central na fronteira entre os dois países. Trata-se, todavia, não de decisão definitiva, mas de mero estudo para oportuna ponderação.

No âmbito do Plano Intercalar, prevê-se despender no decurso de 1965 cerca de 1 270 000 contos em investimentos no sector da electricidade, dos quais 715 000 contos destinados aos aproveitamentos hidroeléctricos da Bem-posta, Távora, Carrapatelo e Alto Rabagão e às centrais térmicas da Tapada do Outeiro e do Carregado. A avaliar pelos respectivos indicadores, as actividades transportadoras tiveram, de um modo geral, favorável evolução no decurso do 1.º semestre de 1965, em especial os transportes aéreos. De facto, de acordo com a tendência observada no último ano, registou-se naquele período considerável aumento do número de passageiros-quilómetro e de toneladas-quilómetro de mercadorias e correio transportados por via aérea. Em relação ao período homólogo do ano anterior o acréscimo foi de 23 e 24 por cento, respectivamente.

No que respeita aos transportes terrestres, o tráfego teve igualmente acentuada expansão no período considerado, em especial nos caminhos de ferro, cujas receitas líquidas se elevaram de 5,5 por cento.

Por sua vez, quanto a navegação marítima, o número de navios entrados em portos a metrópole aumentou de 2 por cento, devido exclusivamente a navios de nacionalidade estrangeira.

No prosseguimento da acção empreendida com vista a dotar o País com as infra-estruturas de transportes que o seu progresso económico-social requer, foram previstos para 1965, no âmbito do Plano Intercalar de Fomento, investimentos destinados ao sector dos «Transportes e comunicações», no montante de 2 500 000 contos.

Entre os empreendimentos a financiar pelo Orçamento Geral do Estado, que representam 86,5 por cento daquele quantitativo, merecem referência especial os relativos à construção, reparação e beneficiação das estradas do continente e ilhas adjacentes (274 000 contos) e k construção da ponte sobre o Tejo (413000 contos).

No que respeita aos transportes aéreos, para além dos investimentos destinados a melhorar os aeroportos da metrópole, suportados integralmente pelo Orçamento Geral do Estado, deve assinalar-se a aquisição pela companhia concessionária de dois aviões dê reacção de longo curso, no valor de mais de 500 000 contos.

Relativamente aos transportes ferroviários, importa salientar a conclusão no decurso do corrente ano da electrificação da linha férrea Lisboa-Porto.

Com vista ao financiamento das obras de modernização das vias férreas do continente, durante o período de execução do Plano Intercalar de Fomento, o Decreto-Lei n.º 46 296, de 26 de Abril último, autorizou a respectiva companhia concessionária a emitir nos próximos três anos um empréstimo por obrigações até ao limite de 500 000 contos.

Quanto à marinha mercante, além dos obras de beneficiação dos portos do continente e ilhas adjacentes, em que se pensa despender no ano em curso 184 000 contos, foi prevista no referido Plano a aquisição de dois navios de carga, para o que foi autorizado o Fundo de Renovação da Marinha Mercante, pelo Decreto-Lei n.º 46 407, de 28 de Junho último, a contrair no período de execução do Plano um empréstimo interno amortizável até ao limite de 800 000 contos.

No domínio das actividades transportadoras teve particular significado a reunião do Conselho de Ministros da Conferência Euro peia dos Ministros dos Transportes, efectuada em Lisboa em Junho passado, em que foram analisados os problemas relativos à política geral de transportes, nomeadamente no que toca à situação financeira dos caminhos de ferro e aos diferentes aspectos referentes aos transportes urbanos. Da observação dos respectivos indicadores, pode admitir-se que a actividade comercial tenha tido, no decurso do 1.º semestre de 1965, acentuada expansão.

De facto, o valor global dos efeitos liquidados nas câmaras de compensação atingiu 84 180 000 contos, o que representa acréscimo de 28 por cento, em relação ao apurado no período homólogo do ano anterior. De igual modo, o montante global dos efeitos comerciais descontados teve nítido incremento.

Reconhecendo a necessidade de uma melhor organização da actividade comercial, o- Governo tem vindo a estimular as unidades susceptíveis de (promover, em condições adequadas, o escoamento da produção agrícola e industriai nos mercados interno e externo e a proceder e revisão dos circuitos de comercialização da diversos produtos essenciais ao abastecimento público, em especial dos bens alimentares, atenta a importância daquela revisão para a concretização da política de preços dos produtos agrícolas. Neste contexto, foram instituídas no decurso da primeira parte do ano diversas normas sobre a comercialização da carne, do leite e dos produtos avícolas.

Por outro lado, merece referência a realização do I Colóquio Nacional de Comércio, organizado pela respectiva corporação, devendo salientar-se entre as conclusões dele emanadas as que se referem à necessidade de adopção de preços fixos marcados nos próprios produtos e ainda as sugestões formuladas relativamente ao desenvolvimento do comércio externo. As actividades turísticas têm vindo a assumir posição de relevo no conjunto da economia do continente e ilhas adjacentes, principalmente a partir de 1963.

Para além da sua importância no que respeita ao crescimento do rendimento nacional, em consequência dos seus efeitos sobre o emprego e os investimentos, reveste-se de particular interesse a sua contribuição para a defesa da balança de pagamentos.

O número de turistas estrangeiros entrados no continente, que em 1961 e 1962 aumentou e taxa de 6 e 9 por cento, respectivamente, teve nos dois últimos anos, principalmente em 1964, notável expansão. De facto, após uma elevação de 20 por cento em 1963, a cadência de crescimento acentuou-se no último ano, em que se registou uma progressão de 81 por cento.

Deste modo, o número de estrangeiros entrados na metrópole elevou-se, em 1964, a 1008000, de que cerca de 120000 correspondem às ilhas adjacentes.

Paralelamente, houve incremento significativo nas receitas em divisas provenientes das actividades turísticas, que nos últimos três anos cresceram à taxa média anual de 58 por cento.

Balança de «Turismo» - Metrópole

(Milhares de contos)