a atingir no corrente ano, em particular nos meses de Verão, um ritmo comparável ao dos anos anteriores.

Surgem ainda, em determinados ramos de actividade, e como pressões de ordem estrutural, as insuficiências da oferta interna para fazer face a uma procura crescente e sujeita a importantes oscilações sazonais, insuficiências essas que, muitas vezes, são insusceptíveis de ser convenientemente colmatadas pelo recurso a oferta externa. Por outro lado, os factores determinantes da expansão da procura continuam, em grande parte, a ter a sua origem nas remessas de emigrantes e nas receitas de turismo, com os seus reflexos sobre a circulação monetária, o consumo e o investimento. É de referir também a importância, este ano, da inflação de origem externa, dado que, no índice de preços por grosso, são os produtos provenientes tanto do estrangeiro como do ultramar que denotam maior subida.

Tem o Governo, no âmbito da sua política de combate a alta de preços, tentado estimular adequadamente a oferta e, por outro lado, moderar o crescimento da procura, dos custos de produção e dos custos de distribuição. Além disso, tem continuado com a sua política de controlo de preços dos produtos essenciais, quer através da fixação de alguns deles, quer através da repressão de comportamentos especulativos. As medidas anti-inflacionistas adoptadas tiveram, sem dúvida, influência no ritmo de evolução dos preços da alimentação, que, atentas as circunstâncias da oferta desfavoráveis, poderia ter-se revelado ainda mais acelerado.

Finalmente, e de salientar a criação recente do Conselho Nacional de Preços, que integra entidades pertencentes a todos os departamentos da Administração com interveniência na política de preços, do sector privado e dos consumidores e do qual se esperam contribuições positivas, tanto para uma maior coordenação e eficácia da política de preços de bens e serviços como para atingir maior estabilidade dos preços, a curto e médio prazos , por via contratual. O índice referente aos preços por grosso em Lisboa denota uma acentuação do ritmo de aumento verificado no ano de 1972

Base 1948 = 100)

Assim, a taxa de acréscimo desse índice, que em 1972 havia sido de 5,9 % em relação ao ano anterior, evidenciava na média dos primeiros sete meses do corrente ano uma subida de 8,1 % em comparação com o período homólogo de 1972

Tal evolução ficou a dever-se praticamente a todos os agregados. A única excepção foi a «alimentação», que sofreu uma apreciável queda no seu ritmo de crescimento, apesar de se terem observado subidas sensíveis nos preços de determinados produtos tais como a carne de bovino adulto, de novilho e de ovino e de certos produtos hortícolas. É de salientar a subida particularmente acentuada que se verificou nos preços da matérias-primas não alimentares. Note-se que o índice dos produtos da metrópole evidencia algum abrandamento, aliás difícil de manter em face da influência do custo das matérias-primas importadas Como se referiu, a evolução dos preços no consumidor foi relativamente menos favorável nos meses já decorridos de 1973 em relação ao 2 º semestre du 1972, embora o facto se torne mais sensível nos meses de Verão. É, com efeito, durante o 3 º trimestre do corrente ano que se revela um aumento de 12.9% daqueles preços, no continente, por comparação com idêntico período do ano anterior. Na primeira metade de 1973 o crescimento, em relação ao período homólogo de 1972, embora considerável, cifrava-se em 9,5 %, nível sensivelmente inferior àquele