do trabalhar a alegria de poder continuar a contar com a sua colaboração e dizendo aos que chegam de novo quanto esta Câmara espera e confia da contribuição que hão-de ser chamados a prestar-lhe.

Porque a Câmara Corporativa é um órgão vivo e tem de ir sendo constantemente ajustada a fluidez dos valores e das realidades espirituais, culturais, económicas e administrativas a cujo serviço se encontra, os quadros das pessoas que compõem a Câmara estão submetidos a permanente renovação findos os períodos dos mandatos, e não podia deixar de ser assim. São, desta voz, bem numerosas as alterações verificadas na constituição de algumas secções e subsecções. As boas-vindas aos que pela primeira vez se encontram entre nós, associo, portanto, um sentimento de agradecido reconhecimento aos que cessaram os seus mandatos. Não faltam entre eles elementos que prestaram a Câmara serviços difíceis e dedicados e assim contribuíram para o seu maior prestígio. Nestas singelas palavras traduz o todo o agradecimento que lhes devo.

Pela minha parte, só posso repetir a intenção já afirmada em dois ensejos idênticos: procurarei corresponder o melhor que souber às altas responsabilidades que hoje me confiam, e ser digno da honra que esta eleição representa para mim.

A IX Legislatura tem início num momento que - sob um aspecto que na Câmara Corporativa não pode deixar do se considerar particularmente relevante - me atrevo a considerar como momento promissor. Quero referir-me especialmente ao crescente desenvolvimento e fortalecimento da organização corporativa, ao prestígio do que presentemente goza e à progressiva adesão dos espíritos aos benefícios e vantagens do sistema.

Toda a ideia ou sistema que surja como planta nova e busque realizar-se encontra, no seu processo de desenvolvimento, momentos de crise, eventuais desvios, flutuações na confiança que inspira e no prestígio que II envolve. A nossa experiência corporativa não fez excepção a essa regra. O decénio posterior ao epílogo da última guerra mundial foi um período difícil, durante o qual alguns sintomas de inadaptação das estruturas corporativas se revelaram, particularmente em consequência ou por força da competência que em matéria de intervenção no plano da economia de guerra lhes foi legalmente atribuída.

Não era essa uma função essencial da organização; em qualquer caso tratava-se de função à margem das suas finalidades institucionais e para a qual a organização, ainda incompleta e sem longa e firme tradição, não devia ter sido arrastada. Daí críticas que encontraram fácil audiência, e o consequente arrefecimento do entusiasmo de alguns que porventura não souberam discernir a essência dos princípios e os resultados de aplicações colaterais.

Mas - precisamente porque os factores que geravam a distorção não eram de carácter permanente - o tempo de crise passou, e a organização pôde entrar numa fase de desenvolvimento, eficiência e prestígio que d evemos conhecer e saudar. O tempo fez a sua justiça, e os pessimistas de há alguns anos podem agora reconhecer quanto os seus vaticínios eram temerários. A organização corporativa não era uma utopia. A acção enraizou e amplia-se sucessivamente a novos domínios, conquistando para si novos valores. Esta Câmara é o que for a organização corporativa. Os nomes, títulos e méritos dos Dignos Procuradores que a constituem são a melhor prova da verdade do que acabo de afirmar.

Dignos Procuradores: o Chefe do Estado, nos termos constitucionais, abrirá a 1.º sessão legislativa da IX Legislatura, em reunião conjunta das duas Câmaras. Este acto solene tem lugar amanhã.

Peço a Câmara que me acompanhe numa saudação respeitosa a figura egrégia do Chefe do Estado, perante o qual todos nos inclinamos. Nele saudamos a própria Pátria. E o nosso pensamento vai neste instante para todos os portugueses e para o nobre esforço de uma nação que trabalha e tem de combater para se não deixar de spojar do seu direito de ser tal qual é, de permanecer no Mundo tal como o seu génio e a sua história secularmente a definiram.

Na grande obra comum em que estamos empenhados, a todos pertence uma parcela de responsabilidade e a todos é exigida comunhão no sacrifício; e por isso, para todos os portugueses das províncias da Europa, da África, da Ásia e da Oceânia, e ainda para tantos outros que andam dispersos pelo Mundo, há-de ser razão de orgulho a grandeza destas horas que fomos destinados a viver.

Mas está no coração de todos evocar, de modo especial, as gloriosas forças armadas.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - ... onde se reúne a flor da nossa juventude e o escol dos mais puros valores, e que na gesta dos seus feitos de hoje estão revivendo a epopeia de outrora, e com o penhor do seu sangue nos dão a certeza de que os ideais de Pátria, de Europa e de Civilização pelos quais nos batemos não deixarão de iluminar o Mundo.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Sr. Presidente: - É assim, Dignos Procuradores, seguros do nosso direito, orgulhosos dos nossos soldados, confiantes no nosso Governo, que vamos encetar uma nova jornada na vida desta Casa.

Pausa.

O Sr. Presidente: - Vai proceder-se & leitura do despacho que constitui o Conselho da Presidência, de acordo com o artigo 5.º do Regimento.

Foi lido. É o seguinte:

Nos termos regimentais, constituem o Conselho da Presidência os Dignos Procuradores:

António Manuel Pinto Barbosa.

Afonso de Mello Pinto Veloso.

Álvaro Rodrigues da Silva Tavares.

António Sobral Mendes de Magalhães Ramalho.

António Trigo de Morais.

Francisco José Vieira Machado.

Francisco de Paula Leite Pinto.

Herculano Amorim Ferreira.

João Augusto Dias Rosas.

Joaquim Trigo de Negreiros.

José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich!

José Gabriel Pinto Coelho.

José do Nascimento Ferreira Dias Júnior.

José Pires Cardoso.

Luís Maria Teixeira Pinto.

Luís Quartin Graça.

Manuel Jacinto Nunes.

Paulo Arsénio Viríssimo Cunha.

Pedro Mário Soares Martinez.