(...) futura. É o caso dos óleos não alimentares, resinosos, álcool, óleos essenciais, produtos amiláceos, bem como do ágar-ágar e outros produtos marinhos.

Certo número de factores conjunturais pode limitar a expansão destas indústrias, como seja a concorrência de produtos de síntese, que dominam cada vez mais os campos de utilização dos produtos de origem animal, e os encargos de mão-de-obra das operações de colheita ou recolha das matérias-primas, como gravame do custo de produção Continuará no entanto a verificar-se, para determinadas aplicações específicas, preferência pelos produtos de origem natural.

d) Outro aspecto característico importante á o que resulta de um predomínio de actividades de formulação, cujo objectivo é a preparação de produtos finais Como geralmente é reduzida a tecnologia dos processos de fabrico, houve lugar ao aparecimento de grande número de unidades produtoras, pelo que se reconhece presentemente necessidade de reorganização em cert os sectores.

e) No que respeita aos polímeros de síntese e sua transformação em produtos semi-acabados, a indústria química portuguesa inclui o fabrico de resmas sintéticas (de polimerização e policondensação) e a produção de fios e fibras artificiais e sintéticas

No campo das resmas, as primeiras iniciativas foram marcadas pelo aproveitamento dos recursos naturais - a colofónia -, seguindo-se a produção de resmas de condensação.

Os produtos de polimerização são mais recentes na nossa indústria e limitam-se praticamente a duas classes - acetato de polivinilo e PVC -, exigindo tecnologia mais complexa e capacidade de produção mais elevada.

A produção de fibras sintéticas pode considerar-se na infância e o seu fabrico limita-se por enquanto às operações de spinning de nylon e de poliéster

f) A indústria de refinação de petróleos tem-se desenvolvido fundamentalmente como produtora dos combustíveis corrente (líquidos e gasosos), tendo iniciado há poucos anos o fornecimento de algumas fracções à indústria do amoníaco. A expansão em curso inclui a produção de óleos lubrificantes e prevê a obtenção de outras matérias-primas para a indústria química

1.9 - Evolução da produção

Em Portugal, ao contrário do que se passa na maioria dos países da O C D E., a indústria química tem crescido a ritmo inferior ao da indústria no seu conjunto.

Ao analisar-se a evolução de produção nos diferentes sectores da indústria química, pode adoptar-se o esquema de classificação preconizado por alguns autores, que compreende

Os produtos químicos tradicionais destinados à indústria,

Os produtos químicos tradicionais destinados à agricultura,

Os produtos químicos novos já referidos.

A evolução dos dois primeiros grupos de produtos está Intimamente relacionada com a evolução da economia em geral, enquanto os produtos novos (fundamentalmente plásticos e fibras sintéticas) acusam crescimento muito superior ao da indústria no seu conjunto

Entre os produtos químicos de base para a grande indústria figuram a soda cáustica, cloro, carbonato de sódio, ácido sulfúrico, amoníaco, fenol, metanol e ureia

Na maioria dos países que dispõem já de uma indústria química bem estabelecida, o ritmo de produção destes produtos acompanha geralmente de perto a evolução dos índices de produção industrial.

O ritmo de produção dos produtos destinados à agricultura - fundamentalmente os pesticidas, adubos e os produtos intermediários do seu fabrico (como ácido sulfúrico e amoníaco)- está evidentemente relacionado com a, expansão da actividade agrícola de cada país, mas podemos afirmar que no momento presente esse ritmo é mais determinado nos países tradicionalme nte produtores de adubos, pelas oportunidades de exportação que se têm apresentado nos últimos anos

No sector dos pesticidas, tem-se operado em todo o mundo evolução marcada no sentido da substituição dos produtos tradicionais (como o sulfato de cobre) por outros produtos orgânicos activos. A actual evolução na produção de pesticidas em Portugal reflecte grandemente essa tendência, mas é ainda pouco significativa a produção de compostos orgânicos activos.

A própria actividade de formulação tem crescido de forma lenta, pois há ainda alguns domínios de aplicação onde os pesticidas não penetraram.

1.10 - Aperfeiçoamento tecnológico

Sendo a indústria química uma das mais dinâmicas actividades do mundo moderno, importa avaliar até que ponto a indústria portuguesa tem aproveitado os aperfeiçoamentos tecnológicos e os resultados da investigação científica, que se situam na base daquele dinamismo de evolução. As consequências dessa evolução fazem da indústria química uma indústria em constante mutação, quer por virtude de novos processos de fabrico, quer pela descoberta de novos produtos de síntese, quer ainda por motivo das pesquisas tecnológicas, que se reflectem na construção do equipamento e no automatismo do fabrico.

Uma das consequências mais sensíveis do progresso técnico que afecta a indústria química, e mais familiares nos meios económicos ligados a este ramo da indústria, é a que se refere às dimensões unitárias e se traduz muitas vezes pelo conceito tão corrente de «capacidade mínima económica».

Em determinados casos (por exemplo, amoníaco, etileno) a incidência da capacidade inst alada sobre os custos de fabrico é tão acentuada que se tem assistido ultimamente a uma verdadeira corrida às grandes capacidades. Assim, no caso do etileno, enquanto há poucos anos eram normais unidades de 50 000 e mesmo 20 000 t/ano, tem-se hoje por antieconómica a consideração de novas instalações com capacidade inferior a 100 000-200 0001/ano, e estão já em montagem unidades de 400 000 t/ano.

Para se apreciar de forma genérica a indústria química portuguesa sob o ângulo do aperfeiçoamento tecnológico, poderemos considerar dois grandes grupos de sectores

Indústrias de participação tecnológica intensiva (ácido sulfúrico, amoníaco, adubos, cloro, alcalis e cloreto de vinilo),

Indústrias cujo processo de fabrico é menos complexo, com elevada incorporação de matéria-prima e mão-de-obra.