as. remessas de emigrantes - por múltiplas razões que afectam quer os países de destino e os trabalhadores portugueses que lá se encontram, quer as próprias condições de desenvolvimento da economia nacional- não deverão patentear efeitos tão importantes sobre a entrada de cambiais, no futuro próximo o País deverá intensificar o reembolso dos capitais estrangeiros que têm financiado nestes últimos anos diversos empreendimentos económicos quer no sector privado, quer ao sector público.

Dispõe o Pais de uma estrutura financeira sólida - laboriosamente construída e reforçada ao longo das últimas décadas -, que lhe permite encarar com confiança as transformações que se avizinham. Ao chamar a atenção para elas, o Governo pretende mobilizar a opinião nacional no sentido de ,apoiar e contribuir para o indispensável esforço de revisão de métodos e hábitos cuja subsistência poderia acarretar graves prejuízos para o País.

Com o apoio do banco central e a colaboração das i nstituições de crédito nacionais, o Governo estará atento à evolução dos acontecimentos por forma que venham a tomar-se em tempo oportuno, sem improvisação, as medidas que se revelem necessárias nos domínios cambial, monetário e financeiro.

2-A produção e a procura As estimativas provisórias das contas nacionais indicam que em 1967 a actividade produtiva, em termos globais, do continente e ilhas adjacentes terá acusado a mais alta taxa de crescimento revelada pelas estatísticas nacionais (7,3 por cento). Deve-se esse resultado ao brusco abrandamento da expansão registado em 1966, visto que, feitos os cálculos para o período bienal de 1966-1967, se regista uma taxa final de 10,8 por cento, inferior à verificada entre 1963 e 1965 (13,7 por cento).

Esta evolução foi influenciada em larga medida pelas flutuações da produção agrícola, a qual, tendo melhorado sensivelmente no ano transacto, reconduziu o produto do sector primário a um nível aproximado do que se registara em 1965.

Além disso, nos sei viços ter-se-á verificado em 1967 evolução mais favorável do que no ano anterior, sendo de notar os acréscimos do valor acrescentado nos transportes e comunicações e nos serviços de administração pública e defesa. Em contrapartida, terá continuado estacionário o produto formado na actividade comercial.

As referidas estimativas evidenciam aumento do produto das indústrias transformadoras a taxa de 7,6 por cento, o que reflecte tendência para a melhoria do ritmo de expansão registado em 1966 Para esta evolução terá concorrido, em especial, a actividade nas indústrias de alimentação, bebidas e tabacos, dos têxteis, vestuário e calçado e dos produtos metálicos, máquinas, material eléctrico e material de transporte.

Por outro lado, na construção, a taxa de acréscimo do produto, embora muito inferior à do ano precedente, situou-se ainda em valor elevado (10,2 por cento).

Compreende-se, deste modo, que os cálculos do produto interino bruto, em termos reais, manifestem uma progressão de 7,3 por cento em 1967, valor que excede a previsão formulada no Plano Intercalar de Fomento (6,1 por cento). Por sua vez, à luz dos mesmos dados, a taxa média anual para o triénio de execução do Plano (5,9 por cento) não diferiu significativamente daquela previsão apesar da evolução registada em 1966.

(Milhões de escudos, a preços 1963)