Para o estudo da provável evolução da população de Timor até 1973 foram consideradas as hipóteses seguintes: Prolongamento no futuro das tendências observadas no período de 1950-1960, ou seja, crescimento à taxa anual de 1,7 por cento,

b) Crescimento à taxa calculada por comparação dos resultados do censo de 1960 com os apurados no arrolamento administrativo de 1963 (com os necessários ajustamentos).

Os efectivos populacionais atingiam, pois, em 1973, nível situado entre os limites de 651,6 e 671,6 milhai es, não sendo de prever modificações relevantes da estrutura etária. Evolução do produto, rendimento o despesas internas Os valores do rendimento nacional estimados para Timor são baixos (a preços constantes 159,8 milhares de contos em 1953 e 212,6 milhares de contos em 1962 - ME B N U ). Estes valores não se traduzem em capitações baixas se se tiver em consideração que a situação económica dos habitantes se espelha antes na economia de subsistência, de onde retiram o justificativo de um relativo bem-estar. A dualidade económica de Timor caracteriza-se, efectivamente, por fonte predomínio da economia de subsistência, cujos fluxos ultrapassam os 80 por cento do rendimento provincial total (a preços constantes 830,1 milhares de contos em 1953, 1064,3 milhares de contos em 1962 e 1105,6 milhares de contos em 1963). Analisando a evolução do rendimento no decénio considerado (1953-1962), verifica-se que, apesar de alguns recuos - 1959, 1960 e 1962 (a preços correntes haveria a assinalar outro em 1954) -, a mesma foi favorável, de movimento ascendente. O acréscimo médio anual foi da ordem dos 3,2 por cento, aceitável para aquela zona do Globo Articulado este acréscimo com a taxa de variação da população, que teria aumentado a 1,6 por cento, fica evidenciado que o nível médio do rendimento monetário melhorou. Esta melhoria pode, aliás, comprovar-se pela variação das capitações que, com um acréscimo decenal de 16,6 por cento (a pi ecos correntes 29 por cento), exibiram assim um aumento anual médio da ordem dos 1,7 por cento (a preços correntes 2,9 por cento).

A distribuição percentual do rendimento provincial pelas suas principais componentes dá-nos o seguinte esquema

Este esquema mostra-nos o predomínio do rendimento do trabalho sobro as restantes categorias de rendimento, ao absorver à volta de 55 por cento do total (57,7 por cento em 1958, 54,5 por cento em 1962). O declínio da posição do rendimento do trabalho ao longo do decénio é acompanhado pelo de todas as restantes categorias do rendimento, em benefício do das empresas e propriedades, que, de 26,4 por cento em 1953, subiu para 33 por cento em 1962.

As contas nacionais para 1963 fornecem-nos valores que confirmam a tendência assinalada ao rendimento e mostram um ritmo do crescimento mais forte. De 1962 para 1963, deu-se um acréscimo de aproximadamente 11 por cento, correspondente a 28,3 milhares de contos (em 1962 212,6 milhares de contos, em 1968 285,9 milhares de contos), tendo sido esse acréscimo reflexo da melhoria verificada em todas as componentes de rendimento, nomeadamente a «Remuneração do trabalho», o «Rendimento de empresas» e o «Rendimento da propriedade». A «Despesa de consumo privado» engloba as despesas de consumo das famílias e as dos organismos privados sem fins lucrativos, aquelas participando com cerca de 98 por cento do total e estas com a diminuta percentagem de 2 por cento, em média, o que põe em destaque a pouca importância directa que o sector associativo tem no encurto económico monetário da província.

A «Despesa de consumo privado» revela ao longo do período considerado (1953-1962) uma evolução moderadamente ascendente, mas conturbada por movimentos alternados de descida e subida que só mostram excepção no triénio de 1956-1958. Para tais evoluções e movimento contribui decisivamente a componente «Géneros alimentícios», cuja variação, decorrente de bons e maus anos agrícolas, evidencia a importância do autoconsumo na economia de Timor. Por esse motivo, a «Despesa de consumo privado», relativa apenas aos fluxos monetários, é pouco significativa e não traduz o nível económico das populações, pois, como já se afirmou, tais fluxos representarem apenas cerca de 20 por cento de rendimento provincial global.

A preços constantes, a «Despesa de consumo privado» passou de 137,5 milhares de contos em 1953 para 175 milhares de contos em 1962, mostrando um acréscimo anual médio da ordem dos 3 por cento. Confirmando e vincando a tendência ascensional que lho foi a assinalada, o acréscimo de 1962 para 1963 foi de aproximadamente 5,4 por cento, para o que também deve ter contribuído o aparecimento de uma população adventícia metropolitana, com maior poder de compra, ligada à defesa do território e ao seu fomento.

Analisando a importância relativa dos componentes da «Despesa de consumo das famílias», encontramos como dominante a aquisição de «Géneros alimentícios», que atinge, no período, a média de cerca de 51 por cento do total daquela mesma despesa, percentagem que, no entanto, não é elevada, dado o relevo da economia de subsistência na província. É a variação desta componente que imprime & «Despesa de consumo privado» o movimento acima descrito. Das outras componentes podem destacar-se como de maior importância as «Rendas e consumo de água», cujo volume foi especialmente influenciado pelo - valor das lendas imputáveis aos prédios ocupados pelos seus proprietários, a aquisição de «Artigos de vestuário e outros objectos de uso pessoal», de grande expressão ao longo de todo o período, mas acusando uma curiosa tendência decrescente que parece ser contrariada a partir de 1960, e ainda«Bebidas» e «Transportes e comunicações», tanto uma como outra apresentando movimentos alternados de subida e descida pouco pronunciados.

A importância relativa, em percentagens, das principais componentes da «Despesa de consumo das famílias» pode observar-se no quadro seguinte