No período de Janeiro - Julho do ano comente, apenas averbaram acréscimos de disponibilidades cambiais a Áustria, Bélgica, França, Itália, Noruega, Países Baixos, Reino Unido e Suécia. Contudo, no conjunto, ainda as reservas cresciam mais de 300 milhões de dólares, elevando II posição dos países europeus da O. C. D. E. para mais de 51 por cento do total, em detrimento, especialmente, da posição relativa dos Estados Unidos que, no aludido período, sofreram uma diminuição de reservas superior a 1100 milhões de dólares. A conjuntura nos Estados Unidos Nos Estados Unidos, a expansão continuou em 1964, subindo o valor do produto nacional bruto (a preços constantes de 1958) de 550 000 milhões de dólares em 1968 para 577 600 milhões no ano findo, ou seja uma taxa de acréscimo anual de 5 por cento, em consequência, principalmente, da elevação das despesas .dos consumidores em serviços e bens de consumo não duradoiros. No 2.º trimestre do ano corrente, segundo os dados trimestrais eliminadas as variações sazonais, calculava-se o valor anual do produto, aos mesmos preços constantes, no montante de 601 400 milhões de dólares, o que equivalia a um aumento da ordem dos 4,5 por cento em relação ao valor do mesmo trimestre de 1964. E terão sido ainda as despesas dos consumidores o principal factor expansionista, se bem que a formação de capital fixo bruto do sector privado houvesse exercido agora maior impulso do que de 1963 para 1964.

E de notar, porém, que o índice médio de preços no consumidor (base: 1957-]959=100) se elevou somente de 106,7 em 1963 para 108,1 em 1964, cifrando-se em 109,5 no período de Janeiro - Agosto último, na sequência de um movimento lento, mas continuado, de alta. Quer. dizer, portanto; que a taxa de acréscimo dos preços se manteve inferior a 1,5 por cento, apesar da descida da taxa de desemprego (4,4 por cento em Setembro de 1965, contra 5 por cento no final de 1964 e 5,7 por cento em média no ano de 1963) e de o valor dos salários médios semanais haver aumentado um pouco mais de 3 por cento entre os meses de Setembro de 1964 e 1965. A procura de crédito continuava bastante activa, determinando no período de Janeiro - Agosto do ano corrente um aumento de quase 4650 milhões de dólares, muito acima até dá variação positiva registada em idêntico período de 1964. À nova expansão concentrou-se no crédito para vendas a prestações, cabendo a maior parte ao financiamento das vendas de automóveis e contribuindo para o anotado comportamento das despesas dos consumidores.

Uma vez mais coube aos bancos comerciais a fracção mais significativa do aumento do crédito distribuído, enquanto as sales finances corporations e o conjunto das credit unions e demais instituições financeiras revelavam acréscimos semelhantes e as empresas comerciais, no mencionado período de Janeiro - Agosto, mostravam uma redução de créditos outorgados no montante de cerco, de 200 milhões de dólares.

Entretanto, os meios totais de pagamentos internos mantiveram-se, até Setembro último, geralmente abaixo do montante atingido no final de 1964 (164 000 milhões de dólares), mas os depósitos a prazo prosseguiam em crescimento, com um aumento de 16,2 milhões de dólares no período de Janeiro - Setembro, contra 14,2 milhões em todo o ano de 1964. Por seu lado, as taxas médias de juro das operações do mercado monetário, tal como a grande maioria das taxas médias de rendimento real de acções e obrigações, averbavam novos acréscimos.

Nas bolsas, de acordo com os índices de Standard and Poor (base: 1941-1943=10), as cotações das acções -que já se haviam elevado de 69,9 em 1963 para 81,4 em 1964 - continuaram II subir no período de Janeiro a Setembro do ano corrente, atingindo 89,4 no fim desse período. Observou-se uma tendência contrária nas obrigações, cujas cotações prosseguiram no movimento descensional vindo dos anos precedentes. Em 1964, a balança de transacções correntes dos Estados Unidos averbou um excedente ligeiramente superior a 7720 milhões de dólares, o que representou um acréscimo de 2640 milhões em relação ao saldo positivo do ano precedente. Esta melhoria explica-se, fundamentalmente, pela expansão das exportações de mercadorias, se bem que se verificasse também um acréscimo substancial de receitas por diversos serviços e pagamentos de rendimentos (em especial, rendimentos de capitais).

Mas, enquanto a balança de capitais do sector público evidenciou uma contracção do seu déficit usual no montante de quase 180 milhões de dólares, a balança de capitais privados mostrou um novo e acrescido saldo negativo (passou de 4456 .milhões de dólares em 1963 para 6462 milhões em 1964), determinado na sua maior parte pelas operações a curto prazo (créditos bancários e outros), que em 1964 averbaram um déficit de 2111 milhões de dólares, contra 785 milhões no ano anterior. Deste modo, o saldo ne gativo da balança geral de pagamentos desceu apenas de 3287 para 3106 milhões de dólares entre 1968 e 1964.

 melhoria da balança geral de pagamentos continuava no 1.º semestre de 1965, apesar da quebra sensível no superavit das transacções correntes: mais 710 milhões de dólares em comparação com o 1.º semestre de 1964. À principal explicação deste comportamento encontra-se na balança de capitais do sector privado: de facto, se entre os períodos semestrais considerados o déficit das operações a longo prazo ainda se elevou de 1534 para 2614- milhões de dólares, o saldo das operações a curto prazo inverteu-se, mudando de um déficit de 1137 milhões de. dólares no 1.º semestre de 1964 para um superavit de 817 milhões em igual período do ano em curso.

Reflectindo o comportamento da balança geral de pagamentos internacionais e a realização de outras operações, o excesso das responsabilidades em dólares e moedas estrangeiras sobre as reservas globais de ouro e divisas d iminuiu em 1954. Todavia, no período de Janeiro a Agosto de 1965 acusava acentuado aumento (836 milhões de dólares), resultante, em particular, de a quebra nas reservas de ouro apenas ter sido compensada parcialmente pelo acréscimo de disponibilidades em divisas das autoridades monetárias e pela contracção das responsabilidades totais a curto prazo.

Reservas e responsabilidades dos Estados Unidos

(Milhões da dólares)