Deve salientar-se que o facto de se prever que a balança, de pagamentos correntes continue a apresentar saldos positivos não deve ser encarado com excessivo optimismo, uma vez que, em face do agravamento da balança comercial, aqueles saldos continuarão a depender fortemente do turismo e das remessas dos emigrantes. Se se verificarem os ritmos de crescimento previstos como mais prováveis, as receitas do turismo representarão em 1067 mais de um quinto das receitas totais provenientes do movimento de bens e serviços e em 1973 constituirão mais de um terço deste movimento.

Tanto a ausência de possibilidades de controle efectivo da orientação das correntes turísticas, como do volume de empregos atribuídos a portugueses nos mercados de trabalho da Europa ocidental, levam a considerar como objectivo desejável atingir ritmos de crescimento das exportações superiores às taxas tendências previstas. Assim, para reduzir sensivelmente a dependência da balança de pagamentos da metrópole em relação às receitas do turismo e às remessas dos emigrantes, devei á empreender-se sério esforço adicional para o fomento das exportações a taxas superiores a 10 por cento. Este objectivo constituirá preocupação constante, a merecer programação mais pormenorizada no âmbito da preparação dos programas anuais de execução e na revisão do Plano.

Estrutura das exportações As projecções do conjunto da despesa nacional - despesa realizada com o produto nacional bruto a preços de mercado - resumem o equilíbrio, em termos globais, entre a evolução das várias componentes da despesa e as projecções do produto.

O andamento da despesa deduz-se dos comportamentos previstos para o produto interno bruto, o rendimento líquido externo e o saldo dos impostos indirectos menos subsídios.

As projecções realizadas para o rendimento líquido externo conduziram a evolução crescente desse saldo, que, para futuro, apresentaria sempre valores positivos. Salienta-se, no entanto, que a parcela do saldo correspondente ao movimento de capitais com o estrangeiro será negativa e apresentará tendência para agravamento ao longo do período do Plano O produto nacional bruto crescerá, praticamente, à mesma taxa do produto interno, em virtude de o rendimento líquido externo representar apenas cerca de 0,8 por cento da despesa nacional.

Por falta de informações seguras sobre a evolução do peso relativo da fiscalidade indirecta, considerou-se que o saldo dos impostos indirectos menos subsídios representaria, em média, ao longo do período de 1968-1978, 8 por cento da despesa nacional - percentagem semelhante à registada no período de 1961-1964 Em consequência, a taxa de crescimento da despesa seria idêntica à do produto interno - cerca de 7 por cento.