De acordo com a referida estatística, em 1965, a formação bruta de capital das sociedades comerciais, em milhares de contos, teria sido a seguinte

(a) Novos Investimentos deduzidos da venda de bens de capital

Não é indicada a natureza dos bens de capital adquiridos, já que o critério de classificação se refere a realizações por administração directa e compras em primeira e segunda mito, que aqui não interessam. O financiamento teria tido como origem o saldo de capital entre as sociedades constituídas e dissolvidas, os aumentos de capital das empresas existentes, o aumento de empréstimos contraídos ou suprimentos efectuados e o autofinanciamento - reintegrações e lucros retidos -, estes calculados por diferença, os resultados obtidos, em percentagem do total da formação bruta de capital, divergem conforme se trata de comércio por grosso e a retalho.

Verifica-se que no comércio de retalho são importantes os capitais resultantes da constituição de novas sociedades, enquanto no comércio por grosso, pelo menos no ano em análise, os aumentos de capital, traduzindo eventualmente uma necessidade de expansão e reforço, são mais significativos. A não distinção entre empréstimos e suprimentos retira significado aos respectivos números, mas, não sendo de admitir que o comércio a retalho tenha maior acesso ao crédito bancário, o valor para ele encontrado ou traduzirá maiores suprimentos ou recurso ao crédito de fornecedores, nomeadamente do comércio armazenista.

O autofinanciamento é mais significativo para o comércio por grosso, o que demonstra também a maior debilidade do comércio a retalho, embora os números encontrados se mostrem elevados, sobretudo tendo em conta também a parte que provém de novos capitais, por constituição ou reforço, e de suprimentos.

Para o comércio em geral (grossista e retalhista), exercido por sociedades, a repartição por fontes de financiamento da formação bruta de capital (capital fixo + existências) seria a seguinte, números redondos,

Percentagens

Capital de novas empresas (saldo) e aumentos de capital 28

De notar, por último, que, cabendo às sociedades 910 000 contos na formação bruta de capital fixo e tendo este sido, no total, para o comércio, segundo as contas da Nação, de 1 159 000, restariam 249 000 contos para os comerciantes em nome individual, o que prova a sua extrema debilidade económica, os investimentos médios anuais serão da ordem dos 190 contos para as sociedades que exercem o comércio por grosso, dos 11 contos para as sociedades de retalho e de cerca de 1,5 contos para os comerciantes em nome individual, números que dispensam comentários.

Aliás, tomando valor igual ao determinado em França, em 1963, para as sociedades comerciais - consagram 2,3 por cento, em média, do seu volume de negócios para investimentos -, teríamos para as sociedades comerciais portuguesas, só por si, um volume de investimentos da ordem dos 1,48 milhões de contos, superior em 62 por cento aos 910 000 contos encontrados em 1965 para elas e em cerca de 28 por cento ao total da formação bruta de capital fixo do comércio nacional. Não deixa de ser interessante, também, indicar aqui alguns elementos sobre a evolução comercial em França, quanto aos aspectos de investimento e financiamento nos últimos anos. Assim, as médias anuais, para o período de 1962-1965, das previsões de investimento eram de 15,6 milhões de contos, assim repartidos,

Milhares de contos

Grandes armazéns e armazéns populares 3 900

Empresas com sucursais 1 500

Cooperativas de consumo 1 200

Agrupamentos e cadeias voluntárias 1 800

Retalhistas individuais (a) 2 400

(a) Valores médios anuais de 40 contos por comerciante por grosso e de 4 contos por retalhista

A repartição prevista para os investimentos, por natureza dos bens, era em 1965 (em que os investimentos deveriam atingir 18 milhões de contos), a seguinte,

Percentagem

Material e utensílios 15

Meios, de transporte 41

algo semelhante à atrás enunciada para o caso nacional O financiamento seria feito em 43 por cento por créditos de terceiros e em 57 por cento por autofinanciamento, sendo de realçar o valor daqueles, em contraste com a situação em Portugal.

De referir, ainda para o ano de 1965, que, para além dos investimentos privados atrás referidos, se encontravam previstos os seguintes dispêndios, com base em fundos públicos, em relação as actividades comerciais,

Contos

Pesquisas económicas, metodológicas, psicológicas e sociológicas 1 500

Pesquisas estatísticas sobre estruturas e movimento comercial 1 000 Recenseamento 8 400

Assistentes técnicos de comércio 6 000