mente às aquisições de matérias-primas e bens de equipamento, veio a provocar a redução do coeficiente de cobertura das importações pelas exportações - de 58,6 para 55,3 por cento. Entre as importações que denunciaram maior acréscimo em 1965 sobressaem as de máquinas e aparelhos industriais não eléctricos, partes e peças separadas de automóveis, oleaginosas e metais.

Por seu turno, no aumento do valor das exportações para o estrangeiro em 1965 (10,2 por cento) tiveram apreciável influência alguns produtos industriais, que tom vindo a ocupar posição de relevo na exportação metropolitana, como concentrados de tomate (+161 000 contos), vestuário (+119 000 contos) e diamantes não industriais (+406 000 contos). Elevou-se igualmente de modo sensível o valor de algumas exportações tradicionais da metrópole, como as de conservas de peixe e vinhos, que registaram aumento de 235 000 e 130 000 contos, respectivamente.

No que respeita à distribuição regional das exportações, observou-se nos últimos anos progressiva elevação do valor exportado para a Associação Europeia de Comércio Livre, bem como da sua importância relativa, para que concorreu o desarmamento aduaneiro previsto na respectiva Convenção. Em 1965 a percentagem das exportações para esta área em relação ao total para o estrangeiro fixou-se em cerca de 36 por cento.

Aliás, a A E C L ocupou nos últimos dois anos a principal posição quanto à aquisição de produtos metropolitanos.

Por outro lado, a importância relativa das importações provenientes da Comunidade Económica Europeia, que vinha a flectir desde 1959, elevou-se de modo sensível no último ano, continuando a desempenhar o papel de principal mercado em relação às importações da metrópole. No 1.º semestre de 1966 a balança comercial da metrópole com o estrangeiro acusou um déficit de 5 122 000 contos, o que traduz elevação de 297 000 contos, inferior à observada em igual período do ano anterior.

Aliás, a taxa de acréscimo das exportações (11 por cento) excedeu a das importações (8,7 por cento), revelando o coeficiente de cobertura das importações pelas exportações ligeira melhoria.

Note-se ainda que a expansão do valor exportado resultou de apreciável aumento do valor médio para o conjunto das exportações, uma vez que a respectiva tonelagem global se manteve praticamente estável.

Relativamente à estrutura das exportações, cabe referir o acréscimo verificado para os produtos têxteis (+248 000 contos), cujo valor exportado declinara no 1.º semestre de 1965, e ainda para os vinhos (+80 000 contos) e concentrados de tomate (+47 000 contos).

Nalguns dos principais produtos de exportação da metrópole - cortiça, conservas de peixe e resinosos - não se verificou, porém, variação significativa no período em análise.

No aumento de 883 000 contos no valor das importações provenientes do estrangeiro voltou a desempenhar papel preponderante a expansão das importações de máquinas e aparelhos (+575 000 contos) e material de transporte (+354 000 contos), nomeadamente partes e peças de automóveis.

Em contrapartida, diminuiu sensìvelmente o valor importado de matérias e produtos têxteis (-109 000 contos). Quanto às aquisições de bens alimentares, ter-se-ia verificado decréscimo, devido, em especial, à variação do valor importado de azeite e trigo, que compensou alguns acréscimos, designadamente de milho e batatas. No último triénio os movimentos de mercadorias entre a metrópole e o ultramar acusaram nítida tendência expansionista, principalmente no que se refere às saídas de mercadorias para o ultramar.

Este comportamento foi determinado em parte pelas medidas de liberalização comercial, aplicadas no quadro da integração económica do espaço português.

Como se pode ver no quadro que segue, verificou-se naquele período elevação do saldo a favor da metrópole nas relações comerciais com o ultramar, que prosseguiu no 1.º semestre de 1966.

Comércio da metrópole com o ultramar

(Milhares de contos)

O intercâmbio comercial com as províncias ultramarinas no período da Janeiro a Junho traduziu-se, assim, na elevação do saldo positivo da metrópole em 110 000 contos, devido quer ao aumento do valor das saídas de mercadorias para o ultramar, quer à redução dos movimentos em sentido inverso.

Ambas as variações se devem atribuir, fundamentalmente, às trocas com a província de Moçambique. Evolução geral da conjuntura nas províncias ultramarinas De harmonia com os mais recentes indicadores sobre algumas das principais produções da agricultura da província, é de prever que a actividade neste sector registe apreciável melhoria na campanha de 1966. Com