(...) todo o investimento tenha simultaneamente repercussões de carácter económico e social, sem dúvida certas aplicações têm incidências sociais mais directas do que outras. Assim, conforme as características predominantes do sector a que se destina, poderão distinguir-se fundamentalmente três tipos investimentos económicos, os que concorrem para a produção de bens; investimentos sociais, os que se ligam mais directamente à promoção social da população, e investimentos económico-sociais, os que se destinam ao estabelecimento de infra-estruturas, indispensáveis tanto ao desenvolvimento económico como ao social.

Segundo este critério, e dentro das limitações impostas pelo agrupamento de actividades na contabilidade nacional, consideram-se:

1 Estas limitações resultam do facto de as rubricas das Contas Nacionais não se apresentarem suficientemente discriminadas, de modo a permitir um agrupamento correcto dos sectores de acordo com o critério indicado. Por exemplo, não foi possível considerar dentro dos investimentos sociais a distribuição de electricidade, gás, água e serviços de saneamento que tivesse sido de carácter predominantemente social.

conhecem nítidas vantagens, para toda a comunidade, na execução dos investimentos por parte da entidade pública, ou, ainda, quando a iniciativa privada os não realize (em consequência da sua baixa rentabilidade ou por qualquer outro motivo)

Pará o problema da repartição, reveste particular interesse a análise da importância dos investimentos sociais e da aplicação dos investimentos públicos, dado que através deles se poderá exercer eficaz acção redistributiva, pondo à disposição das classes economicamente mais desfavorecidas reais possibilidades de promoção social.

A estrutura da aplicação dos investimentos 1, segundo as suas incidências predominantemente económicas, sociais ou económico-sociais, no decurso do I e II Planos, figuram no quadro XVI.

Distribuição, em percentagem, da totalidade do capital fixo formado no período de 1963-1964, segundo o tipo de Investimentos

1 A noç5o de investimento utilizada até agora identifica-se com a soma da «formação bruta de capital fixo» e da «variação das existências», mas para uma análise mais pormenorizada da estrutura da aplicação dos recursos destinados ao investimento passa a utilizar-se esta designação no sentido mais restrito de «formação bruta de capital fixo». Isto porque, além de se não dispor de elementos discriminados da rubrica «Variação das existências» ao nível do sector de actividade, a sua eliminação não afecta as conclusões, pois, além de ser uma parcela diminuta, não tem uma influência directa no ritmo de crescimento económico, que é determinado, fundamentalmente, pela «formação bruta de capital fixo»