No Banco de Portugal as disponibilidades líquidas em ouro e divisas experimentaram no período de Janeiro a Agosto de 1968 aumento de 1466 milhões de escudos, ligeiramente superior ao registado em idêntico período do ano precedente

A emissão monetária, porém, diminuiu de 1480 milhões de escudos, fundamentalmente em resultado da redução dos saldos da carteira comercial e empréstimos caucionados.

(Milhões de escudos) O crédito distribuído pelos bancos comerciais expandiu-se no 1.º semestre do corrente ano de cerca de 4 por cento (2201 milhões de escudos) - devido, fundamentalmente, às operações de desconto - em escala muito superior à do aumento registado nos respectivos depósitos (514 milhões de escudos). Deste modo, as reservas de caixa flectiram como habitualmente na primeira parte do ano, situando-se, porém, em nível mais elevado que nos primeiros meses de 1967. Em 30 de Junho último o excesso das reservas de caixa sobre os mínimos legais atingiu 2740 milhões de escudos, contra 2283 milhões no final de Setembro de 1967, mês em que se verificou a alteração das percentagens mínimas de reserva No conjunto das caixas económicas privadas observou-se expansão do saldo do crédito outorgado de 8,7 por cento, acompanhada de nova elevação dos depósitos. Por sua vez, a relação entre as reservas de caixa e as responsabilidades totais em moeda nacional situava-se em 8,7 por cento no final de Junho, contra 5,9 por cento em igual data de 1967 A actividade da Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência, através dos serviços privativos o da Caixa Nacional de Crédito, desenvolveu-se moderadamente no l º semestre de 1968, tendo o saldo global do crédito distribuído aumentado de 8 por cento. Assinale-se, porém, o considerável acréscimo registado para o crédito industrial (10,7 por cento)

Por outro lado, o montante total de depósitos acusou aumento de 12,7 por cento, para que contribuíram largamente os depósitos a prazo Deste modo, as disponibilidades de caixa desta instituição aumentaram muito significativamente Quanto ao mercado de capitais, importa referir, em primeiro lugar, a actividade do Banco de Fomento Nacional

No decurso do período de Janeiro a Junho de 1968 os saldos dos empréstimos e da carteira de títulos mantiveram-se relativamente estáveis, enquanto o volume de depósitos aumentava de 877 para 1383 milhões de escudos Dificuldades de natureza administrativa surgidas no decurso da concretização de operações aprovadas pelo Banco explicam esta evolução a cuja correcção se tem estado a proceder no 2.º semestre do ano Entre outros indicadores disponíveis com interesse para apreciar a evolução do mercado de capitais, são de referir, em primeiro lugar, os relativos aos capitais movimentados na constituição de sociedades, que continuaram a aumentar no l º semestre de 1968, em relação a igual período do ano anterior Prosseguiu também o movimento decrescente do montante do capital social das sociedades dissolvidas

Capital social das sociedades constituídas e dissolvidas

(Milhões de escudos)

Por sua vez, o quantitativo global dos títulos transaccionados, após nítida contracção em 1967, relevou acréscimo nos sete primeiros meses do corrente ano, embora tenha decaído relativamente às operações realizadas na Bolsa de Lisboa. Aquela elevação deve atribuir-se exclusivamente aos títulos privados, nomeadamente acções.

O movimento descendente das cotações das acções, observado em geral no decurso de 1967, continuou a manifestar-se durante os primeiros nove meses de 1968, com excepção das cotações referentes aos sectores «Crédito e seguros» e «Transportes»

Quanto às cotações dos fundos públicos e das obrigações privadas, depois de nova contracção nos primeiros meses, os índices correspondentes apresentaram recentemente relativa estabilidade