia, venha a ser ampliada a curto prazo a cultura das várias espécies de produtos hortícolas.

A produção frutícola continuará, por certo, a expandir-se, pois muitos pomares estão longe de atingir a plena produção. Prevêem-se ainda resultados favoráveis das medidas de fomento pecuário introduzias por despachos de 13 de Abril e 16 de Maio do ano corrente, respectivamente, para as produções de gado bovino e suíno. Espera-se também que o Decreto-Lei n º 367/73, de 20 de Julho, que reconduz o Fundo de Fomento Florestal à sua função de organismo