Lobito é o principal porto da província e um dos melhores da costa ocidental da África.

Como Luanda, beneficia da existência de uma restinga de areia, mas, contrariamente ao que acontece naquele porto, esta restinga cresce em direcção à costa, tendendo a fechar a baía.

O porto possui dois cais acostáveis, dispostos em L e destinados à navegação de longo curso, com uma extensão de 1122 m em fundos de 10,5 m. No topo do cais norte existe uma estacada com 150 m de comprimento em fundos de 3 m destinada à cabotagem. Para fundeadouro de navios a baía dispõe de 4,5 km de área, com profundidades que variam entre 11 m e 34 m.

O porto do Lobito pode receber sete navios de tamanho médio, ou seja o mesmo número que Luanda, embora tenha menos 138 m de cais.

Dispondo actualmente de 24 guindastes eléctricos, o porto do Lobito encontra-se relativamente bem equipado.

Na movimentação horizontal de mercadorias, o porto possui actualmente 19 empilhadores, 9 tractores e 6 auto-trucks, estando em déficit em relação a uma proporção normal relativa ao número de guindastes Deveria passar a ter, portanto, como mínimo, mais 15 auto-trucks ou tractores, bem como igual número de empilhadores. Como óptimo, necessitaria de mais 23 unidades, quer de tractores ou auto-trucks, quer de empilhadores. Quanto à movimentação de cargas através do porto, o Lobito conta com instalações mecânicas que facilitam o tráfego e lhe dão possibilidades de obter elevados rendimentos globais por metro linear de cais.

Movimento de carga geral no porto do Lobito

Milhares de toneladas

A movimentação de mercadorias nacionais nos últimos cinco anos mostra uma tendência para descer, bem como a da exportação nacional Somente a da importação nacional apresenta tendência para se manter uniforme.

Procurando o desenvolvimento previsto nas tendências atrás descritas, determinou-se que a tonelagem a movimentar em 1968, como carga geral (subtraindo a quantidade de milho que se prevê seja exportada pelo Lobito como granel), atingiria valores da ordem das 875 000 t.

O valor assim estimado mostra-nos que até 1968 o porto do Lobito não necessitará de ampliação, mesmo considerando a ocupação pelos navios à carga de graneis.

Partindo do valor estimado para 1968 - 875 000 t - e fazendo a projecção para 1973, estimou-se que a tonelagem a movimentar como carga geral em 1973 será da ordem de 1 215 000 t. Mesmo este volume de tráfego não obrigará ainda à construção de novos cais no porto do Lobito, porque, tendo em atenção o tempo de estacionamento dos navios à carga de graneis, tem-se um rendimento de cais de 940 tm/ano, que se considera suportável, se entretanto o porto for dotado do equipamento necessário.

Carga movimentada em cabotagem pelo porto do Lobito

de toneladas Nota-se certa irregularidade na movimentação das cargas por cabotagem entre 1955 e 1965, podendo atribuir-se a quebra de movimento no período a partir de 196H à concorrência da camionagem, que, em muito maior escala, atingiu aquele porto através das rodovias, que a partir de Luanda se dirigem ao seu hinterland. O porto de Moçâmedes é, de entre os portos com obras fixas definitivas para receber o longo curso e a cabotagem, aquele que se encontra mais a sul da província.

O hinterland próximo do porto é constituído por uma zona desértica de poucas possibilidades económicas no concernente à produção de cargas a transportar e à absorção de mercadorias Á partir de Sá da Bandeira entra-se na zona planáltica, de desenvolvimento incipiente, mas de grandes potencialidades.

O porto de Moçâmedes está instalado numa baía completamente aberta. Deste facto resulta que a ondulação pode penetrar no seu interior, provocando, em certos dias, agitação junto às obras portuárias, que são atingidas por ondas de curto e longo período.

A modificação deste estado de coisas através da realização de obras de protecção adequadas apresenta grandes dificuldades de ordem técnica e executiva.