(...) evolução da formação bruta de capital fixo Porém, os elementos já referidos sobre o comportamento das importações e da produção de bens de equipamento assim como sobre o das intenções de investimento no decurso do ano passado, constituem indicador bastante positivo da expansão provável da formação bruta de capital fixo em 1973.

Acresce que as importações de bens de equipamento continuaram a progredir, se bem que a ritmo mais moderado do que em 1972, o que será compreensível, em face do aumento substancial que se registou nesse ano Mesmo assim, de Janeiro a Agosto o acréscimo verificado ascendeu a quase l milhão de contos, ou seja mais 7,2 % do que em igual período do ano anterior

Por outro lado, o inquérito da Corporação da Indústria, já mencionado, previa em Março uma evolução francamente favorável para as indústrias produtoras de bens de capital, designadamente durante o período que decorreu até Setembro último Em particular, denunciavam situação de alta conjuntura a fabricação de mobiliário metálico, a construção e montagem de máquinas agrícolas, de máquinas para as indústrias de vestuário e calçado, de máquinas não eléctricas diversas e a construção e reparação naval

Do mesmo modo, as intenções de investimento na indústria transformadora, registadas pela Direcção-Geral dos Serviços Industriais, elevavam-se já no decurso dos primeiros nove meses de 1973 a 9 718 000 contos, nível que se pode considerar bastante satisfatório Como resulta do quadro anteriormente apresentado, as autorizações de projectos concedidas naquele período continuaram a revelar acentuada concentração, quer numa óptica sectorial, quer sob o ponto de vista regional Com efeito, cerca de 62% das intenções de investimento reportam-se aos distritos de Lisboa, Porto e Setúbal Por outro lado, os sectores dos produtos minerais não metálicos, das metalúrgicas, da construção de máquinas e material de transporte e dos têxteis, vestuário e calçado co ncorrem com cerca de dois terços para o total das referidas intenções de investimento.

Finalmente, é ainda de assinalar que o crédito a médio e a longo prazos distribuído pelas instituições especializadas do mercado de capitais acusou nos oito primeiros meses de 1973 um incremento da ordem dos 5 milhões de contos Como tem vindo a suceder nos anos anteriores, para a expansão da formação de capital em 1973 deverá contribuir, em proporção apreciável, a execução do programa de investimentos previstos no III Plano de Fomento

O investimento global referente aos empreendimentos a realizar no continente e ilhas ascende a 27335 milhares de contos, dos quais 4770 milhares (cerca de 17,5%) deverão ser financiados pelo Orçamento Geral do Estado A restante parcela será assegurada pelo recurso a outras fontes de financiamento públicas e privadas

No seu conjunto, o montante dos investimentos que se admite venham a ser realizados pelo sector público atinge 10,5 milhões de contos, não incluindo as aquisições de títulos

O quadro a seguir apresentado, em que se resume o programa de execução do III Plano de Fomento para 1973, mostra que continuou a dedicar-se especial atenção aos investimentos de carácter social e à implantação das infra-estruturas económicas indispensáveis ao progresso do País Assim, os investimentos nos sectores da educação e formação profissional e da saúde e assistência mobilizam quase 2,8 milhões de contos, ou seja, mais de 10% do total programado Igualmente, é de destacar o volume de recursos afectados a projectos no sector da habitação e urbanização 2256 milhares de contos

As infra-estruturas económicas foram também contempladas com vultosos investimentos, da ordem dos 15 milhões de contos, dos quais a maior parcela se situa no sector dos transportes, comunicações e meteorologia (10363 milhares de contos)

Programa de execução do III Plano de Fomento

(Milhares de contos)

Em relação a 1972, as previsões indicam um acréscimo sensível (1153 milhares de contos) nos investimentos de carácter social, o mesmo acontecendo aos recursos destinados a infra-estruturas económicas (+2871 milhares de contos). Embora se disponha apenas de dados provisórios referentes à execução do III Plano de Fomento no 1.º semestre de 1973, é de admitir que para o conjunto do ano o nível de realização venha a revelar-se bastante favorável. Assim, naquele período a parcela dos financiamentos efectuados pela Administração Central aumentou de cerca de 7 % em relação ao 1.º semestre de 1972