nos concelhos industriais e à sua volta que se encontram percentagens de população agi í cola inferiores a 50 por cento. No resto do País, mais de metade da população activa trabalha na agricultura ou depende desta natividade, ainda que indirectamente, como é o caso da população lurai empregada, por exemplo, no artesanato e serviços complementares, o que mais acentua o seu peso o a economia daquelas regiões

A população activa agrícola só é inferior a 25 por cento em dois concelhos do litoral algarvio, em Setúbal, no núcleo de Lisboa, na Marinha Grande, em Coimbra, Ilhavo, numa área em redor do Porto e de Braga a Ovar.

Entre 25 por cento e 50 por cento, encontram-se mais quatro concelhos do litoral algarvio, alguns concelhos da península de Setúbal, Sines, Évora e Portalegre, o triângulo Santarém-Tomar-Abrantes, Peniche, Nazaré, Lema, Figueira da Foz, Aveiro, Viana do Castelo, alguns concelhos em volta do Porto e de Aveiro, Castelo Branco e Covilhã, com dois concelhos limítrofes, o que corresponde quase exactamente & localização dos principais núcleos industriais, principalmente se retirarmos os concelhos onde a pesca é a actividade dominante

A relação superfície produtiva-população activa agrícola mostra, também, que existe contraste saliente eu t ré os distritos do litoral do Norte e Centro (precisamente os de maior densidade urbana e actividade industrial) e os restantes distritos do interior e do Sul.

Muito embora as diferenças sejam reflexo de um conjunto de factores, onde avultam as condições ecológicas e a pressão demográfica, a presença de baixos valores naquele indicador documenta situações que só permanecem no tempo quando as condições ambientais constituem incentivo à intensificação de culturas.

Tomando como termo de comparação a média do continente (6,3 ha por activo agrícola), verifica-se que os distritos com valores inferiores a esta média, que pressupõem a presença de um certo grau de intensificação na agricultura, são os do Porto (2,2), Braga (2,8), Viana do Castelo (8), Lisboa (8,1), Aveiro (8,7), Coimbra (4,2), Vila Real (4,2), Leiria (4,8) e Viseu (4,8).

Os distritos com valores superiores ao referido valor médio, denotando, portanto, B preponderância de processos extensivos de cultura, são os de Évora (13,2), Beja (12,8), Portalegre (11,8), Bragança (11), Setúbal (10,5), Castelo Branco (10,3), Guarda (8,6) e Faro (7,4).

Nos- números anteriores transparecem, como é compreensível, algumas situações de transição (Vila Real, Viseu, Faro, por exemplo), que resultam principalmente da pronunciada diversidade climática que o continente apresenta.

A análise da composição do produto agrícola reflecte, a seu modo, estes contrastes, mostrando um quadro de intensificação e de policultura em todo o Noroeste e em grande parte do Centro litoral Nos- distritos do interior, a nota predominante é dada por uma agricultura extensiva, frequentemente de carácter monocultural.

Através de outros indicadores -estrutura fundiária, grau de mecanização, produtividade do solo, obtém-se a confirmação dos contrastes já referidos.

Assim, por exemplo, os distritos do litoral do Centro e do Norte testemunham relativo grau de homogeneidade ao apresentarem os valores mais altos de produtividade do solo (VI de quadro VI e mapa V)