tura, nas indústrias tradicionais e na construção civil, como consequência da emigração, da mobilização paia defesa do tem tono e da procura de mão-de-obra especializada noutras actividades. O aumento dos custos de produção daí resultante tem determinado sensíveis pressões sobre os preços, o que mostra a necessidade de um esforço tendente à melhoria da produtividade, dado que a elevação dos salários deverá prosseguir, diminuindo paralelamente a disparidade entre os níveis de remunerações em Portugal e nos países mais industrializados da Europa Ocidental.

Haverá assim que, não só rever os processos de produção, aumentando decisivamente a sua produtividade, em particular no sector agrícola, mas também prosseguir na realização de investimentos que possibilitem uma mais ampla utilização de recursos. Esta acção encontra-se, aliás, previstas no âmbito do III Plano de Fomento, na sequência das medidas tomadas, nomeadamente no domínio da formação profissional.

Subl inhe-se, por outro lado, que se tem observado nos últimos anos tendência para a redução das diferenciações regionais de salários, bem como das baseadas no sexo.

O mapa seguinte mostra que prosseguiu no l º semestre de 1967 o movimento ascensional dos salários dos trabalhadores rurais e dos pagos na indústria e nos transportes.

Índices ponderados de salários (a)

(Médias anuais e semestrais)

(a) O ano base dos índices de salários dos trabalhadores rurais e de salários profissionais do Porto é 1958, do índice de salários profissionais do Lisboa é 1961.

Com efeito, os salários pagos na agricultura continuaram a aumentar a taxa elevada, embora sensivelmente inferior à verificada em igual período do ano precedente. Por sua vez, a evolução dos salários profissionais em Lisboa e Porto evidencia progressão mais acentuada. Embora a variação relativa dos salários pagos na indústria e nos transportes não tenha diferido significativamente da registada nos salários agrícolas, subsistem diferenças de remunerações e de condições de trabalho que incentivam a transferência de trabalhadores do sector primário para os outros sectores.

Todavia, a situação do mercado de trabalho terá revelado apreciável melhoria recentemente, uma vez que parece ter-se verificado afrouxamento do fluxo emigratório, a par do retorno de emigrantes, devido à quebra da actividade económica que afectou alguns países da Europa Ocidental e à melhoria de salários pagos no País.

Moeda e credito Mercado de capitais Os meios de pagamento internos continuaram em 1966 a expandir-se a cadência elevada, atingindo no final do ano o quantitativo de 104 milhões de contos (') A variação de 11,3 por cento deve atribuir-se principalmente a evolução dos depósitos e outras responsabilidades a vista. Nos meios quase imediatos de pagamento ocorreu também nova elevação, após a acentuada transformação da depósitos à ordem em depósitos a prazo e com pré-aviso anteriormente verificada. Manteve-se, portanto, a tendência de lápida expansão dos meios de pagamentos devido, em especial, à expansão do crédito.

Quanto à circulação monetária, observou-se igualmente sensível acréscimo, determinado exclusivamente pela variação das notas em circulação.

Relativamente aos detentores dos meios de pagamento sublinhe-se o aumento da participação do sector público (+1100000 contos). A través do mapa seguinte pode apreciar-se o comportamento dos meios de pagamento durante o ano transacto.

Meios de pagamento

(Milhares de contos)

(') De acordo com os cálculos efectuados pelo Banco de Portugal, com base noa elementos de informação remetidos pelas instituições de crédito, em cumprimento do disposto no artigo 28 º rio Decreto-Lei n º 46 409, de 18 de Agosto de 1965