Relativamente à exportação, as possibilidades de concorrência são grandes, esperando-se que, pelo menos, os grandes núcleos de portugueses no estrangeiro prefiram as marcas nacionais, quando tiver lugar mais ampla abertura de mercados

1.2 - Curtumes, calçado e artigos de pele

Curtumes - Esta industria está muito dependente da do calçado, o que torna a sua expansão estreitamente ligada à evolução desta última actividade. Prevê-se, contudo, ritmo de crescimento da produção da ordem dos 10 por cento anualmente e, simultaneamente, diminuição do pessoal ao serviço do sector.

No que se refece a exportação, embora crescente a partir de 1960, não parece viável qualquer alteração nos próximos anos, e o seu volume não excederá os 20-30 por cento da produção.

Pode concluir-se, em síntese, que os próximos anos se caracterizarão pela diminuição do fabrico de solas, aumento no fabrico de artigos de cromo (calfs e camurças) e de peles para vestuário e luvas, concentração processada pelo desaparecimento de pequenas unidades e especialização de fabricos, e ainda pela redução da mão-de-obra utilizada.

Calçado - As perspectivas de produção estão dependentes das medidas apontadas no parágrafo seguinte, salientando-se ainda que, não obstante as potencialidades de exportação, ela deve ser orientada essencialmente para o mercado interno, servindo a exportação como meio de escoamento dos excedentes.

1.3 - Cortiça

Foi notória a oscilação da produção, emprego e exportação nos últimos anos.

Como perspectivas para os próximos anos, admite-se, no que se refere à cortiça amadia, um aumento de produção de 10 por cento em relação a cada um dos anos correspondentes do novénio anterior.

Quanto à produção de cortiça virgem, as previsões são difíceis de estabelecer, supõe-se que, independentemente das medidas de fomento da subericultura, a produção virá a sofrer certa quebra relativamente aos últimos anos, admitindo-se que esta possa atingir os 10 por cento.

Em relação à exportação, espera-se para os próximos anos uma quebra de cerca de 10 por cento em relação a 1964 e ainda uma alteração na sua estrutura, traduzida em incremento sensível nos manufacturados e semimanufacturados, em detrimento de um volume correspondente de matéria-prima.

l.4 - Madeira e mobiliário de madeira

Serração e carpintaria - Não existem estatísticas disponíveis, pois 90 por cento do material produzido provêm de empresas não sujeitas a controle.

Quanto a perspectivas de produção, estas não deverão ser baseadas em termos absolutos, mas tendo em linha de conta a influência das matérias de substituição, que hoje já se fazem sentir.

As perspectivas de exportação para a Europa não devem afastar-se do volume dos últimos anos. Será, portanto, fora deste continente que se devem procurar os novos mercados, nomeadamente no Próximo e Médio Oriente.

Preservação do madeiras - A quantidade de madeiras tratadas anualmente até 1961 era de 50 000 m2, dos quais 40 000 m2 pertenciam à C P , deste ano até 1965 subiu para 60 000 m3, mantendo-se o mercado estacionário. Contudo, a capacidade de produção é de 170 000 m2 por ano, atingindo brevemente 200 000 m2 com os investimentos em curso.

Folheados o contraplacados - A produção diminuiu nos anos de 1961 e 1962 em relação a 1960, contudo, em 1964 ultrapassou a de 1960. Relativamente ao emprego, verificou-se decréscimo a partir de 1960.

Aglomerados - A partir de 1960 a produção e o emprego têm registado ritmos de crescimento elevados. O mesmo se verifica para as exportações, prevendo-se substancial expansão nos próximos anos, principalmente de placas finas (3-4 mm e 5 mm)

1.6 - Borracha e transformação de matérias plásticas

Borracha - A produção total tem crescido a ritmo apreciável, à excepção do 1962, em que houve uma quebra em relação ao ano anterior. No último quinquénio (1960-1965) a evolução da produção de «outros artigos» (excepção para câmaras-de-ar e pneus) teve um crescimento muito rápido, em especial no calçado (10 a 12 por cento).

O nível de emprego aumentou cerca de 20 por cento de 1963 para 1964, prevendo-se que haverá nos próximos anos escassez de mão-de-obra em qualidade e quantidade.

No que se refere à exportação, registou-se decréscimo em 1960, retomando em 1964 o nível deste último ano, 90 por cento destas exportações são constituídas por câmaras-de-ar e pneus, existindo para estes últimos algumas perspectivas de incremento de vendas para a área da E. F. T. A.

Transformação de matérias plásticas - A produção tem evoluído a um ritmo crescente, e prevê-se que nos próximos anos se intensifique.

1.6 - Instrumentos de precisão

Em face da tendência para a liberalização do comércio com outros países, o futuro apresenta-se duvidoso, não permitindo prever a evolução dos próximos anos Salienta-se ainda quo os produtos desta indústria estão intimamente ligados com a indústria da construção e, portanto, na dependência desta.

1.7 - Ourivesaria

De 1958 a 1962 verificou-se contracção da produção, retomando nos dois anos seguintes - 1963 e 1964 - um ritmo crescente. No entanto, prevê-se quebra na procura e consequente contracção da produção.

Relativamente à exportação, os industriais do Norte prevêem a sua expansão para o estrangeiro, enquanto os do Sul admitem efectuá-la para o ultramar.

1.8 - Material fotográfico e Instrumentos ópticos

Material fotográfico - A produção destina-se ao mercado interno, mas a sua evolução depende do crescimento do nível de vida da população, calculando-se que possa atingir o valor de 6000-8000 contos anualmente.