Além desta observação, há que ter em consideração, acima de tudo, a necessidade de programar com todo o cuidado a promoção e a publicidade turísticas, utilizando para a sua concepção, execução e lançamento os meios técnico-económico que lhes permitam cumprir os objectivos que o nosso desenvolvimento turístico impõe. Estranha-se que, para além da fixação das importâncias a investir neste campo, nada se adiante no capitulo em estudo sobre a forma como irão ser administrados esses fundos, tanto mais que, segundo o programa de financiamentos apresentado, se trata de um investimento em que participam conjuntamente as fontes públicas (Fundo de Turismo - 480 000 contos, órgãos locais da turismo - 60 000 contos) e, sobretudo, a iniciativa privada (1 200 000 contos).

A forma de coordenar todos estes investimentos, bem como os objectivos a seguir em matéria de promoção, não surgem no capítulo em apreço do projecto do III Plano do Fomento, pelo que a secção pensa que, embora seja d e incluir uma verba no Plano destinada a intensificação da promoção e publicidade turísticas, deve justificar-se mais ùltimamente (eventualmente através de orçamentos anuais a submeter à apreciação do Conselho Nacional de Turismo e da Corporação dos Transportes e Turismo) o montante necessário para os fins referidos.

Ainda no que se refere a este ponto, pensa-se que, a concretizar-se um plano de promoção turística, será necessário dotar o Comissariado do Turismo, órgão responsável pelo seu estudo, concepção e lançamento, com meios técnicos e de organização que não caberão, certamente, dentro dos suas actuais possibilidades No capítulo não se lê nada sobre a forma de resolver este estrangulamento. Em face do exame anterior, a secção tira as seguintes conclusões Aperfeiçoamento estatístico - Para além da intenção de constante melhoria do sistema estatístico ligado ao turismo, impõe-se com urgência providências que permitam

Inventariar os meios complementares de alojamento, sobretudo nas regiões em forte expansão turística,

Determinar com mais rigor as receitas em divisas provocadas pelo turismo, através da realização de inquéritos por amostragem.

Determinar, através de inquéritos, a estrutura das despesas do turismo estrangeiro, elemento indispensável para a formulação de uma política de preços no sector. Previsões para o período do 1968-1973 - Atendendo a que

A taxa de descimento da procura externa traduzida no número de dormidas tem vindo a diminuir de ritmo nos últimos três anos,

Na previsão da capacidade não se considerou qualquer efeito resultante da intensificação dos programas de promoção e publicidade,

Na previsão da mesma capacidade não se considerou um possível alargamento da utilização dos meios complementai es de alojamento,

Na previsão da mão-de-obra necessária não se consideraram os efeitos de uma intensificação da produtividade,

O programa de investimentos proposto corresponde a mais do que triplicar o ritmo previsto no Plano Intercalar de Fomento para 1965-1967,

a secção recomenda que sejam revistas as estimativas elaboradas, de forma a, para além do objectivo, que é desejável, de se encaminhar a iniciativa privada para os investimentos turísticos, se criarem condições que lhe permitam ver com mais realismo as vantagens e os condicionalismos do programa que se propõe ao sector

C) Promoção e publicidade - Atendendo à excepcional importância que virá a desempenhar o desenvolvimento futuro do turismo em Portugal, podendo contribuir, através de objectivos e programas precisos, para uma definição mais clara do ritmo possível de crescimento do sector, a secção propõe que

As verbas a despender em anos futuros em promoção e publicidade sejam determinadas em função de programas ou orçamentos anuais, com discriminação dos vários estudos e acções a empreender,

Atendendo à importante posição financiadora que se prevê, e bem, atribuir à iniciativa privada, esta seja chamada a colaborar na preparação e discussão dos referidos pro gramas anuais, eventualmente através do Conselho Nacional de Turismo e da Corporação dos Transportes e Turismo.

Mário Malheiro Reymão Nogueira

Armando Jorge Coutinho

José Manuel da Silva José de Mello

Armando Manuel Bettencourt Rodrigues

Manuel Mendes Leite Júnior

Manuel José Dias Coelho da Silva

João Pedro Neves Clara, relator

ANEXO XI

Parecer subsidiário da subsecção de Ensino, da secção de Interesses de ordem cultural

A subsecção de Ensino, da secção de Interesses de ordem cultural, à qual foram agregados os Dignos Procuradores António Sobral Mendes de Magalhães Borralho, Fernando Andrade Pires de Lima, Fernando de Sandy Lopes Pessoa Jorge, Francisco de Paula Leite Pinto, Herculano Amorim Ferreira, João Manuel Nogueira Jordão Cortês Pinto, José Frederico do Casal Ribeiro Ulrich, José Hermano Saraiva, José Mercier Marques e Paulo Arsénio Viríssimo Cunha consultada sobre o capítulo X «Educação e investigação», do título II «Programas sectoriais», da parte referente ao continente e ilhas do pró-