objectivos, mas as dificuldades basilares de encontrar soluções de compromisso entre interesses antagónicos e de promover uma cooperação mais extensa e regular persistiram, mantendo-se, afinal, na sua essência, os grandes problemas político-económicos.

E que, importa reconhecê-lo sem rodeios, quase sempre as declarações de intenção servem apenas para esconder a incapacidade efectiva de actuar, o desejo de não renunciar a posições excepcionais que se adquiriram e de não sacrificar interesses constituídos ou a vontade de atingir ou consolidar situações de domínio relativo, além de que a concorrência Leste-Oeste e a fraqueza demonstrada pelo Ocidente perante o mundo dos que se têm designado por "não alinhados" continuam a dificultar a apreciação dos problemas e impedem a definição de soluções que noutras circunstâncias não suscitariam as menores dúvidas

§ 8º A conjuntura económico-financeira nacional Metrópole

1 A conjuntura económica geral Segundo as últimas estimativas das contas nacionais elaboradas pelo Instituto Nacional de Estatística, o produto nacional bruto a preços de mercado teria aumentado em 1965 cerca de 7 por cento, taxa esta semelhante à registada em 1964 e superior ao acréscimo esperado do mesmo produto global durante o período de execução do Plano Intercalai de Fomento (6,1 por cento) Trafica-se, .porém, de dados ainda provisórios, pelo que essa taxa de expansão deverá ser tomada com as devidas reservas, parecendo de admitir, em face da prudência usada em regra nas primeiras estimativas, que a cadência do desenvolvimento económico haverá sido em 1966 um tanto mais rápida do que no ano precedente

Como se depreende do quadro precedente, apesar do crescimento do produto nacional bruto, o montante das importações de bens e serviços voltou a aumentar muito acentuadamente, para satisfação do incremento sensível da procura interna e das exportações.

Nas componentes da procura interna sobressai claramente o comportamento das despesas dos consumidores em bens e serviços, com acréscimos de 3,1 e 7,1 por cento, respectivamente, em 1964 e 1965. Não pode surpreender que o consumo privado tenha continuado a progredir, se se ponderar devidamente a marcada propensão ao consumo que caracteriza grande parte da população portuguesa e a elevação dos rendimentos médios Afigura-se, todavia, um tanto excessiva aquela aceleração do crescimento do consumo privado, ainda que se considere inteiramente plausível admitir que em 1965 acresceu a pressão da procura dos consumidores no mercado interno, em consequência da conjugação de diversos factores, entre os quais se pode destacar o maior afluxo de turistas e o acréscimo das remessas de emigrantes

À este propósito, cabe notar que o valor do consumo privado é calculado por diferença, constitui uma verba residual, pelo que aí se projectarão todos os erros e omissões que eventualmente se cometerem na determinação das importâncias correspondentes às outras componentes da procura interna, nomeadamente a formação bruta de capital fixo do sector público e, até mesmo, a do sector privado

Quanto ao comportamento da economia nacional no ano corrente, a estimativa do Instituto Nacional de Estatística aponta um afrouxamento da expansão do produto global, indicando para a formação bruta de capital fixo um acréscimo da ordem de 0,8 por cento apenas. Mas a insuficiência quantitativa e qualitativa dos elementos sobre que