A esta taxa corresponde um acréscimo médio da capitação do produto de 5,1 por cento. Este ritmo de crescimento tem a sua explicação, quer na expansão verificada na capacidade produtiva da província, quer na progressiva passagem a economia monetária de largos estratos da população, vivendo até aí, quase que exclusivamente, em regime de autoconsumo. Esta dupla explicação é mais claramente evidenciada pela decomposição do produto por actividades de origem, em que se verifica um descimento do sector primário superior ao do conjunto da economia no mesmo período. De facto, a taxa média do crescimento foi de 0,7 por cento, valor que não se afasta, senão ligeiramente, da taxa global.

O sector secundário revela no mesmo período uma expansão muito rápida - 11,1 por cento em média cada ano -, ao passo que o crescimento do sector terciário se processou a taxa de 5,4 por cento.

Como resultado desta variabilidade de comportamento, alterou-se a estrutura da composição do produto no período em análise, como se pode verificar no quadro abaixo, mantendo-se a participação relativa do sector primário, e sendo a elevação da participação do sector secundário compensada por um movimento contrário do sector terciário.

Decomposição do produto por grandes sectores

(circuitos monetários)

Participações relativas Esta estrutura da composição do produto não reflecte a «verdade» da economia moçambicana, atendendo a importância que revestem os fluxos não monetários, estando muito subestimada a importância da agricultura. De facto, a integração no produto do valor estimado do autoconsumo, bem como da prestação de sei viços que não dão origem a circuitos monetários, permite apresentar o seguinte quadro, de estrutura análoga h do anterior, em que se pode verificai a importância acrescida do sector primário no conjunto da economia, bem como o processamento da sua evolução, a ritmo de crescimento inferior ao dos outros sectores.

Decomposição do produto por grandes sectores

Participações relativas Estrutura e evolução das componentes da despesa, nacional No período de 1058-1962, a variação das componentes da despesa nacional (com exclusão da variação de existências e do movimento com o exterior) processou-se como se segue:

Percentagens

Consumo privado 6,7

Consumo do Estado 7,7

Formação bruta de capital fixo 5,6

A nota mais flagrante respeita ao menor ritmo de acréscimo da formação de capital fixo, comparativamente as restantes rubricas da despesa, traduzindo uma situação de escassez de formação de capital, desproporcionada em relação à expansão de rendimentos gerada neste período. Note-se, porém, que a taxa de crescimento apurada se ressente muito da evolução desfavorável verificada nos últimos anos. De facto, pode observar-se, no decorrer do período, uma tendência para o decréscimo da participação do consumo privado em favor de uma maior acumulação de capital fixo, tendência esta que é contrariada pelo verificação nos últimos anos, de tal modo que em 1962 ó o inverso que se verifica. Atendendo à importância da acumulação de capital fixo no processo de crescimento, há vantagem em analisar mais detidamente a sua evolução no período em estudo, bem como a sua decomposição pelos vários sectores. Apresenta-se primeiro a tendência de crescimento dos diversos ramos de actividade no período de 1958-1962, expressa em taxas médias anuais cumulativas de crescimento. Dado que os dois últimos anos do período implicaram comportamentos algo diferentes nalgumas das rubricas, apresentam-se também as suas taxas de crescimento no período de 1953-1960.

Taxas de crescimento das componentes da formação bruta de capital fixo