cimentes de recente construção em que os custos por quarto são superiores aos que ora se propõem como parâmetros de investimento, pelo que a secção põe as maiores reservas nos números oficiais que acima se transcreveram.
No entanto, seja como for, há que introduzir na iniciativa privada a ideia da necessidade de não se ultrapassarem, quer por motivos de economia nacional, quer de rentabilidade privada.
De facto, dada a carência de meios de financiamento em face das necessidades impostas pelo desenvolvimento económico do País, há que seleccionar criteriosamente as oportunidades de investimento através da avaliação da sua viabilidade económica. Cabe aqui ao sector público um papel muito importante como fomentador e orientador da iniciativa privada, embora seja também decisivo que os empresários do sector se integrem num espírito de rentabilidade, sem o qual não poderão perdurar as iniciativas de investimento para que contribuem.
A ideia fundamental a reter é a de que quando o investimento por quarto ultrapassa um determinado limite, é praticamente impossível recuperar a imobilização de capital feita, gera-se assim todo um processo de desperdício de recursos, com as inevitáveis consequências, ou em serviço deficiente, ou em preços proibitivos, numa tentativa vã para emendar o erro cometido inicialmente.
Milhares do contos
Hotéis de luxo e de 1.ª classe 6 500
Hotéis de 2.ª classe 1 050
Hotéis de 3.ª classe 20
Pousadas e outros estabelecimentos hoteleiros do
Estado, estalagens, pensões de luxo e de 1.ª classe 2000
Este montante representa, a realizar-se, um esforço notável de investimento, sobretudo quando comparado com os previstos no Plano Intercalar de Fomento
Investimentos médios anuais Milhares de contos
III Plano de Fomento para 1968-1978 1 595
Assim, mais do que triplicará o investimento anual previsto em alojamentos hoteleiros. Mas como nos dois primeiros anos de execução do Plano Intercalar de Fomento não se cumpriram, sobretudo por falta de apoio financeiro, as previsões iniciais, a obtenção das metas referidas torna-se duvidosa.
Assim, a secção sugere a adopção de uma hipótese mais modesta e realista de investimentos, em linha com as possibilidades actuais de financiamento e de concretização dos projectos existentes 9.
Os restantes investimentos que se incluem no capítulo atingem o seguinte montante para o período de 1968-1973.
Milhares de contos
Restaurantes e similares 300
Promoção turística 1 740
Formação profissional em hotelaria 120
2 280
Milhares de contos
Orçamento Geral do Estado 510
Fundos autónomos 600
Caixa Geral de Depósito, Crédito e Previdência 750
Estes financiamentos representam cerca de 16 por cento do total. Nesta matéria, a secção põe em realce dois aspectos para manifestar a sua concordância com eles
O primeiro é a posição em que é colocada no capítulo a iniciativa pública - " . os financiamentos por parte do sector público não são colocados em dependência estreita do ritmo de expansão que vier a verificar-se, antes se fez depender o ritmo de expansão do esforço a desenvolver pelo sector público em matéria de promoção".
O segundo refere-se a forma como se pretende assegurar a realização de empreendimentos de grande importância complementar para o desenvolvimento turístico - conservação e melhoria de arribas e praias, de monumentos nacionais, de caminhos florestais e de fomento e protecção de caça e pesca. De facto, em contraste com o Plano Intercalar de Fomento, desta vez consagram-se aos organismos responsáveis pelos diferentes empreendimentos dotações extraordinárias para os projectos previstos.
A secção pensa que é esta a forma financeiramente mais aconselhável, e não a de confiar às dotações correntes de serviço (eventualmente reforçadas) a execução de tarefas que, normalmente, ultrapassam a sua capacidade de realização, sobretudo no que se refere aos prazos e à coordenação entre os diferentes serviços.
9 Os investimentos correspondentes a um crescimento das dormidas de 15 por cento ao ano seriam da ordem dos 720 000 contos por ano.