(...) forte, embora seja mais prudente afamar que parece ser muito ampla a manutenção de poupança fora do circuito das instituições de crédito e de seguros (conclusão que poderá ser confirmada ainda se se fizer notar que parte da poupança do sector público se insere no circuito das instituições financeiras)

Em alguns países industrializados, a analise da composição da poupança sob diversas formas evidencia, para os depósitos a prazo, uma participação elevada (27 a 57 por cento nos particulares) e, dependendo do sistema da previdência, indica também uma comparticipação significativa da poupança contratual, de tal modo que em alguns cabos o conjunto destas duas rubricas ultrapassa 75 por cento da poupança de particulares. Tendo em conta que a poupança das sociedades mais facilmente se integra no circuito das instituições financeiras, a secção julga de ponderar o papel relativamente pouco importante das nossas instituições de crédito e de seguros na mobilização e recolha d e poupanças, e que dificilmente se pode supor que no período de 1968 a 1973 se altere significativamente esta situação (mesmo no caso de ser mais reduzido o volume de poupança, aparecerá ainda com pouco significado a participação dos depósitos a prazo e a poupança contratual)

O papel das instituições financeiras ficará, porém, mas esclarecido se se proceder a uma análise sucinta das diferentes componentes mais significativas A capacidade de financiamento a médio prazo dos bancos foi estimada em 20,1 milhões de coutos Embora a secção não disponha de elementos bastantes para tentar proceder a outra estimativa, interessa sublinhai um ou outro aspecto do método adoptado.

Afigura-se que as projecções paia 1978 foram feitas a partir dos valores de 1965, e não do último biénio, como se afirma no n.º 30 do capítulo em exame, e, perante a dificuldade de obtenção de todos os dados para 1966, tentou-se elaborar um quadro (mapa B em anexo) a partir de números contidos nos relatórios do Banco de Portugal de 1965 e 1966

A partir deste quadro se poderiam estimar valores para 1966, os quais, em conjunção com os de 1965, contidos no projecto, permitiriam, e serão utilizados para, fazer extrapolações a partir do biénio de 1965-1966

A extrapolação feita no projecto assentou nas seguintes bases Estabeleceram-se previsões para a evolução das responsabilidades à vista e a prazo (acréscimo anual de 10 e 15 por cento, respectivamente),

b) Adoptou-se a participação de 10 por cento, para as responsabilidades a prazo entre 80 e 90 dias,

c) Calcularam-se as reservas mínimas legais de caixa de 15, 10 e 5 por cento (foram recentemente alteradas) de acordo com o diferente prazo das responsabilidades e estimaram-se, assim, os excedentes de reservas de caixa,

d) Considerou-se crédito a médio prazo o valor da «carteira comercial de seis meses a dois anos» e dos «empréstimos e contas correntes caucionados entre um e dos anos»,

e) Estimou-se o excedente de coberturas das responsabilidades à vista e dos depósitos com pré-aviso ou a prazo igual ou superior a 30 dias e até 90 dias,

f) Admitiu-se que o excesso de coberturas (quer de outras garantias, quer de reservas de caixa) podia ser totalmente aplicado em crédito a médio prazo,

g) Projectou-se a evolução do capital e reservas dos bancos, admitindo um crescimento, reduzido no capital (cerca de 3 por cento anualmente) e amplo nos lucros afectos a- reservas (cerca de 8 por cento),

h) Supôs-se inteiramente utilizada a capacidade de aquisição de títulos não garantidos pelo Estado (capital social mais um quinto dos fundos de reserva),

i) Partiu-se de uma capacidade de aquisição de títulos públicos e garantidas pelo Estado equivalente a 6 por cento do volume de garantias afectas á cobertura de responsabilidades à vista e até 90 dias,

j) Postulou-se que a aplicação em promissórias atinge o limite de um terço das reservas de caixa

Este conjunto de hipóteses e projecções merece alguns comentários As operações a médio prazo são legalmente consideradas como superiores a um ano, podem, por isso, surgir dúvidas quanto à inclusão de valores da carteira comercial de seis meses a um ano,

II) Não há razão aparente para divergência tão grande entre o ritmo anual de formação de lucros no sector bancário (8 por cento) e o que se admite no autofinanciamento para o conjunto das sociedades (15,2 por cento), não deve, porém, omitiu-se que o custo mais elevado de gestão e dos recursos bancários conjugado com a eventual redução das margens entre as operações activas e passivas pode originar uma tendência paia a menor Lucratividade da banca comercial.

III O ritmo de expansão dos depósitos de toda a natureza (10 a 15 por cento) foi ultrapassado nos últimos finos, mas os números indicam, por outro lado, que tal ritmo vem esmorecendo e a experiência mostra que, nos anos de 1965 e 1966, haverá conveniência em atender, não só a maior variação dos preços, mas também às operações de capitais estrangeiros que venham a constitua criação de depósitos à vista e a prazo,

IV) Mesmo aceitando a evolução dos depósitos a prazo (legalmente não superior a um ano), surgirão dificuldades em aceitar a hipótese de transferiu pura e simplesmente os excessos de coberturas das responsabilidades até 90 dias para operações a médio prazo sem ter em conta os eventuais reflexos no volume das operações a curto prazo,

V) Admitindo que a banca comercial, a manter-se a actual estrutura legal das coberturas das suas responsabilidades, disporá de elevado potencial de crédito a médio prazo, pode levantar-se a questão dos reflexos negativos na capacidade de crédito a curto prazo e no grau de liquidez do activo global, a menos que, entretanto, venham a ser profundamente revistos os condicionalismos susceptíveis de alterar a liquidez bancária,

VI) Pondera-se ainda que na utilização das margens disponíveis se deve entrar em linha de conta com a experiência das próprias instituições, expressa, em certa medida, na estrutura actual das suas operações activas de cre-