Passar-se-á, em seguida, ao exame das condições actuais de cada um dos portos da província O porto de Luanda encontra-se dentro de uma baía protegida por uma restinga de areia, dispondo actualmente de 1260 m de cais acostável, assim distribuídos.

100 m de cais de cabotagem à profundidade de 5,50 m,

1000 m de cais de longo curso à profundidade de 10,5 m,

160 m de cais de longo curso à profundidade de 11,50 m

Possui ainda um antigo cais em fundos de 3 m, com 830 m de comprimento, para a pesca, e uma ponte-cais.

O porto de Luanda pode receber sete navios de longo curso de tamanho médio.

As áreas cobertas totalizam 29 500 m2, os terraplenos pavimentados ocupam 78 000 m2, sendo 24 000 m2 utilizados para depósitos a descoberto das mercadorias e os restantes 54 000 m2 simples arruamentos.

Recentemente ganharam-se ao mar 210 000 m2 de terraplenos, que serão ocupados com armazéns, outros edifícios destinados a facilidades portuárias, arruamentos e espaços livres paia armazenamento a descoberto.

O cais que constituía o travessão encontra-se deficientemente equipado para a movimentação vertical e horizontal das cargas.

Com a entrada em exploração do novo cais (410 m, a 10,5 m de profundidade, já incluídos na relação anterior) o factor equipamento mecânico assume maior relevância, pois se verifica que passará a haver necessidade de mais 21 guindastes eléctricos, 28 tractores de cais e 21 empilhadores.

Na panorâmica do porto de Luanda não pode deixar de se referir a inadequada utilização que está sendo dada a um dos postos de acostagem e seu respectivo equipamento, já que, em virtude de a tonelagem de minérios exportados pelo porto não justificar ainda a construção de instalações próprias, a sua movimentação é feita nas instalações de carga geral. O movimento de carga geral verificado entre 1950 e 1965 traduz-se nos números seguintes:

Movimentação de carga geral no porto de Luanda

Milhares de toneladas

a coluna relativa à exportação foram excluídos o petróleo em rama e os minérios, pelo facto de o primeiro se movimentar em instalações próprias da Petrangol e os minérios necessitarem de uma análise especial.

Tem-se observado uma certa regularidade no crescimento do tráfego do porto de Luanda, cujo valor médio de crescimento é da ordem de 9,6 por cento, embora, pelos últimos quatro anos, pudesse ser deduzida uma taxa de crescimento mais elevada (12,6 por cento). Se a referida taxa média de 9,6 por cento for projectada no período da vigência do III Plano de Fomento, verifica-se que, em 1973, o porto movimentai á, exclusivamente em carga geral, 1 300 000 t.

O rendimento que se tem atingido nos cais em exploração, considerando só carga geral, é de 850 tm/ano, número este que excede os valores médios correntes Nesta base, verifica-se que em 1973 serão necessários nove postos de acostagem para um crescimento de 9,6 por cento Se for considerado o rendimento médio correntemente adoptado de 600 tm/ano, serão necessários doze postos de acostagem, com um crescimento médio de 9,6 por cento.

O porto dispõe actualmente de oito postos de acostagem, um dos quais com profundidade de 5,50 m. Pelo que respeita à cabotagem, o mapa que se segue traduz a carga movimentada, em milhares de toneladas, entre os anos de 1955 e 1965.

Carga de cabotagem no porto de Luanda

de toneladas

Para o movimento actual de 204 000 t, em relação aos cais destinados a cabotagem (100 m à profundidade de 5,50 m), o rendimento é de 2040 tm/ano, explicável pela ocupação permanente do cais e pela realização de operações de carga e descarga de barcos de cabotagem atracados nos espaços sobrantes das zonas do cais de longo curso.

No que se refere a infra-estruturas de apoio ao desenvolvimento das indústrias de pesca, faltam obras acostáveis especializadas, suficientes e eficientes. O porto de Luanda tem já um movimento de pesca bastante grande, o que justifica a construção de infra-estruturas próprias e adequadas.

Movimento de pescado em milhares de toneladas

Prevê-se que em 1973 haverá que movimentar no porto de pesca um total de 113 000 t, assim distribuídas:

Peixe para consumo em fresco - 13 000 t;

Peixe para industrialização - 100 000 t