ficuldades, em especial por parte das câmaras municipais de menores recursos, em satisfazer os encargos resultantes da construção e exploração daqueles melhoramentos, embora em alguns casos a comparticipação do Estado para as respectivas obras chegue a atingir percentagens muito elevadas.
Daí resulta que, apesar do esforço feito, os nossos aglomerados rurais apresentam ainda um grau de cobertura relativamente modesto no que respeita a cada um dos tipos de melhoramentos indicados.
Todavia, se tomarmos por unidade territorial o lugar de 100 ou mais habitantes, em vez da freguesia, verifica-se que dos 18 887 aglomerados nessas condições, 5807 ainda não estavam atendidos naquela data.
Ao longo do período de 1953-1965 podem considerar-se três ordens de grandeza do valor médio das obras de electrificação rural em que o Estado comparticipou cerca de 80 000 contos de 1953 a 1956, de 70 000 contos de 1957 a 1960 e de 100 000 contos de 1961 a 1965.
A explicação dos acréscimos observados reside, essencialmente, nas verbas postas à disposição da Direcção-Geral dos Serviços Eléctricos para as comparticipações, factor que tem determinado a maior ou menor cobertura em electrificação dos aglomerados rurais. Em 1964 e em 1965 tais valores fixaram-se em 60 000 contos.
No que se refe re a esgotos, embora estas obras não tenham sido incluídas até ao presente nos planos de fomento, sabe-se que até final de 1965 era cerca de 200 o número de aglomerados que dispunham de rede completa de esgotos, dos quais 29 possuíam estação depuradora, correspondendo aquele número de aglomerados a perto de 2,5 milhões de habitantes.
No período de 1962-1965, as dotações disponíveis permitiram encarar dispêndios da ordem dos 60 000 contos no sector do abastecimento de água dos aglomerados rurais e 21 000 contos no sector dos esgotos.
1 Consideram-se providos de redes de esgoto os aglomerados que desfrutam de colectores em mais de 60 por cento dos seus arruamentos.
Os investimentos considerados para a viação rural no II Plano de Fomento e no Plano Intercalar foram de 140 000 contos anuais, cabendo ao Estado 105 000 contos e a parte restante - 85 000 contos - às câmaras municipais.
Em média, o Estado despendeu, nos seis anos do II Plano de Fomento, 75 por cento do valor global das obras, ou seja 521 759 contos, cumprindo-se praticamente nesse período o programa de construção previsto no Plano de Viação Rural, que, no seu conjunto, teve em vista resolver o problema dos acessos rodoviários aos aglomerados com mais de 100 habitantes, para o que seria necessário construir 6310 km de vias municipais num período de 18 anos (de 1959 a 1976) e reparar 5940 km da rede municipal existente. No que respeita à reparação, aquele programa não se cumpriu inteiramente, uma vez que se repararam menos 766 km do que o programado.
Na verdade, os melhoramentos rurais englobam múltiplos domínios de acção, cuja finalidade se destina à melhoria das condições de vida das populações e do nível da economia rural.
Uma das possíveis enumerações dos aspectos que a problemática do bem-estar rural integra poderá ser a seguinte:
Equipamento e manutenção do actividades de saúde e assistência (centros e postos de saúde, infantários, jardins de infância, etc.),
Equipamento dos serviços de carácter público águas, esgotos, electricidade, calcetamento de ruas, vias de comunicação, edifícios de serviços públicos, postos da G N B , lavadouros, instalações sanitárias públicas, mercados, etc.,
Construção de balneários públicos,
Construção de postos e subpostos dos C T T e outros serviços indispensáveis às comunicações rurais,
Programas de apoio à construção ou melhoria de instalações sanitárias no meio rural,
Programas de industrialização (descentralização industrial),
Programação e realização de estudos inerentes à política do bem-estar rural e beneficiação dos actuais alojamentos rurais, instalação de centros de preparação de empresários agrícolas, etc.,
Construções de centros de formação profissional agrícola e extensão familiar rural e, ainda, apoio técnico e financeiro na execução de infra-estruturas de natureza comunitária, com vista, especialmente, à cooperação,