momento que um Procurador aqui viesse o encontrava, sempre disposto a colaborar e a dar todos os esclarecimentos necessários e a resolver todos os problemas.

Felicito-me por continuar nas suas funções o Digno Procurador Samwell Diniz, que com aprumo e dignidade as tem desempenhado até agora.

Meus senhores: Não me despeço dos trabalhos da Câmara Corporativa porque, tanto quanto puder, continuarei a prestar-lhes a minha colaboração, por certo fraca: quando se chega a certa idade somos forçados a abdicar de algumas das nossas actividades. Mas, enquanto puder, darei a minha colaboração à Câmara Corporativa.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

(O orador não reviu).

O Sr. Presidente: - Convido a Mesa eleita, para quem peço uma salva de palmas, a ocupar o seu lugar.

SS. Ex.ªs ocuparam os seus lugares na Mesa. Aplausos.

O Sr. Presidente:-Dignos Procuradores: Não seria sincero se não dissesse que me desvanece profundamente a grande honra, que acaba de me ser concedida, de exercer as altas funções de Presidente da Câmara Corporativa durante a IX Legislatura.

Reúne esta Câmara um escol de valores acerca do qual o menos que pode dizer-se é que não haverá, na história das instituições políticas portuguesas, muitos exemplos tão frisantes de num único corpo colegial, se haver agrupado tão elevado número de individualidades de indiscutido merecimento e de tão grande projecção na vida social do País. Mas não é essa a Nação que pretendo tirar. O que desejaria sublinhar é que não estando eu entre os eminentes membros desta Casa, mas sim entre os seus mais modestos servidores, só um título me podia recomendar para a reeleição, e esse residiria na forma como procurei desempenhar as funções da presidência nas duas legislaturas anteriores.

Recordo-me de ter afirmado após a eleição u que se pro cedeu no início da VIII Legislatura:

Tomo a escolha do meu nome como prova de confiança na independência com que me proponho exercer o cargo, no amor a Câmara e dedicação ao seu serviço, que será minha preocupação de todos os momentos no esforço que persistentemente hei-de desenvolver em ordem a defender e reforçar o prestígio que esta Casa tão justificadamente alcançou, graças à elevada competência e ao alto sentido do dever de que deram provas os seus membros no decorrer das várias legislaturas.

Verifico que, passados que foram quatro anos, aquela prova de confiança foi-me reiterada e julgo não me enganar interpretando o resultado da votação como o reconhemento de que, na verdade, fiz quanto podia para cumprir a intenção anunciada.

Com efeito, procurei trabalhar e decidir sempre com imparcialidade, ponderando com igualdade de ânimo e igual critério os problemas e as pessoas, e agi sempre com independência, sustentando firmemente as prerrogativas desta Casa e dos seus membros, porque no respeito dessas prerrogativas me parece residir uma das raízes essenciais do prestígio da Câmara, sem o qual não poderemos cumprir a nossa missão dentro da ordem constitucional.

Mas quero esclarecer que esta palavra de agradecimento é simultaneamente uma palavra de congratulação. Com efeito, só em virtude da leal e dedicada colaboração de todos os Procuradores que constituíram a Câmara Corporativa na legislação transacta foi possível não desmerecer da confiança de que me achava depositário.

Naturalmente que o peso dós encargos recaiu diferentemente sobre cada um. E acto de justiça dirigir uma palavra de especial reconhecimento ao Conselho da Presidência, que com tanta elevação exerceu a sua competência, aos Dignos Procuradores que serviram de relatores dos numerosos pareceres elaborados e a quem muito especialmente se deve ter sido possível manter o alto nível e o excepcional mérito dos trabalhos da Câmara, e aos Secretários da Mesa, cuja colaboração profícua seria agravo esquecer.

Não se estranhará, porém, que dirija um agradecimento muito particular ao Digno Procurador Manoel Alberto Andrade e Sousa, que, designado para a Câmara, em 1949, no início da V Legislatura, em representação do comércio armazenista, logo foi eleito 1.º Secretário da Mesa, posição que manteve, com curta interrupção, ao longo de dezasseis anos, por força de sucessivas reeleições na VI, VII e VIII Legislaturas. Estou certo de que interpreto o sentimento de todos ao declarar publicamente que o Digno Procurador Manoel Alberto Andrade e Sousa exerceu as funções de 1.º Secretário da Mesa da Câmara Corporativa com excepcional competência, com inexcedível dedicação e com zelo tão vincado que não cedia nem diante dos mais graves sacrifícios dos interesses e conveniências da sua vida particular e profissional.

Vozes: - Muito bem, muito bem !

O Sr. Presidente: - À sua recente eleição para o prestigiante cargo de presidente da Corporação do Comércio representa a consagração de uma vida profissional de actividade intensa, inteligente e honrada, ao longo da qual tem prestado valiosos serviços ao comércio português.

As novas funções a que foi chamado o Digno Procurador Manoel Alberto Andrade e Sousa suo muito absorventes e por isso não pôde aceder ao convite, insistentemente formulado, para que o seu nome figurasse na lista, que, nos termos regimentais, foi apresentada a sufrágio da Câmara. Quem, como eu, se habituou à dedicação infatigável e vigilante da sua colaboração, não pode eximir-se a deixar aqui exarada uma palavra de muito agradecimento por tudo o que a Câmara Corporativa lhe ficou devendo.

Ao Digno Procurador Afonso de Mello Pinto Veloso, presença tão grata para nós todos, o tão honrosa para esta Câmara, agradeço as palavras generosas com que me recebeu, e que profundamente me sensibilizaram, e peço licença para o felicitar pela forma brilhante como presidiu as reuniões preparatórias. E certamente desejo da Câmara manifestar expressivamente a S. Ex.ª o nosso profundo respeito e admiração.

Vozes: -Muito bem, muito bem !

O Sr. Presidente: -Dignos Procuradores: Constituída a Câmara Corporativa para a IX Legislatura, cumpro com muito agrado o dever de endereçar a todos os Dignos Procuradores os meus respeitosos cumprimentos, exprimindo aqueles com os quais já anteriormente tive ensejo